Seguidores

9 de dezembro de 2021

Algo difícil de ser digerido!

 A suposta dobradinha para a chapa presidencial entre Lula (PT) e Alckmin, este ainda no (PSDB), é daqueles arranjos difíceis de serem digeridos por ambas as partes envolvidas. 

Se pelo lado dos tucanos, fazer uma campanha para a presidência ao lado de Lula, uma pessoa que eles demonizaram anos a fio, e tinham ou tem ojeriza, é complicado justificar aos seus amigos e correligionários, o inverso também é muito verdadeiro.

Afinal, o tucano foi vice e governador várias vezes nos últimos 27 anos em SP, período em que sempre isolou o PT, a esquerda e manteve MP e Justiça sempre longe das investigações das suas gestões. Tanto que escândalos como os do Cartel dos Trens, Desvio das Merendas, Propinoduto do Rodoanel, e outros processos foram abortados na ALESP ou tratados sem o devido rigor pelo MP/SP.

Ainda faltam meses até a eleição geral de outubro de 2022, tempo suficiente para que candidaturas e coligações sejam discutidas, amadurecidas e então firmadas pelos partidos. Se a intenção de Lula é ter alguém de centro na sua chapa, vários nomes podem ser escolhidos sem ser o de Geraldo Alckmin.

Até porque no interior do Estado de SP, tem muita gente tendo convulsões nervosas só por imaginar como vão explicar aos seus amigos essa união com o Lula. Assim como a esquerda dentro do partido dos trabalhadores está à base de rivotril para suportar essa suposta aliança na chapa que irá concorrer à presidência da república em 2022.

Se os estrategistas dos partidos acreditam que a presença de Alckmin pode angariar votos nas regiões sul e sudeste, é bom também, imaginarem que esse nome não acrescenta nada para o sofrido povo do norte e nordeste, que nunca foram muito favoráveis aos tucanos nas últimas eleições gerais. Estas duas regiões concentram aproximadamente 53 milhões de eleitores, cerca de 35% do eleitorado do país.

As discussões e os nomes de pré-candidatos estão apenas começando a surgir no cenário político e midiático. Alguns são apenas balões de ensaio que tentam medir a temperatura do nome para saberem com exatidão qual a aceitação junto ao eleitorado em pesquisas feitas pelos institutos especializados.

O certo é que nosso país, depois de 2016, entrou numa espiral que nos levou ao fundo do poço na economia, nas relações exteriores, no comércio exterior e nas relações diplomáticas e, para consertar esse estrago gigante, será preciso muito mais do que simples nomes, intenções e boa vontade. As próximas duas ou três gestões do país vão ter um trabalho hercúleo para trazer o Brasil de volta ao patamar em que ele se encontrava nos tempos em que havia governo.

Para conseguir êxito é preciso contar com a improvável possibilidade de formação de um Congresso Nacional com deputados e senadores muito diferentes dos que estão atualmente naquela casa. Os eleitores precisam se conscientizar da necessidade premente de eleger gente capacitada, honesta e com foco no país, algo que não vem acontecendo desde há muito tempo. Talvez há uns 30 anos não temos um Congresso Nacional com este perfil que tanto necessitamos.

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.

Nenhum comentário: