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19 de setembro de 2022

Não há como acreditar na Justiça no Brasil!

             Entre tantas injustiças e iniquidades que ocorrem no país, chama muito nossa atenção o que aconteceu em Registro na região sul do estado de SP. O procurador Demétrius Oliveira Macedo, de 34 anos, que espancou a procuradora-geral de Registro, Gabriela S. M. de Barros, de 39 anos, está preso há cerca de três meses. Ele foi afastado do cargo em 22 junho, dias depois da agressão, e teve o salário suspenso por um mês.

Porém, mesmo preso e afastado, ele voltou a receber o salário de cerca de R$ 7 mil. O processo administrativo aberto contra ele ainda pode resultar na sua exoneração como servidor público.

A agressão covarde tem áudio, vídeo e testemunhas que comprovam o ato desse sujeito que não deveria poder exercer um cargo tão importante dentro do sistema, muito menos receber seus vencimentos.

Mesmo com todas as evidências, nosso sistema judiciário tem uma dificuldade hercúlea em julgar e condenar com rigor aqueles que cometem crimes neste país. As mulheres vítimas de todos os tipos de violência não estão livres sequer dentro do ambiente da própria Procuradoria Geral.

Este tipo de julgamento deveria pelas circunstâncias, evidências e fartura de provas diretas ter rito sumário. Esse sujeito já deveria ter sido exonerado e não poderia pelo bem da moral, da lei e dos bons costumes estar recebendo vencimentos.

Uma mulher ao ver que, mesmo com a vítima sendo Procuradora Geral do Município de Registro, com poder, condições financeiras e tantas evidências ao seu lado, ainda sofre para que seu agressor seja condenado, como irá acreditar no nosso sistema judiciário? Impossível. A burocracia que cerca o sistema e atua em quase todos os segmentos do poder público serve entre outras coisas para auxiliar a impunidade que campeia em nossa terra.

São inúmeras exigências, formulários, atestados, enfim, tudo que acaba favorecendo aqueles que cometem crimes neste país. As vítimas sofrem duas vezes ou mais. Primeiro quando são agredidas covardemente, depois quando são obrigadas a conviver com o agressor, que recebe vencimentos, pode circular livremente pelas ruas e muitas vezes até poderá voltar ao antigo posto.

A Justiça brasileira deveria copiar o que há de bom nos EUA, Canadá, França, Japão e outros países do primeiro mundo, ao invés de ficarmos tratando criminosos como se fossem pessoas de bem.

            Bandido ou criminoso bom é todo aquele que foi julgado, condenado e cumpre penas compatíveis com seu crime em regime fechado. 

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.

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