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1 de fevereiro de 2019

Eleitores continuam sendo enganados!

O erro acontece de vários modos, enquanto
ser correto é possível apenas de um modo.
Aristóteles

O eleitor que votou e elegeu o candidato do PSL – RJ ao senado, Flávio Bolsonaro não conhecia e nem se importou em pesquisar quem era o seu suplente imediato. Se o tivesse feito perceberia que o partido colocou contra a vontade do candidato o empresário Paulo Marinho (PSL), para fazer parte da chapa que concorreu e saiu vencedora ao senado.
Esse empresário é suspeito na Justiça de ocultar um patrimônio milionário em nome de parentes. E teve decretada pela justiça a indisponibilidade de dois imóveis cuja propriedade é atribuída à mulher e à sua filha para quitar dívidas com empresa de Nelson Tanure. O credor também busca nos Estados Unidos o bloqueio de bens imóveis atribuídos a Marinho.
Os dois brigam na justiça por uma lide milionária nos tribunais desde 2007. O primeiro suplente do filho do presidenciável Jair Bolsonaro declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio de R$ 752,7 mil, pouco diante dos valores envolvidos. Ou seja, as declarações não são checadas pela Receita Federal e o TSE, se fosse, o empresário não poderia ser candidato, afinal responde a processo e mentiu sobre seu patrimônio.
O nome do empresário é muito conhecido da alta sociedade carioca. Destacou-se quando grampeado junto com Tanure numa disputa empresarial com o banqueiro Daniel Dantas. Também ficou conhecido por ter se casado com a atriz Maitê Proença, com quem tem uma filha. Aquela atriz que até hoje recebe pensão militar mentindo sobre seu estado civil.
Atualmente Paulo Marinho é conselheiro informal do prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), e participa do consórcio que instalará uma roda gigante na região portuária da cidade. Mesmo com essa ficha, percebemos que os políticos pouco se importam com esses “pequenos” detalhes.
Quando o ex-prefeito de São Paulo João Doria (PSDB) almejava candidatar-se à Presidência, organizou um jantar em sua casa para o tucano. Como é bom viver no Brasil, a Justiça não incomoda os políticos independentemente de serem ou não corruptos. Definitivamente no andar de cima desfrutam a vida no país.
Marinho entrou na chapa do filho de Jair Bolsonaro indicado pelo presidente do PSL, Gustavo Bebianno. Os dois compuseram a cúpula do Jornal do Brasil quando a publicação estava sob controle de Tanure, nessa época Marinho era o vice-presidente e Bebianno, diretor jurídico.
Flávio Bolsonaro, deputado estadual, aceitou a contragosto a indicação de Marinho para sua suplência. O primogênito do presidenciável e Bebianno vêm apresentando divergências desde a decisão de abandonar o partido Patriota —projeto de Flávio— para ingressar no PSL, em março.
A dívida de Marinho é resultado de disputa por recursos ligados ao estaleiro Verolme. O agora candidato acusou o ex-parceiro de não lhe repassar valores de cerca de R$ 100 milhões devidos no negócio.
A querela foi parar em uma câmara arbitral da FGV (Fundação Getulio Vargas). Marinho perdeu a disputa e orientado a pagar R$ 1 milhão a Tanure, o que não ocorreu.
Após não encontrar bens suficientes em nome do devedor, ela passou a apontar suspeitas de que Marinho ocultou dois imóveis, avaliados em R$ 12,5 milhões, em nome da mulher e da filha.
Também chamou a atenção o fato de uma empresa de consultoria de Marinho ter recebido R$ 43 milhões em 2005, mas não apresentar qualquer patrimônio, bem como não ter declarado pagamento de dividendos ao empresário.
"Pode-se verificar que, apesar de ter recebido quantia significativa, nem a sociedade, nem seu sócio controlador possuíam qualquer patrimônio ou valor em seu nome", escreveu em 2017 a juíza Maria Lima, da 2ª Vara Empresarial.

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger e Gestor Público

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