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1 de dezembro de 2021

Dólar alto afeta muito mais do que a sociedade imagina!

Na gestão do traidor Michel Temer, um presidente que saiu com sete processos de corrupção nas costas e permanece solto e sem ser julgado, os combustíveis começaram a ser dolarizados pela Petrobras. O governo de Bolsonaro começou em janeiro de 2019 e nada mudou: os preços dos combustíveis começaram a ter aumentos semanais, assim como os botijões do gás de cozinha.

Atendendo o mercado financeiro, grandes investidores e exportadores, o dólar subiu para patamares nunca antes vistos na economia nacional. Bolsa em alta, dinheiro entrando e sendo enviado para paraísos fiscais e empresas offshores.

Entretanto, a inflação temida voltou e a alta do dólar, embora beneficie uma camada privilegiada, traz prejuízos severos à boa parte da nossa sociedade.

A alta no dólar consiste no aumento do preço do dólar frente ao real. Dessa forma, o preço do dólar em reais, ou seja, sua cotação, é definida pela relação de oferta e demanda entre a moeda americana e a brasileira. Assim, quando há uma maior procura de dólares no Brasil, há uma alta no dólar.

O mercado de câmbio no Brasil funciona sob o regime de câmbio flutuante, portanto, em tese não há intervenção alguma nesse mercado. Esse regime faz com que a cotação do dólar varie livremente apenas sob a lei de oferta e demanda entre a moeda americana e a brasileira.

As consequências da alta do dólar também chegam à microeconomia, uma vez que a moeda também está presente nas transações financeiras brasileiras. Por exemplo: se o governo ou empresários têm empréstimos nessa moeda e há uma valorização da cotação, a dívida ficará maior em moeda nacional.

Além disso, empresas que necessitam de insumos provenientes do estrangeiro também são prejudicadas, uma vez que elas devem optar por passar os maiores custos de produção para o consumidor (o que pode diminuir as vendas) ou diminuir sua margem.

Apesar do dólar não ser a moeda corrente no Brasil, seu valor em reais possui um impacto direto na vida de todo consumidor brasileiro. Sendo assim, ele ocorre, sobretudo, porque uma parte relevante dos produtos ou é importada ou têm alguma relação com produtos importados.

Portanto, quando a moeda americana está alta, a tendência é que isso gere inflação na economia brasileira. A relação dos produtos consumidos no Brasil com o dólar é mais estreita do que aparenta. Por exemplo: o pão que a maioria dos brasileiros consome todos os dias é produzido por aqui. Entretanto, o trigo, que é um insumo básico para a produção dos pães, é importado. Dessa forma, uma valorização do dólar pode acarretar na alta do preço do pão para o consumidor final.

Além disso, há outros casos nos quais essa relação é mais direta, como nos produtos eletrônicos, como celulares e computadores: esses itens são produzidos no exterior e o produto final é importado pelo Brasil.

Tudo fica mais caro na vida do brasileiro, uma vez que nosso parque industrial sucateado praticamente adquire tudo no exterior e isso encarece os produtos que aqui são comercializados.

O governo não está demonstrando nenhuma preocupação com a alta do dólar, nem com a inflação ou com os preços obscenos dos produtos nas prateleiras dos supermercados e nos postos de combustíveis. Tanto que o Ministro da Economia não fez nenhum movimento no sentido de promover ajustes que venham a resolver esse problema e reduzir a inflação.


Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.

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