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16 de fevereiro de 2019

Está tudo como dantes no Quartel D'Abrantes!

A dificuldade não está nas novas ideias,
mas sim em escapar as antigas.
John Maynard Keynes

Em 1807, uma das primeiras cidades a serem invadidas pelo general Jean Androche Junot, braço-direito de Napoleão, foi Abrantes, a 152 quilômetros de Lisboa, na margem do rio Tejo. ... “Está tudo como dantes no quartel d'Abrantes”. Até hoje se usa a frase para indicar que nada mudou.
O atual governo começou seu mandato de quatro anos em crise, com muito disse me disse e tendo que explicar muitas coisas que não deveriam estar acontecendo, principalmente depois do tom elevado em sua campanha eleitoral contra o que ele identificava como corrupção e absurdos do PT.
Ele nomeou ministros que estão inseridos numa lista de maldizeres. São eles: Ricardo Salles, do Meio Ambiente, acusado de improbidade; Luiz Henrique Mandetta da Saúde denunciado por fraude em licitação; Paulo Guedes, da Economia, investigado por transações suspeitas com fundos de pensão; Tereza Cristina, da Agricultura, citada numa delação da JBS: Onyx Lorenzoni, da Casa Civil, acusado de ser beneficiário de Caixa 2 e Marcelo Álvaro Antônio (PSL), ministro do Turismo, suspeito de envolvimento com candidatas-laranja, na última eleição, em Minas Gerais, mesma irregularidade de que é acusado o ministro Gustavo Bebianno, da Secretaria Geral da Presidência da República.
Em Pernambuco, Lourdes Paixão foi candidata à deputada federal pelo PSL partido do presidente. Ela recebeu R$ 400 mil do Fundo Partidário e obteve 274 votos. O caso deflagrou uma crise no governo federal. Um grupo ligado ao presidente do PSL, Luciano Bivar, eleito deputado federal por Pernambuco, teria feito de Lourdes Paixão uma candidata "laranja".
Luciano Bivar foi eleito, no dia 1º de fevereiro o segundo vice-presidente da Câmara Federal. O dinheiro do fundo partidário foi enviado para a candidata pela direção do PSL, que tinha como presidente, na época, o atual ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno.
Isso não se trata de avaliação prematura de uma gestão, mas sim, de uma cobrança com relação à apuração e demissão dos envolvidos caso sejam culpados.
Demitir não é sinal de fraqueza, mas sim de estar em plena consonância com aquilo que foi exaustivamente dito durante a campanha eleitoral. Ou estavam vendendo laranjas podres no lugar de frutas boas?
Não adianta agora ficarem citando reformas que nem foram apreciadas como desculpa para simplesmente ganharem tempo. Não adianta dizer que no governo “X” ou “Y” era feito de forma igual ou pior. As gestões que passaram são parte da história, a atual de Jair Bolsonaro é a que está sob observação constante da nossa sociedade. 

Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger e Gestor Público.


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