O erro acontece de vários
modos, enquanto
ser correto é possível apenas
de um modo.
Aristóteles
O eleitor que votou e elegeu o
candidato do PSL – RJ ao senado, Flávio Bolsonaro não conhecia e nem se
importou em pesquisar quem era o seu suplente imediato. Se o tivesse feito
perceberia que o partido colocou contra a vontade do candidato o empresário Paulo
Marinho (PSL), para fazer parte da chapa que concorreu e saiu vencedora ao
senado.
Esse empresário é suspeito na Justiça
de ocultar um patrimônio milionário em nome de parentes. E teve decretada pela
justiça a indisponibilidade de dois imóveis cuja propriedade é atribuída à
mulher e à sua filha para quitar dívidas com empresa de Nelson Tanure. O
credor também busca nos Estados Unidos o bloqueio de bens imóveis atribuídos a Marinho.
Os dois brigam na justiça por uma lide
milionária nos tribunais desde 2007. O primeiro suplente do filho do presidenciável
Jair Bolsonaro declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio de R$ 752,7 mil, pouco
diante dos valores envolvidos. Ou seja, as declarações não são checadas pela
Receita Federal e o TSE, se fosse, o empresário não poderia ser candidato,
afinal responde a processo e mentiu sobre seu patrimônio.
O nome do empresário é muito conhecido
da alta sociedade carioca. Destacou-se quando grampeado junto com Tanure numa
disputa empresarial com o banqueiro Daniel Dantas. Também ficou conhecido por
ter se casado com a atriz Maitê Proença, com quem tem uma filha. Aquela atriz
que até hoje recebe pensão militar mentindo sobre seu estado civil.
Atualmente Paulo Marinho é conselheiro
informal do prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), e participa do consórcio
que instalará uma roda gigante na região portuária da cidade. Mesmo com essa
ficha, percebemos que os políticos pouco se importam com esses “pequenos”
detalhes.
Quando o ex-prefeito de São Paulo João
Doria (PSDB) almejava candidatar-se à Presidência, organizou um jantar em sua
casa para o tucano. Como é bom viver no Brasil, a Justiça não incomoda os
políticos independentemente de serem ou não corruptos. Definitivamente no andar
de cima desfrutam a vida no país.
Marinho entrou na chapa do filho de
Jair Bolsonaro indicado pelo presidente do PSL, Gustavo Bebianno. Os dois
compuseram a cúpula do Jornal do Brasil quando a publicação estava sob
controle de Tanure, nessa época Marinho era o vice-presidente e Bebianno, diretor jurídico.
Flávio Bolsonaro, deputado estadual,
aceitou a contragosto a indicação de Marinho para sua suplência. O primogênito
do presidenciável e Bebianno vêm apresentando divergências desde a decisão de
abandonar o partido Patriota —projeto de Flávio— para ingressar no PSL, em
março.
A dívida de Marinho é resultado de
disputa por recursos ligados ao estaleiro Verolme. O agora candidato acusou o
ex-parceiro de não lhe repassar valores de cerca de R$ 100 milhões devidos no
negócio.
A querela foi parar em uma câmara
arbitral da FGV (Fundação Getulio Vargas). Marinho perdeu a disputa e orientado
a pagar R$ 1 milhão a Tanure, o que não ocorreu.
Após não encontrar bens suficientes em
nome do devedor, ela passou a apontar suspeitas de que Marinho ocultou dois
imóveis, avaliados em R$ 12,5 milhões, em nome da mulher e da filha.
Também chamou a atenção o fato de uma
empresa de consultoria de Marinho ter recebido R$ 43 milhões em 2005, mas não
apresentar qualquer patrimônio, bem como não ter declarado pagamento de
dividendos ao empresário.
"Pode-se verificar que, apesar de
ter recebido quantia significativa, nem a sociedade, nem seu sócio controlador
possuíam qualquer patrimônio ou valor em seu nome", escreveu em 2017 a
juíza Maria Lima, da 2ª Vara Empresarial.
Autor:
Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger e Gestor Público
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