Há pessoas neste mundo que
gastam todo
o seu tempo à procura da
justiça, não lhes
sobrando tempo algum para a
praticarem.
Henry Billings Brown
Com uma frequência assustadora
assistimos o noticiário divulgar quase que diariamente a ocorrência de
tragédias das mais diversas em nossas cidades. Incêndios, alagamentos,
desmoronamentos, naufrágio de barcos e balsas, desastres ambientais, etc.
Com eles se vão vidas, muitas ficam
com sequelas físicas e mentais para o resto da vida. Sem contar os prejuízos
diretos para a sociedade, o Estado e o meio ambiente.
Em comum, boa parte delas poderia ser
evitada se a sociedade cumprisse as leis e, se o governo em seus três níveis de
poder aplicassem as regras e leis existentes.
O brasileiro em geral não leva a sério
muitas coisas, pensa que o problema é dos outros e não de todos. Muitos ignoram
as leis, as regras de segurança, os avisos de proibição e com isso acabam se
expondo a riscos desnecessários.
O governo em toda sua extensão não
fiscaliza aquilo que as leis preconizam, muitas vezes sequer dá o exemplo tão
importante para que todos possam perceber a importância daquilo que está sendo
proibido.
Assim, barragens que deveriam ser
proibidas ou fechadas acabam sendo aprovadas mesmo que o relatório de
fiscalização assim preconize, pois alguém em algum alto escalão trocou o
cumprimento da lei por propina ou favores diversos.
O brasileiro comum muitas vezes não
respeita regras contra a pesca predatória, não consegue sequer dar seta no seu
veículo, respeitar semáforos ou a famosa placa de PARE nos cruzamentos espalhados
pelas nossas cidades.
As prefeituras não se adequaram a Lei
Ambiental com relação aos seus antigos lixões. O cidadão comum joga lixo nos
terrenos e dos seus carros quando está se locomovendo. Ou seja, nem a sociedade
nem o Estado praticam aquilo que se chama ordem e progresso.
Incêndios acontecem por faltas de
cuidado ou descumprimento de normas de segurança em prédios comerciais e
edifícios residenciais. Pessoas colocam fogo em terrenos para não gastarem com
o serviço de limpeza. Outros queimam área na lavoura e acabam colocando em
risco matas ciliares e grandes extensões de reservas ambientais.
O oceano e os nossos rios são
verdadeiros depósitos de lixo, poluindo e matando a vida de centenas de animais
da nossa fauna. O sujeito vai à pescaria ou a um passeio e tem a capacidade de
jogar garrafas Pet no rio ou na mar. O famoso povo contra o povo.
De que adiantam termos tantas leis, se
não temos fiscalização a altura e nem educação para podermos viver em sociedade
no Brasil? Como explicar que o Senado Federal com 81 membros eleitos pelo povo
consegue numa eleição interna ter 82 votos?
A nossa maior tragédia está nos bancos
escolares e no seio das nossas famílias onde a educação deixou de ser
prioridade, os pais vivem alheios à necessidade de formar um filho para o
mundo, ao invés disso estão criando pequenos monstros sem educação, sem
respeito e que não conseguem da adolescência em diante ouvir não como resposta.
Autor:
Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger e Gestor Público.
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