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16 de fevereiro de 2019

A difícil vida de um clube no interior de SP!

A dificuldade não está nas novas ideias,
mas sim em escapar as antigas.
John Maynard Keynes

Em São Paulo existem quatro divisões no futebol profissional do Estado. Na primeira divisão são quatro clubes chamados grandes e doze equipes do interior do Estado denominadas de “pequenos”. Entre estas estão o Guarani de Campinas que em 1978 foi Campeão Brasileiro, a Ponte Preta, equipe centenária da mesma cidade, que já esteve por muitos anos na primeira divisão do Brasileirão.
Entretanto, estes clubes menores não recebem cotas de TV significativas, nem ajuda da Federação Paulista de Futebol que é rica, porém, prefere gastar o dinheiro arrecadado com outras finalidades.
No último domingo (10/02/19), a equipe do Novo Horizontino da cidade de Novo Horizonte no interior de São Paulo, distante 415 quilômetros da Capital paulistana, recebeu o Corinthians para mais uma partida do Estadual. Receber um dos chamados grandes (Corinthians, Palmeiras, São Paulo ou Santos) é sinônimo de estádio com bom público e renda suficiente para ajudar nas finanças do clube.
No jogo em questão, o alto preço cobrado interferiu e fez com que o público pagante não fosse aquele desejado. Cobrar ingressos com preços elevados não é uma boa ideia, porém, os dirigentes ainda não aprenderam essa lição.
O público total foi de apenas 7.472 pagantes, cujos ingressos custaram entre R$ 10,00 para os sócios e R$ 240,00 Cadeiras cativas. Nas arquibancadas o preço ficou entre R$ 100,00 e R$ 120,00 reais.
A renda bruta atingiu R$ 350.560,00, porém, após os descontos o clube ficou com algo em torno de R$ 298.000,00 reais. O clube tem de arcar com diversas despesas que em tese deveriam ser de responsabilidade da Federação. Como por exemplo:
Taxa fixa de 5% para a FPF: R$ 17.528,00;
INSS 5% sobre a renda bruta: R$ 17.528,00;
Fundo de Promoção da FPF: R$ 3.506,00;
Controle de Doping – 1,50%: R$ 5.234,00;
Despesas diversas – 0,86%%: R$ 3.000,00;
Equipe de apoio – 0.93%: R$ 3.286,00;
Prestadores de serviços 0,52% R$ 1.804,00
Seguro da FPF para o público: R$ 75,00;
INSS dos prestadores de serviço: R$ 361,00
Esses valores perfizeram um total de R$ 52.322,00, ou seja, quase 15% da renda bruta do clube. Um percentual muito alto para ficar em poder praticamente da FPF, com exceção do INSS cobrado.
Imagine que são disputados cento e dez jogos somente na primeira divisão, onde em tese estão os clubes mais fortes no momento. Porém, são quatro divisões, que eleva este número para aproximadamente 440 jogos sob o comando da mesma FPF.
Além disso, ela arrecada com patrocinadores dos campeonatos e muito mais. Motivo pelo qual o futebol está cada dia mais pobre e as federações mais a CBF cada ano mais ricas, com seus dirigentes gastando com imóveis, carros de luxo, Iates, viagens ao exterior, entre outras coisas.
O exemplo usa um jogo do Corinthians, no Estado mais rico da Nação, com transmissões da Rede Globo e SporTV, imaginemos então quais são as dificuldades dos clubes pequenos do Maranhão, Piauí, Pará, Mato Grosso e demais Estados?

Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger e Gestor Público.

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