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14 de setembro de 2023

A nossa grande mídia é cúmplice e conivente!

 

Estamos vivendo um momento complicado em termos de comunicação escrita, falada e televisiva. Sempre estiveram ao lado do poder, dos empresários poderosos, dos ricos e do dinheiro. Ajudaram indiretamente o golpe militar em 1964, quando faziam parte do esquema que culminou com os militares no poder amparados pelos americanos. Basta pesquisar e verá Folha, Estadão e o famigerado grupo Globo ao lado dos militares. Quando o regime militar estava agonizando, demoraram muito tempo até começarem a divulgar o movimento das Diretas Já que tomavam as praças e ruas das grandes capitais.

A campanha pelas Diretas Já conquistou as ruas depois do histórico comício de 25 de janeiro de 1984, na Praça da Sé, no dia do aniversário da cidade. Organizado pelo governador Franco Montoro, o ato contou com diversos partidos políticos, lideranças sindicais, civis e estudantis, além de artistas e atletas. Até aquele momento, a Rede Globo, por exemplo, fingia que nada estava acontecendo no país. Foi levada de roldão pela força do movimento popular.

Veio a redemocratização e a volta das eleições diretas para presidente da república em 1989. De que lado a grande mídia ficou? Claro que do empresário Fernando Collor de Melo, apesar de haver mais de 20 opções no primeiro turno. A Globo novamente abraçou a campanha de Collor com toda sua força e recursos financeiros e fez de tudo para que ele se saísse vencedor no segundo turno contra Lula.

Veio o Impeachment e não demorou para que a mídia estivesse posicionada junto com os setores mais retrógrados do país, ao lado do mercado financeiro, dos setores do agronegócio, industriais e banqueiros. Assim, ficaram até a eleição de 2014.

Quando Aécio Neves foi surpreendido com a derrota com pequena margem de votos, ele e a grande mídia explodiram de ódio e começaram, logo em seguida, a tramar a queda do PT, antes que Lula pudesse se candidatar na eleição seguinte de 2018.

Era urgente um golpe, mas este tinha de ser bem feito. Acusaram Dilma de tudo, porém não conseguiram provar nada contra a presidente. Não havia dinheiro em Offshores, não havia dinheiro em paraísos fiscais, nem na Europa ou EUA. Não tinham provas de corrupção e começaram então a buscar desesperadamente um motivo para poder dar início ao golpe.

As tais pedaladas fiscais foram amparadas por Janaína Paschoal, uma antipetista que queria holofotes e poder a todo custo, além dos juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale Júnior. Hoje, em 2023, todas essas acusações foram retiradas e ficou escancarado que era um golpe contra a democracia e uma presidente eleita pelo voto.

Porém, a presença do traidor Michel Temer não garantiria a vitória em 2018. O golpe se estendia e era preciso tirar Lula da política. Como fazer? Com a ajuda do juiz que enterrara o maior escândalo de corrupção do país, que foi o Banestado, aquele que tinha envolvimento de donos da Globo, mídia em geral, empresários de grosso calibre e políticos de direita.

Pois este foi chamado para montar um esquema para prender Lula, desgastar sua imagem e se possível levá-lo a prisão. Novamente com a ajuda fundamental da grande mídia, Estadão, Globo e Folha começaram a massacrar Lula. Moro não tinha provas, embora tenha vasculhado com a ajuda de seus promotores a vida do político, não encontraram evidências de corrupção, dinheiro em contas no país ou exterior, sequer tinham imóveis em nome do ex-presidente.

A única saída foi usar um Triplex no Guarujá que não pertencia a Lula, tanto que nunca apresentaram escritura lavrada pelo CRI da cidade dando conta de que o imóvel era de Lula ou alguém de sua família. E usaram um sítio em Atibaia que pertencia ao empresário Fernando Bittar, amigo do ex-presidente, como se Lula tivesse promovido benfeitorias no imóvel. Provas fracas, que foram todas anuladas pelo STF.

Mas o estrago estava feito e veio então a candidatura do pior político e ser humano que este país já produziu – Jair Messias Bolsonaro, expulso do exército, membro do baixo clero da Câmara por 27 anos. Ele era a esperança de recolocar a direita no poder. Não havia dúvidas: a grande mídia ficou ao lado de Bolsonaro e ele venceu a eleição. Em seguida, pagou a dívida para com Moro e o levou para ser Ministro da Justiça, com a promessa de indicá-lo ao STF.

Como a palavra de Bolsonaro não vale nada, tudo deu errado, Moro caiu em descrédito e Bolsonaro fez uma das piores gestões que se tem notícia desde a instauração da nossa república. Entretanto, mesmo após todas as denúncias contra Moro e Bolsonaro, incluindo lavagem de dinheiro, apropriação de bens da União, morte de milhares de pessoas pela falta da compra de vacinas, Estadão, Folha e Grupo Globo permanecem ao lado de Bolsonaro, Moro, Lava Jato e a extrema direita com sua podridão, com seu fascismo, com as células neonazistas e toda corrupção do Centrão.

Ao longo da nossa história política, a grande mídia sempre esteve do lado contrário ao povo, sempre apoiando o dinheiro, o poder, os grandes empresários que sonegam bilhões em impostos e previdência.  

Esta foi a capa do Estadão abaixo, do dia 17 de setembro de 1935. O capitalismo vinha da crise de 29 e revoluções socialistas estavam eclodindo pelo mundo. Vcs sabem qual foi a postura das elites e dos jornais que servem como seus porta-vozes? Apertaram o botão de pânico e aderiram ao nazismo/fascismo para combater o "Comunismo malvadão". Toda vez que vcs verem um editorial do Estadão contra o Lula, lembrem-se desta capa de jornal e da função que o Estadão exerce em defesa dos interesses das elites. Se o Estadão é contra, significa que os poderosos estão incomodados. E, obviamente, nós não somos da elite. Por isso, os interesses dos editorias da mídia burguesa são diferentes dos nossos.

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.

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