Que a imensa maioria da elite e da classe média odeiam os pobres, é fato por demais conhecido de todos. Sendo assim, quaisquer tentativas, projetos ou iniciativas governamentais de redimir a pobreza sempre enfrentou dura oposição desses setores, e sempre que insistiram no país, terminou em golpe de Estado. Getúlio, Jango, Lula e Dilma sabem bem e viveram cada qual ao seu tempo esse tipo de situação.
Os ricos e a classe média não representam mais do que 20% da população brasileira. Portanto, sozinhos, não conseguem decidir eleições majoritárias (Prefeitos, Governadores, Senadores e Presidentes da República), para isso contam com a ajuda dos chamados "pobres de direita".
Esse fato se repete há anos, desde a redemocratização do país, com a volta das eleições diretas em 1989. Desde então, temos visto a eleição de candidatos das elites e do chamado mercado financeiro. Fernando Collor, Paulo Maluf, PSDB (Em SP por 28 anos consecutivos) e Jair Bolsonaro, são alguns exemplos de que a maioria dos pobres remediados estão votando e elegendo os candidatos dos patrões, empresariados e do chamado mercado financeiro.
A composição do Congresso Nacional (Câmara e Senado) é composta majoritariamente de políticos de direita, representantes do patriarcado, das elites financeiras, enfim, dos ricos.
A pergunta difícil de ser explicada é porque os pobres votam, elegem e defendem aqueles que irão prejudica-los em demasia após serem eleitos. São estes políticos que vão trabalhar pelos ricos, votar pelos ricos, legislar contra os pobres, trabalhadores e aposentados.
Como a esquerda normalmente defende projetos contra a fome, habitação, inclusão social, com benefícios que tentam combater a desigualdade financeira e social, a pergunta que não quer calar é: “Porque os pobres votam na direita que não defendem programas sociais”? Os políticos de direita não possuem legado, não constroem, não favorecem os mais pobres, porém, descobriram uma fórmula de aliciá-los.
Agem disseminando mentiras, quase todas imputando aos partidos progressistas a pecha de corruptos. Usam a corrupção para marcar a esquerda, quando na verdade os dados não mentem no Brasil. Desde que conseguimos a proclamação da república, o país elegeu 90% dos presidentes do espectro de direita, restando muito pouco para classificarmos como políticos de esquerda. João Goulart, Lula e Dilma são os poucos representantes da ala mais progressista na política que chegaram ao poder.
Portanto, fica caracterizado como uma tremenda infâmia a afirmação dos ricos de que o PT e a esquerda são os pais da corrupção. Fazem de propósito, visto que não conseguiriam jamais argumentar com base em projetos, obras e ideais.
Basta fazer uma leve comparação entre as gestões de Lula e Dilma com as de Temer e Bolsonaro. É risível a diferença dos projetos criados, implementados e as obras realizadas nestas gestões. Na gestão Dilma ela implementou diversos programas de combate a corrupção, como a lei da transparência, lei da ficha limpa; muito mais do que Temer e Bolsonaro em suas gestões.
Lula fez e deixou como legado muitas coisas. Ressalto algumas importantes: Fies, Pronatec, Prouni, Ciência sem Fronteiras, Mais Médicos, Farmácia Popular, Minha Casa, Minha Vida, Bolsa Família, Cisternas no sertão, Luz para Todos, Transposição do Rio São Francisco, Aumento do salário mínimo acima da inflação, Pronaf, Bolsa Atleta, SUS, Samu/Upas, Saúde da Família, ainda deixou um caixa de US$ 371 bilhões ao sair do governo.
Peça para alguém contrapor esses dados ou melhor, mostrar o que Temer e Bolsonaro fizeram entre 2016 – 2022. Antecipo dizendo que não fizeram nada, motivo pelo qual espalham mentiras afirmando que “Lula é ladrão”, que a esquerda é corrupta, e outras sandices sem provas, sem nexo e sem respaldo.
Infelizmente os pobres
de direita acreditam em tudo que é emanado pelo WhatsApp, Telegram e demais
redes sociais. Pobre Brasil sem rumo, sem destino, sem leitura e nas mãos de
inescrupulosos e infames políticos representantes da elite tradicional
brasileira, a mesma que manteve a escravidão por mais de trezentos anos.
Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Acadêmico da ABLetras, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.
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