“A história é uma galeria de quadros em
que há poucos originais e muitas cópias".
O presidente argentino Maurício Macri,
está sendo ajudado pelo governo brasileiro, que atrasa as investigações sobre
os negócios obscuros dele em solo brasileiro.
Isso é feito com o retardo do envio
das informações, solicitadas nas investigações do Escândalo Panamá Papers, que
reúnem milhares de documentos sobre lavagem de dinheiro, contas em paraísos
fiscais, ocultação de bens e sonegação fiscal.
A proximidade de Temer com Macri não
se prende apenas aos laços ideológicos, a identidade e os pensamentos em comum.
Enquanto Temer vê seu governo á margem de um grande escândalo, com as denúncias
e delações da Lava Jato, que pode pegar vários de seus principais aliados,
Macri teme o mesmo com a Operação Panamá Papers.
O envolvimento do presidente argentino com o
escândalo internacional Panamá Papers tem uma conexão brasileira que apareceu
graças a um descuido de Macri. Segundo ele, a Fleg Trading, uma Offshore aberta
nas Bahamas em 1998, foi concebida para tocar um dos negócios da família no
Brasil, que seria o Pague Fácil, empresa de cobrança eletrônica.
As suspeitas que se transformaram em
evidências no processo, dizem que Macri e sua família usavam a Companhia nas
Bahamas, para injetar no Brasil quase dez milhões de dólares de procedência
completamente desconhecida.
Diante dos fatos, um juiz argentino
determinou que fossem pedidas informações ao Brasil. O caso corre sob segredo
de justiça, mas a Revista Carta Capital teve acesso ao pedido feito em 09 de
maio de 2016.
O pedido requer dados societários das
empresas Fleg, Global e Owners (Nome de sócios, dirigentes e representantes) e
também dados bancários de pessoas físicas e jurídicas vinculadas às três
empresas, bem como registro de saques, depósitos e transferências.
A solicitação está parada no DRCI –
Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação ligado ao Ministério da Justiça,
comandada hoje pelo tucano Alexandre Moraes, assim como o ministro das relações
exteriores José Serra, cujo ministério recebeu o pedido argentino.
Razão suficiente para entendermos o
porquê da má vontade para com um pedido da justiça argentina, justamente com o
amigo do presidente Temer. Ah se fosse uma investigação de Nicolás Maduro ou
Evo Morales.
Essa atitude do governo brasileiro, no
mesmo momento em que o senador Romero Jucá (PMDB) e os seus colegas da Câmara
tentam frear a Lava Jato dando um passa moleques nos processos de Anistia a
Crimes de Caixa 2, demonstram que a postura do PMDB, não é aquela sonhada por
quem avalizou o processo de Impeachment nas ruas brasileiras.
Afinal de contas, corrupção é crime
aqui no Brasil, na Argentina ou na Nova Zelândia, independente de quem a
pratique. Obstruir a justiça também é um ato criminoso em qualquer canto do
mundo.
A promotoria do país vizinho
percebendo a falta de empenho das autoridades brasileiras começaram a acionar
os registros de migração para saber se Macri, seu pai ou qualquer outro
familiar estiveram no Brasil à época dos acontecimentos.
O jornal Perfil apurou que Macri e seu
irmão estiveram no Brasil dias 11 e 12 de agosto de 1998, um mês antes da
injeção de 9,3 milhões de dólares via Fleg, que possui uma filial aqui desde
2002.
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