Seguidores

5 de novembro de 2018

Um déficit inaceitável!

Não tenha medo de ter opiniões excêntricas.
Toda opinião hoje aceita já foi, um dia, excêntrica.
Bertrand Russell

Não existe governo perfeito, porém, há muito tempo, ouvimos governantes e partidos políticos reclamarem do tempo disponível para fazerem as transformações necessárias, reformas, enfim, governar com qualidade deixando para a posteridade marcas de suas gestões.
É fato que um período de 24 anos é muito mais do que suficiente para que um partido político, com vários gestores, possam realizar muitos trabalhos em prol de uma sociedade.
No caso de SP, existe uma quebra desse paradigma, visto que, em 1995 o PSDB subiu ao poder no Estado mais rico da nação com Mário Covas, reeleito em 1998, morto em 1999, foi substituído por seu vice Alckmin, reeleito em 2002. Em 2006, assume José Serra, voltando novamente Alckmin em 2010 para ficar até 2018.
A saga não para, tendo João Dória vencido novamente as eleições para ocupar o mesmo cargo de 2019 a 2022. Se completar a gestão a frente do governo do Estado estarão por vinte e oito anos governando o mesmo Estado ininterruptamente.
A Coreia do Sul, depois de ver seu país dividido por uma guerra é um exemplo concreto de que este período de tempo é mais do que suficiente para grandes realizações. Até 35 anos atrás, os sul-coreanos eram mais pobres do que os brasileiros. O PIB (Produto Interno Bruto) per capita do país asiático era inferior ao do Brasil. Hoje, não há comparação possível e os números daquele país asiático são três vezes mais altos: em torno de 27.200 dólares contra 8.600 dólares do Brasil, segundo o Banco Mundial.
Além do exemplo da Coreia, podemos incluir a Arábia Saudita, China, Índia, Indonésia, Japão, Chile, México, Turquia e Malásia. Vinte e quatro anos é um período demasiado para ser desperdiçado como foi feito na gestão tucana em SP. Um exemplo péssimo de má gestão ao longo da linha do tempo desde 1995.
Muitos são os exemplos que poderiam ser elencados e discutidos neste espaço, mas ficarei com a segurança pública. Quando assumiram o governo paulista, os efetivos da Polícia Militar e Civil eram suficientes para combater a criminalidade.
Hoje, passados vinte e quatro anos, temos um déficit de vinte e cinco mil policiais nas duas corporações. Justamente quando percebemos um crescimento assombroso das organizações criminosas em todo país e em particular no Estado de SP. Como combater a criminalidade largando com um déficit de tantos homens? Pior ainda, sem ter havido no mesmo período investimentos em tecnologia de ponta para poder integrar a força policial com a Polícia Federal.
Falta mão de obra, falta tecnologia e até coisas mais simples de serem repostas como equipamentos básicos (Coletes, Armas de grosso calibre para combater em igualdade de condições as organizações criminosas, treinamento e salários dignos).
É impossível aceitar qualquer desculpa para um partido que durante tantos anos pensa em economia e joga no lixo a segurança da população com medidas estapafúrdias e sem sentido algum. Éramos para ter em SP, caso o PSDB tivesse trabalhado com seriedade, uma segurança digna dos países de primeiro mundo como Canadá, Austrália, Japão, etc.
Porém, ao reclamar, lembramos que uma parcela considerável da sociedade paulista está feliz com esses números apresentados acima. Visto que, deram seus votos de confiança ao mais fraco e pior dos políticos do PSDB para continuar a saga da gestão tucana no Estado de SP em 2018.
Uma eleição estranha na medida em que o país guindou ao cargo um candidato liberal de extrema direita, muito bem votado no Estado de SP, porém, sem nenhum vinculo com o PSDB, tanto em seu futuro governo como nas suas ideias liberais. Tanto isso é verdade, que ele não recebeu Dória ao final do primeiro turno, demonstrando que não se sentia a vontade ao seu lado e de seu partido. 

Autor: Rafael Moia Filho - Escritor, Blogger e Gestor Público.

Nenhum comentário: