Alguns cidadãos comuns não estão entendendo por que somente agora, três anos depois do final do mandato do inelegível, estejam chegando as denúncias contra Bolsonaro, seus ministros e aliados à Justiça.
A explicação é simples. Em primeiro lugar, muitas coisas não foram devidamente apuradas porque o Jair, manipulava a PF e a PGR, impedindo ou dificultando os trabalhos de investigação. Segundo denúncias como o planejamento do golpe de estado e tentativa de assassinato de Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes, consumiram tempo da Polícia Federal para poderem montar um processo com todos os detalhes que a justiça necessita.
Afinal, a quadrilha era composta por muitos políticos, civis e militares. Aos poucos a gestão anterior vai sendo passada a limpo, com a verdade sobre a corrupção no INSS com conhecimento do ex-presidente vindo à tona.
O rombo no INSS nasceu na gestão Temer, proliferou e cresceu na gestão Bolsonaro, somente sendo investigado no atual governo de Lula pela AGU, CGU e Polícia Federal. Milhões foram roubados dos aposentados e pensionistas, sem que Temer e Bolsonaro tivessem feito algo para estancar o roubo.
Outro caso que está sendo julgado diz respeito a contratação de um hacker para invadir o TSE, STJ e STF, além de tentar manipular as urnas eletrônicas. O criminoso Walter Delgatti foi contratado a mando de Bolsonaro pela então deputada Claudia Zambelli – PL/SP. Ele esteve inclusive no Palácio do Planalto com o presidente e Zambelli, onde conversaram sobre o que poderia ser feito pelo hacker.
Ainda estão em curso, aguardando a vez na fila dos casos de corrupção do governo Bolsonaro, o escândalo do roubo das joias da União. Referentes a venda da Refinaria Landulpho Alves, na Bahia, realizada abaixo do preço de mercado pela Petrobras ao fundo Mubadala Capital, empresa de investimentos de Abu Dhabi e que pertence à família real dos Emirados Árabes Unidos. A venda foi feita em 2021 pelo governo Bolsonaro. As joias valiosíssimas foram subtraídas por Bolsonaro e fazem parte deste processo ainda não julgado.
Foi Bolsonaro que criou, em parceria com o Congresso, o chamado orçamento secreto. O primeiro lote de emendas exposto pela reportagem incluía a liberação de R$ 3 bilhões. Boa parte dessas emendas foi destinada à compra de tratores e equipamentos agrícolas por preços até 259% acima dos valores de referência fixados pelo governo. Depois os deputados passaram a usar à revelia as emendas para favorecer suas campanhas eleitorais e de prefeitos aliados e familiares.
Outro escândalo a ser levado as barras dos tribunais é aquele que dois pastores capturaram o Ministério da Educação e passaram a interferir na agenda do então Ministro da Educação Milton Ribeiro, para privilegiar determinados municípios no empenho de recursos do órgão. Gilmar dos Santos e Arilton Moura levavam demandas de prefeitos ao ministro de Bolsonaro e conseguiam a liberação dos recursos em tempo recorde. Os municípios mais beneficiados foram aqueles governados pelos partidos do Centrão - PL, Republicanos e Progressistas. Os próprios pastores admitiram priorizar as demandas de prefeitos ligados à igreja Assembleia de Deus, da qual eles faziam parte.
São
muitos casos deflagrados ou não em operações da Polícia Federal, muito ainda
irão chegar ao STF, para serem julgados, leva tempo porque a demanda por
corrupção no governo Bolsonaro foi fértil e muito extensa.
Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Acadêmico da ABLetras, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.
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