Seguidores

1 de julho de 2024

O descaramento deles é algo para ser estudado

 

O clã da Federação da Indústria do Estado de São Paulo - Fiesp nunca escondeu sua veneração pelo capitalismo, sua ideologia de direita e o apoio aos candidatos desse espectro ideológico, bem como o ódio a Lula e a esquerda concomitantemente.

No passado recente tivemos um presidente da Fiesp, Mário Amato, que afirmou que iria sair do Brasil caso Lula vencesse a eleição. Lula venceu e ele não largou sua indústria e sua riqueza para viver noutro país.

Em outro momento tivemos Paulo Skaf apoiando nas ruas o golpe contra a democracia e Dilma Rousseff, então presidente eleita pelo voto. Mandou fazer um pato amarelo gigante para ser utilizado nas manifestações. Claro que depois que surgiram suspeitas e denúncias contra sua gestão, ele sumiu e enfiou o pato amarelo na garagem.

O substituto de Skaf, ao conceder uma entrevista à Folha de SP, abriu seu coração sem pudores deixando transparecer o que ele e todos os demais empresários daquela organização pensam sobre os trabalhadores que levam riqueza para eles e ajudam a manter seus negócios.

Numa entrevista concedida ao jornalista Fernando Rodrigues ao responder à pergunta: “O custo do empregado para o empregador está relacionado diretamente aos direitos que os trabalhadores possuem, como é possível reduzir o valor que se paga aos empregados sem reduzir os seus direitos?” A resposta do Sr. Benjamim Steinbruch foi a seguinte:

“Por exemplo, se você vai hoje a uma empresa nos Estados Unidos, aqui os trabalhadores tem uma hora de almoço, normalmente não é necessária uma hora de almoço, porque o ‘cara’ não almoça em uma hora. Nos EUA você vê o ‘cara’ almoçando ou comendo um sanduíche com a mão esquerda e operando a máquina com a mão direita e tem 15 minutos para almoço. Então eu acho que se o empregado se sente confortável em poder eventualmente diminuir esse tempo por que a lei obriga que ele tenha esse tempo de uma hora no Brasil?”

Percebam que o todo poderoso não discute a questão dos salários pagos nos EUA, que são muito maiores do que aqueles recebidos pelos operários e demais trabalhadores no Brasil. No momento da comparação eles só querem falar dos benefícios ou dos direitos conquistados ao longo de décadas e com muito suor.

Para o empresariado seria correto ter quinze minutos de almoço, não haver férias e nem 13º salário. Até porque esses homens brancos, héteros e descendentes de famílias que construíram seus impérios com a égide da escravidão é inaceitável ver o pobre trabalhador conquistar algo, mesmo que seja um simples direito trabalhista.

Por estes empresários estaríamos vivendo ainda nos tempos obscuros e criminosos da escravidão. Os seus empregados não seriam chamados de colaboradores e não iriam possuir carteira assinada e muito menos FGTS.

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Acadêmico da ABLetras, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.

Nenhum comentário: