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2 de maio de 2025

Notificação em UTI: DF Star deixou Bolsonaro transformar hospital em chiqueiro!

  

Jair Bolsonaro recebe oficial de Justiça na UTI do Hospital DF Star, em Brasília. Foto Reprodução.

Ainda internado na UTI do Hospital DF Star, em Brasília, Jair Bolsonaro surtou ao receber das mãos da oficial de Justiça a intimação referente à abertura da ação penal que o acusa de tentativa de golpe.

No vídeo que ele mesmo divulgou, questiona a servidora: “A senhora tem noção de que está em uma sala de UTI de hospital?”

O mesmo Bolsonaro, no entanto, já usou esse mesmo espaço para promover transmissões ao vivo, reuniões com apoiadores e visitas sem qualquer função médica — prática que compromete a segurança e a integridade da unidade.

Há riscos concretos quando um hospital, especialmente uma unidade de terapia intensiva, é exposto a situações como a presença de aglomerações, gravações e circulação de pessoas alheias à equipe médica.

As UTIs exigem protocolos rigorosos de assepsia, e a presença de não profissionais, sem vestimenta adequada ou sem respeitar normas sanitárias, aumenta a chance de infecções hospitalares.

Além disso, lives e vídeos colocam em risco a privacidade dos demais pacientes, podendo captar imagens ou sons sem autorização.

A movimentação de pessoas pode atrasar procedimentos, dificultar atendimentos emergenciais e causar estresse em pacientes em estado grave, afetando diretamente sua recuperação.

O próprio delinquente se coloca numa situação de vulnerabilidade. Talvez de propósito, diga-se.

O DF Star precisa responder por autorizar essas abjeções.

Há previsão de sanções administrativas em caso de descumprimento das normas da Anvisa, e o Código de Ética Médica reforça a obrigação de manter o cuidado e o ambiente hospitalar livres de qualquer interferência indevida. Também vale lembrar que a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) garante o sigilo das informações pessoais, inclusive imagens captadas em ambientes clínicos.

A nota do STF esclarece que o atraso na entrega do documento se deu justamente por respeito à internação, mas que a live feita na véspera deixou claro que o ex-presidente tinha condições de ser citado.

Se o hospital se submeteu a esse uso político, mesmo sob pressão, deve responder. A legislação é clara: a UTI não é extensão de gabinete, muito menos estúdio de campanha.

Autor: Kiko Nogueira – Publicado no Site Diário do Centro do Mundo - DCM.

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