A dificuldade não está nas
novas ideias,
mas sim em escapar as antigas.
John Maynard Keynes
Em 1807, uma das primeiras cidades a
serem invadidas pelo general Jean Androche Junot, braço-direito de Napoleão, foi Abrantes,
a 152 quilômetros de Lisboa, na margem do rio Tejo. ... “Está tudo como
dantes no quartel d'Abrantes”. Até hoje se usa a frase para indicar que nada
mudou.
O atual governo começou seu mandato de
quatro anos em crise, com muito disse me disse e tendo que explicar muitas
coisas que não deveriam estar acontecendo, principalmente depois do tom elevado
em sua campanha eleitoral contra o que ele identificava como corrupção e
absurdos do PT.
Ele nomeou ministros que estão
inseridos numa lista de maldizeres. São eles: Ricardo Salles, do Meio Ambiente,
acusado de improbidade; Luiz Henrique Mandetta da Saúde denunciado por fraude
em licitação; Paulo Guedes, da Economia, investigado por transações suspeitas
com fundos de pensão; Tereza Cristina, da Agricultura, citada numa delação da
JBS: Onyx Lorenzoni, da Casa Civil, acusado de ser beneficiário de Caixa 2 e
Marcelo Álvaro Antônio (PSL), ministro do Turismo, suspeito de envolvimento com
candidatas-laranja, na última eleição, em Minas Gerais, mesma irregularidade de
que é acusado o ministro Gustavo Bebianno, da Secretaria Geral da Presidência
da República.
Em Pernambuco, Lourdes Paixão foi
candidata à deputada federal pelo PSL partido do presidente. Ela recebeu R$ 400
mil do Fundo Partidário e obteve 274 votos.
O caso deflagrou uma crise no governo federal. Um grupo ligado ao presidente do
PSL, Luciano Bivar, eleito deputado federal por Pernambuco, teria feito de
Lourdes Paixão uma candidata "laranja".
Luciano Bivar foi eleito, no dia
1º de fevereiro o segundo vice-presidente da Câmara Federal. O dinheiro do
fundo partidário foi enviado para a candidata pela direção do PSL, que tinha
como presidente, na época, o atual ministro da Secretaria-Geral da
Presidência, Gustavo Bebianno.
Isso não se trata de avaliação
prematura de uma gestão, mas sim, de uma cobrança com relação à apuração e
demissão dos envolvidos caso sejam culpados.
Demitir não é sinal de fraqueza, mas
sim de estar em plena consonância com aquilo que foi exaustivamente dito
durante a campanha eleitoral. Ou estavam vendendo laranjas podres no lugar de
frutas boas?
Não adianta agora ficarem citando
reformas que nem foram apreciadas como desculpa para simplesmente ganharem
tempo. Não adianta dizer que no governo “X” ou “Y” era feito de forma igual ou
pior. As gestões que passaram são parte da história, a atual de Jair Bolsonaro
é a que está sob observação constante da nossa sociedade.
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