É a ambição de possuir, mais do que qualquer outra
coisa, que
impede os homens de viverem de uma maneira livre e
nobre.
Bertrand
Russell
A democracia
voltou ao Brasil em 1985, após um período de 21 anos de regime militar. Embora a
nossa democracia possa ser considerada incipiente, imatura e longe de estar à
altura do que nosso povo precisa, temos sempre de lutar para mantê-la a
qualquer custo no país.
Nos últimos
anos alguns pequenos avanços foram notados em segmentos da nossa sociedade.
Alguns clubes de futebol alteraram seus estatutos e puseram fim a reeleições
eternas de alguns dirigentes inescrupulosos.
Faltam as
Federações que englobam todos os esportes do país seguir o caminho e tirar do
poder dirigentes que estão no cargo há mais de vinte anos.
Preocupa e
muito ver que um segmento que representa trabalhadores possui centenas de
dirigentes sindicais sendo reeleitos ininterruptamente no Brasil sem que
nenhuma autoridade levante a voz para por fim a esta farra do dinheiro alheio.
Estes
mandatários normalmente transformam os Sindicatos que comandam em extensões de
suas casas. Cometem crimes de nepotismo, desvio de recursos entre tantos outros
que estão listados nas nossas leis.
A falta de
fiscalização e controle faz com que estes senhores feudais, normalmente
autoritários levem sua vida sem problemas de quaisquer ordens. São seguidos por
brutamontes que apavoram os que desconfiam de suas atitudes ou das contas da
entidade.
Estes
sindicalistas não tem pudor, jantam na calada da noite com empresários e se
vendem para aqueles políticos que se aproximam em busca de votos e apoio.
Aliás, isso é o que mais acontece, motivo pelo qual sempre temos no Congresso
Nacional, parlamentares eleitos oriundos do movimento sindical.
Nem nos
sindicatos tampouco no Congresso estes sujeitos fazem algo pelo trabalhador, ao
contrario, trabalham para continuar tendo vantagens nas estatais e nas
boquinhas que surgem em negociatas envolvendo governo e legislativo.
Outro fato que
tem de ser alterado é o sindicalista que se aposenta e continua dando as cartas
em nome dos ativos. Ele recebe seus vencimentos do INSS, garante o leite das
crianças com os valores que recebe do sindicato e ainda busca outras vantagens
extracurriculares junto a partidos políticos.
Segundo o
leitor Carlos Alberto do interior de SP estas poderiam ser algumas sugestões
interessantes de mudança para acabar com o eterno poder dos pelegões:
1. Mandato
sindical de no máximo três anos, com direito a apenas uma reeleição;
2. Proibição da
contratação de parentes próximos até terceiro grau dos diretores e membros dos
sindicatos;
3. Proibição da
participação no processo eleitoral de aposentados para cargos de diretoria em
Sindicatos, Federações e Confederações;
4. Extinguir
verbas de representação e de ajuda de custo;
5. Os candidatos
a cargos nas diretorias dos sindicatos devem estar trabalhando nas empresas
cujo mesmo representa e vivendo na mesma base eleitoral;
6. Se a empresa
continuar pagando seus vencimentos, não deveria ter direito a qualquer vantagem
financeira paga pelo sindicato;
7. Todas as
entidades sindicais sejam patronais ou de trabalhadores deveriam ser objeto de
auditoria e fiscalização do TCU. Não é possível que recebam verbas vultosas e
não tenham suas contas auditadas como qualquer empresa pública ou da iniciativa
privada.
No momento que boa parte do Brasil quer passar
o país a limpo, reduzindo inclusive os subsídios dos vereadores, o movimento
sindical deveria dar exemplo e não caminhar na escuridão do lodaçal que se
transformou a vida pública brasileira nos últimos 25 anos.
Um comentário:
O imposto sindical também é algo que precisa ser discutido...
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