Quase toda absurdidade de conduta vem
da imitação daqueles com quem não
podemos parecer-nos. Samuel Johnson
Ano após ano,
na calada da noite no Distrito Federal o governo repassa para entidades
sindicais patronais, como sindicatos, federações e confederações uma montanha
de recursos que é arrecadado de forma compulsória, junto às empresas de todos
os setores.
Este ano a
soma alcançou R$ 1.082 bilhões e em 2014 a brincadeira ficou em torno de R$
1.013 bilhões. Este dinheiro “fácil” chega aos cofres do Fundo do Amparo ao “Trabalhador”
– FAT e é depois repassado pela Caixa às entidades sindicais patronais. A
operação é cercada de sigilo e de completa ausência de transparência, tanto
pelo governo como pelos responsáveis pelos sindicatos.
Como sempre no
país, só o trabalhador é fiscalizado na fonte com tributações e cobranças
mensais. Esta soma obscena de valores não sofre fiscalização do Poder Executivo
nem muito menos do Tribunal de Contas da União – TCU. Porque será?
Os
trabalhadores com carteira assinada recolhem todo ano obrigatoriamente o
equivalente a um dia de trabalho ao governo. Numa operação similar o dinheiro é
colocado no FAT e depois transferido para os sindicatos e centrais sindicais.
Não é à toa
que em plena crise moral, ética e da economia as Centrais Sindicais, Sindicatos,
Federações e Confederações se calam diante de tanto descalabro governamental e
ao contrário ainda saem às ruas para fazer papel de palhaços defendendo um
governo indefensável.
Se auditorias rígidas
fossem possíveis nos sindicatos, federações e confederações além das grandes
centrais sindicais o povo brasileiro teria uma enorme, ou melhor, gigantesca
surpresa com as fortunas que seriam apuradas em contas bancárias para lá de
polpudas.
Tempos atrás,
fiquei sabendo quase sem querer que um sindicato simples de atuação na área de
prestação de serviços no setor de telefonia no interior de São Paulo tinha
naquela época mais de R$ 120 milhões em conta corrente.
Se aquele
minúsculo sindicato tinha esse valor na conta, imaginem os valores que os grandes
e poderosos sindicatos possuem nas grandes capitais? Eles pouco ou nada fazem
pelos trabalhadores, pois vivem mais preocupados com três coisas: Poder,
Dinheiro do FAT e Política partidária mesquinha e suja.
Enquanto isso,
trabalhadores vivem a realidade de conviver com um país sem recursos para
Educação, Saúde, Presídios, Segurança Pública, Habitação e Saneamento Básico.
Num ato de
insanidade a presidente até cogitou reviver a CPMF. Mas recursos existem, basta
carreá-los para o destino certo. Basta coragem para acabarem com as mamatas
federais, as propinas e os desvios de finalidades.
Pelego¹ é um
termo pequeno que ficou em desuso diante da enorme distância que os
sindicalistas tomaram diante dos trabalhadores brasileiros.
A começar é
óbvio, pela Central Única dos Trabalhadores – CUT, braço sindical do Partido
dos Trabalhadores que estão alhures aos trabalhadores, longe de defendê-los, de
realmente proteger os interesses comuns de quem luta incansavelmente num Brasil
de minoria privilegiada.
Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger e Graduado em Gestão Pública.
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