Com o passar dos anos, tínhamos a nítida impressão que o mundo fosse melhorar, que o ser humano fosse evoluir e na mesma proporção, o planeta estaria sendo cuidado com maior e melhor atenção ao seu meio ambiente, suas águas cristalinas e seus oceanos, rios e matas.
Essa impressão era decorrente da imagem de que com o passar do tempo, o ser humano fosse melhorando assim como o vinho nos toneis de madeira. Porém, com toda a evolução tecnológica e o aprendizado advindo do século XXI, me parece que o homem involui numa rapidez assustadora.
Não vou me ater desta vez aos ranços ideológicos, aos movimentos de extrema direita ao redor do planeta. Mas sim, ao nosso cotidiano sofrível que é prova irrefutável da involução de uma parcela significativa dos seres ditos humanos.
Claro que não devo nem posso generalizar, afinal Deus me colocou no berço de um país de terceiro mundo, com todas as dificuldades e as semelhanças com uma espécie de umbral entre os povos.
Claro que podem me lembrar da vida no continente africano, porém, estes foram vilipendiados pelos países europeus que até outro dia estavam sugando suas riquezas, impondo regimes, investindo em grupos paramilitares e nos grupos terroristas que são piores do que os maus governos da região.
Podem me lembrar de países pobres como Bangladesh e outros na Ásia imensa e distante. Mas, ao contrário destes países o Brasil vive numa democracia há 40 anos, depois de uma ditadura militar que dominou o país ao longo de 21 anos.
Temos democracia, temos uma parcela considerável de extensão de orla marítima, a floresta amazônica, matas, cerrado, minerais abundantes, riquezas infindas que sempre trouxeram a mente o sonho da eterna utopia de sermos um dia uma potência econômica mundial. Pois o tempo passou e nem no futebol somos mais a referência.
Nossa gente, por preguiça, ignorância ou abdução por parte de políticos péssimos, não quer trabalhar, deixa de estudar precocemente e se tornam uma legião de “Nem nem“. Nem trabalham nem estudam. Deixaram de ler livros, revistas e jornais para se dedicarem a acreditar em Fake News disseminadas por grupos políticos extremistas. Vários jovens se imiscuíram a células neonazistas no sul do país. Os brasileiros por influência de políticos nefastos tornaram-se negacionistas e não tomam nem levam os filhos para se vacinarem, trazendo de volta ao país doenças antes erradicadas.
Como enfim acreditar no ser humano que vive no Brasil? Que futuro podemos sonhar a partir de jovens que não leem, não exercem seu direito ao voto e fazem parte da legião dos ausentes nas eleições municipais e gerais de dois em dois anos?
O maior problema do Brasil não está no governo federal, nem no congresso Nacional ou nos governos estaduais e municipais, mas com absoluta certeza está naqueles que os elegem e são apenas 60% do eleitorado, porque, os demais 40% se abstém, votam nulo ou em branco. Com isso, favorecem a eleição de políticos que trabalham contra os mais pobres e a favor dos milionários, tornando impossível avanços em quaisquer segmentos da Nação.
Temos uma legião de homens que não foram educados para receber um “Não”. Qualquer rompimento de relacionamento é um assassinato, tornando nosso país recordista de feminicídios. No trânsito, as armas que Bolsonaro liberou para defesa de patrimônio, de forma mentirosa, são usadas para matar quem ousa brigar ou buzinar para essa brava gente brasileira. Nunca se matou tanto neste país como depois de 2018.
Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Acadêmico da ABLetras, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.
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