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1 de julho de 2024

A opressão contra a população LGBT, negros, negras e mulheres, é a desumanização escancarada!

  

Brasil de Fato - Brasil de Fato - Seja com a mulher que reivindica o direito reprodutivo ou com o casal homoafetivo que volta para casa no transporte público, a pedagogia da opressão é certeira. Foto Tânia Rego da Agência Brasil.

A subalternidade é uma condição imposta desde o domínio colonial, pela exploração material, ideológica e pela força.

Uma pessoa ou um grupo não pode ser subalterno por natureza. Se há esta condição, ela está diretamente ligada a necessidade de um “outro” em hierarquizar para dominar, assim ao longo dos séculos lidamos com a contradição contínua entre o mito do progresso em direção ao bem comum e a realidade das formas de opressão que nos levam em direção a barbárie e cá estamos, a universalização de um certo tipo específico de ser humano nos empurra para a contínua desumanização de todo o “resto”.

Se ainda não entendeu, imagine que você está exercendo seu direito fundamental de existir, ser e estar no mundo como sujeito de sua própria vida, então algum desconhecido vem até você manifestando hostilidade e violência. Não há exatamente um motivo para isso, a não ser o fato de que sua existência o incomoda.

Seja com a mulher que reivindica o direito reprodutivo ou com o casal homoafetivo que volta para casa no transporte público, a pedagogia da opressão é certeira, constranger, dominar, explorar e extinguir qualquer direito humano para que assim também se exclua o direito à humanidade.

O nó que amarra as opressões, embora não seja responsabilidade de um indivíduo especifico, é tensionado por um agente bem treinado para isso, o tal do homem, branco, heterossexual, que tem como horizonte o domínio de sua masculinidade frágil sob qualquer sujeito que lhe pareça uma ameaça. O problema é que esse sujeito vê tudo que não é espelho como ameaça que deve ser aniquilada. No domingo, isto aconteceu dentro de um ônibus em Curitiba, as circunstâncias revelam um modo de agir cruel e comum, a prática de subalternizar, humilhar, desumanizar e destruir a vida de qualquer um que se mostre diferente ou que defenda a diversidade.

Para cada Oziel que se levanta, há milhares de homens que silenciam, que justificam e perpetuam a lógica sistêmica que mantêm seus privilégios intactos, a mensagem passada segue sendo a mesma: “Não se meta, ou você também será punido”. Nesse cenário em que se proliferam machos alfas disfuncionais, precisamos retomar a cobrança e o constrangimento coletivo desses que reivindicam sua humanidade às custas da vida alheia.

Autor: Fernan Silva – Artigo publicado no Brasil de Fato.

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