Não está distante os golpes perpetrados contra a Mesbla, Lojas Americanas, Lojas Ricardo Eletro. Foram bilhões surrupiados e jamais devolvidos aos colaboradores, fornecedores e governo (impostos).
No caso das Lojas Americanas houve uma fraude contábil bilionária, atribuída a executivos da loja. O então CEO Miguel Gutierrez foi apontado como líder do esquema de manipulação de balanços para inflar resultados. A empresa iniciou processo arbitral contra ele e outros ex-diretores pelos danos materiais e imateriais da fraude.
Outro caso famoso foi o das Lojas Ricardo Eletro - A rede teve problemas graves com gestão: seu fundador, Ricardo Nunes, e familiares foram presos sob acusação de sonegação de mais de R$ 400 milhões de impostos. A empresa entrou com recuperação judicial.
No caso mais antigo, Ricardo Mansur dono das Redes de Varejo– Mesbla / Mappin, foi acusado de gestão fraudulenta, tendo levantado altas linhas de crédito para manter as empresas que estavam em dificuldades.
Condenações: Ele foi condenado por crimes contra o sistema financeiro nacional, incluindo gestão fraudulenta (do Banco Crefisul) e gestão temerária (da Mappin Previdência Privada), com penas que somavam mais de 11 anos em regime semiaberto. Prisão: Mansur chegou a estar foragido da Justiça por anos. Foi preso em São Paulo em janeiro de 2020, mas a Justiça, mesmo assim, autorizou o cumprimento da pena em prisão domiciliar. Bens: Houve tentativas judiciais de rastrear e bloquear seu patrimônio pessoal, suspeito de ter sido ocultado para pagar credores.
Os três casos exemplificados têm em comum a impunidade dos envolvidos. Nenhum deles encontra-se preso em regime fechado, cumprindo pena pelos crimes cometidos.
Nesta manhã de 18 de novembro de 2025, o país amanheceu com os telejornais e as rádios anunciando a prisão do banqueiro Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, no Aeroporto de Guarulhos, onde pretendia empreender fuga para Malta. Seu sócio, Augusto Lima, também foi detido.
Motivo: A prisão ocorreu no âmbito da Operação Compliance Zero da Polícia Federal, que investiga a emissão de títulos de crédito falsos e fraudes envolvendo instituições financeiras. Os crimes investigados incluem gestão fraudulenta, gestão temerária e organização criminosa.
· Nelson Nogueira Pinheiro e seus irmãos, investigados pela Polícia Civil de SP em abril de 2025 na Operação Floresta Devastada, por suspeita de desvio de recursos de clientes para offshores.
· O falso banqueiro Wittenberg Magno Ribeiro, denunciado em 2024 por estelionato e associação criminosa por prometer empréstimos a empresários e desaparecer com o dinheiro.
A PF estima que as fraudes e os golpes ultrapassem R$ 12 bilhões de reais do sistema financeiro. Claro que ainda é cedo para sabermos se os envolvidos serão julgados e condenados e se terão de cumprir penas em regime fechado.
A prática infelizmente é comum para os grandes empresários e políticos que conseguem da Justiça a concessão graciosa para cumprimento da pena em regime domiciliar. Isso é uma excrescência e um golpe aviltante contra o conjunto da sociedade brasileira.
Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Acadêmico da ABLetras, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.


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