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3 de novembro de 2025

O desespero eleitoreiro de governadores de direita sem projetos

Imagem: Reprodução.

Um dia após a maior chacina da história do país, com um saldo trágico de 119 mortos, muitos sem qualquer relação com o crime, o governador Cláudio Castro promoveu uma operação sem plano de ocupação das áreas dominadas pelo tráfico. Enquanto isso, governadores se reúnem em um ato de apoio eleitoreiro, tentando impor uma narrativa de “nós contra o governo federal”.

Cláudio Castro (PL) reuniu nesta quinta-feira (30/10/25) seis governadores de direita para oficializar a criação de um “consórcio de paz”, voltado à integração de políticas de segurança e inteligência entre os estados e contou com a participação de Jorginho Mello (PL-SC), Romeu Zema (Novo-MG), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), Eduardo Riedel (PSDB-MS), Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) — que participou virtualmente — e Celina Leão (PP-DF), vice-governadora do Distrito Federal.

Nenhum deles conseguiu explicar o que seria e como funcionaria o Consórcio da Paz, nome estranho para quem acaba de apoiar a chacina de mais de 100 mortos no RJ. Assim como Cláudio Castro, os seis governadores não possuem projeto de ocupação das áreas tomadas pela Organização Criminosa, não abordaram a questão do avanço das milícias em diversos estados, não explicitaram como será o combate ao tráfico de drogas, entrada de armas e a participação do Estado na retomada de áreas ocupadas por criminosos.

Não existe plano. Apenas uma coisa move esses sete governadores: a ladainha bolsonarista contra Lula. Afinal, foram estes mesmos personagens que votaram contra o Plano de Segurança do Ministro da Justiça do governo federal.

Em São Paulo, o governador Tarcísio não consegue explicar uma série de suspeitas que mancham seu governo e o colocam muito próximo de uma organização criminosa (PCC).

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, exaltou a operação que resultou na chacina, classificando-a como “a mais bem-sucedida do Brasil”. “O que vimos foi planejamento e eficiência. Não ouvi falar de inocente morto, e sim de uma das maiores apreensões de armas e prisões da história. Isso mostra que é possível fazer segurança pública com resultado e responsabilidade”, disse Zema, em tom de defesa das forças policiais.

Já o goiano Ronaldo Caiado destacou a necessidade de atuação integrada. “A tese do consórcio é garantir resposta imediata. Nossas forças integradas poderão agir em qualquer estado sem burocracia. Quando o crime ataca um de nós, ataca todos”. Quem viver verá nos próximos meses que toda essa falação não passa de teatro dos horrores, discursos vazios, e não haverá combate algum as organizações criminosas.

Inclusive no RJ, onde os especialistas em segurança pública suspeitam de que a matança foi realizada apenas e tão somente para liberar áreas para a atuação dos milicianos, que todos sabem são amigos dos bolsonaristas no poder.

Claro que o governo federal não pode jamais ficar a reboque de quaisquer ações de governadores obtusos que não possuem vontade alguma de colaborar com o que quer que seja no plano federal. O bolsonarismo tomou o cérebro desses políticos que ocupam cargos de governadores em GO, MG, MS, RJ, SC, SP e DF. Gestões que nada fizeram em prol da sociedade, nem na segurança, muito menos na saúde, educação ou habitação.

O único plano desses inábeis políticos é retomar o poder no governo federal, algo que eles estão percebendo ser cada dia mais difícil, senão impossível. O tempo dirá em palavras garrafais que este natimorto Consórcio da Paz é mais uma falácia da direita em nosso país.

Não se combate o crime com palavras, promessas ou sem planos consistentes que devem estar em consonância com todas as forças da sociedade. É preciso atuar firmemente utilizando toda tecnologia existente para combater lavagem de dinheiro.

Exceto se os governadores estão se inspirando na atuação invisível dos quatro anos de Bolsonaro quando além de não combater a criminalidades, liberou armas pesadas e afastou a Polícia Federal para que está não investigasse filhos e amigos. Incluindo no período de dois anos o pior ministro da Justiça que o Brasil já teve, Sérgio Moro, uma sombra morta que nada fez no sentido de combater as organizações criminosas. 

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Acadêmico da ABLetras, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.

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