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17 de julho de 2024

Atentado ou montagem quase perfeita?

  

Confira o que se sabe sobre Thomas Crooks, que atirou contra Trump  Agência Brasil.

Ex-agentes do serviço secreto americano, assim como, muitas pessoas ao redor do planeta questionam alguns pontos sobre o suposto atentado que feriu a orelha de Donald Trump. Os questionamentos passam pelos recursos de segurança adequados - e se os alertas sobre o atirador foram repassados.

Após o ataque ao comício do ex-presidente Donald Trump no sábado (13), várias questões importantes surgiram para serem respondidas ao público. Trump ficou ferido e um espectador foi morto no ataque de Thomas Matthew Crooks, na Pensilvânia. Entre as funções do Serviço Secreto, está a proteção do presidente, vice e ex-presidentes do país. A investigação do incidente está a cargo do FBI.

À medida que os EUA exigem respostas, o Serviço Secreto disse que está trabalhando para descobrir "o que aconteceu, como aconteceu e como podemos evitar que um incidente como este volte a ocorrer".As dúvidas que começaram a surgir e dar ao episódio ares de fakada fake, desta vez sem arma branca, nos fazem questionar o seguinte:

O croqui da área onde ocorreu o comício é dentro de uma área aberta, muito fácil de ser verificada previamente pelo Serviço Secreto, política e demais autoridades.

Por que então o telhado onde estava o atirador não foi protegido com antecedência?

Fica no ar a dúvida sobre como o atirador subiu ao local e teve acesso sem ser incomodado pelos policiais. O local era vulnerável e segundo consta uma ou duas pessoas alertaram os policiais sobre a presença do atirador naquele local que ficava a pouco mais de 130 metros de Trump. Além da questão do acesso, foi sugerido que a linha de visão do telhado para a área onde estava Trump deveria ter sido bloqueada.

Alertas sobre o atirador foram repassados?

Uma testemunha ocular do tiroteio disse à BBC que ele e outras pessoas haviam "claramente" avistado Crooks rastejando pelo telhado com um rifle. Eles alertaram a polícia, mas o suspeito continuou se movendo por vários minutos antes de disparar os tiros e ser morto, segundo a testemunha. O agente especial do FBI Kevin Rojek admitiu que foi "surpreendente" o fato de o atirador ter conseguido abrir fogo. O xerife local confirmou que Crooks foi avistado por um policial, que não conseguiu detê-lo a tempo.

Algo que ainda não está claro é se essa informação chegou aos agentes que protegiam Trump ou se tudo estava dentro que foi programado antecipadamente. Crooks já estava no radar das autoridades, de acordo com policial que falou anonimamente com a emissora CNN. Essa pessoa disse que os policiais acharam que o jovem estava agindo de forma suspeita perto dos magnetômetros (equipamento que consegue identificar objetos metálicos) do evento. Essa informação teria sido transmitida ao Serviço Secreto.

O Serviço Secreto dependeu demais da polícia local?

O atirador disparou os tiros a partir de uma área que a polícia descreveu como "anel secundário", que era patrulhado não pelo Serviço Secreto, mas por policiais locais e estaduais. Um ex-agente do Serviço Secreto disse que esse tipo de arranjo só funciona quando há um plano claro sobre o que fazer quando um perigo é detectado. "Quando você depende dos parceiros locais, o melhor é ter tudo planejado cuidadosamente e informar a eles o que você espera que façam em relação a uma ameaça", disse Jonathan Wackrow ao jornal Washington Post. O xerife local admitiu que houve "uma falha", mas afirmou que não havia uma única parte culpada.

O evento recebeu os recursos adequados?

Um ex-chefe do Comitê de Supervisão e Responsabilidade da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos sugeriu que o Serviço Secreto estava "muito sobrecarregado". Isso teria levado ao problema de a polícia local não ter sido "treinada" para garantir um evento como o comício de sábado. Jason Chaffetz, que já relatou na Câmara falhas do Serviço Secreto, disse ao Washington Post que não há outra situação com mais ameaça do que os eventos envolvendo Trump ou o presidente Biden, mas que isso não foi refletido na presença de segurança na Pensilvânia.

O Serviço Secreto negou as acusações de que um pedido da equipe de Trump para reforçar o pessoal de segurança tinha sido recusado antes do comício. No entanto, o Post relatou ter visto uma troca de mensagens na qual um ex-membro do Serviço Secreto perguntou a colegas como o suspeito conseguiu levar uma arma para tão perto de Trump. Ele teria recebido a resposta: "Recursos". Em um comunicado, a chefe do Serviço Secreto, Kimberly Cheatle, disse que foram feitas mudanças para a segurança da Convenção Nacional Republicana, que começa em Milwaukee, em Wisconsin, nesta segunda. Ela afirmou estar "confiante" no plano.

Trump foi retirado do palco rápido o suficiente?

Os agentes que protegeram Trump receberam elogios, incluindo o de Robert McDonald, um ex-agente que afirmou que fizeram um "trabalho bom", apesar de não haver um "manual exato" sobre o que fazer em tal situação. Mas também surgiu a pergunta se foram rápidos o suficiente para levar o ex-presidente rapidamente para dentro de um veículo. Imagens do incidente mostram os agentes rapidamente formando um escudo ao redor do ex-presidente logo após os tiros, mas então parecem pausar enquanto Trump pede para pegar seus sapatos.O ex-presidente continuou cumprimentando seus apoiadores com o punho erguido.

Um veterano do Serviço Secreto disse ao New York Times que não teria esperado. "Se fosse eu ali, não. Estamos indo, e estamos indo agora", disse Jeffrey James. "Se fosse eu, estaria comprando um novo par de sapatos para ele."Enfim, jamais saberemos a verdade, assim como em outros episódios que envolvem autoridades do porte de Trump. Se nem aqui no 3º mundo a verdade da suposta fakada vieram a tona, como esperar que esse tiro disparado sem que ninguém tivesse previsto e feito a varredura do local, seja esclarecido de verdade?

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Acadêmico da ABLetras, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.

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