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4 de fevereiro de 2025

Oito anos para entregar uma ponte, sem questionamentos dos que deveriam fiscalizar.

Imagem Agência Pará.

Depois de oito anos, uma ponte essencial construída sobre o rio Araguaia, possibilitando ligar os estados do Tocantins e Pará, está com a estrutura pronta desde 2024, mas não está em uso porque somente agora os acessos serão feitos. Para isso, está sendo finalizado o processo de desapropriação dos terrenos necessários.

Uma obra que custou até o momento mais de R$ 204 milhões dos cofres públicos não poderia levar tantos anos para ser entregue ao tráfego na ligação entre dois estados brasileiros. Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), o investimento previsto para fazer os acessos é de aproximadamente R$ 28,6 milhões. A previsão para finalização da obra, que inicialmente era em setembro de 2022, pulou para o segundo semestre deste ano, sem mês especificado.

O projeto da ponte, pasmem, é de 2017, lançado ainda na gestão do então presidente Michel Temer (MDB), que assinou o contrato da obra em visita a Xambioá em setembro/2017. "De todas as pontes que eu construí, eu levo daqui a sensação que a ponte mais importante que eu vou construir", disse Temer. Imaginem se não fosse importante?

A ordem de serviço da obra foi assinada com festa pelo DNIT em abril de 2020, ou seja, três anos após a assinatura do projeto, com previsão de entrega para setembro de 2022. A obra, porém, atrasou no governo do presidente Jair Bolsonaro, que terminou sem concluir. O que não seria de estranhar, visto que, a gestão de Bolsonaro foi a mais improdutiva da história da nossa República.

A ponte de 1,7 km liga Xambioá (TO) a São Geraldo do Araguaia (PA) com acesso pela BR-153 é fundamental para o escoamento da produção agrícola da região, além da passagem de ônibus e automóveis entre os dois estados. A expectativa é que a obra funcionando beneficie cerca de 1,5 milhão de pessoas.

O DNIT explicou que a ponte foi erguida por um consórcio, e os acessos estão sendo feitos por outra. Atualmente, informou o DNIT à coluna que a ponte "está com 95% dos serviços concluídos". Os engenheiros do DNIT deveriam ser obrigados a visitar a China, acompanhando as obras imensas que aquele país realiza em tempo recorde.

Ainda em agosto de 2024, o DNIT divulgou nota informando que a estrutura da ponte estava concluída, faltando apenas detalhes como pavimentação, sinalização e iluminação. "Ela ganhará trafegabilidade já em novembro de 2024", disse o órgão, em mais uma previsão descumprida.

Os acessos à ponte, diz o DNIT, terão 2,1 km. Desses, 310 metros estão no lado paraense, e 1,70 no Tocantins. "A obra está com os projetos hidrológico e geoecológico em fase de aprovação. A previsão de entrega é o segundo semestre de 2025.

Segundo o prefeito de Xambioá, a desapropriação das áreas já foi negociada entre as partes envolvidas nas duas cidades, faltando apenas um pagamento por parte da União dos valores das indenizações. O que o prefeito não informa é porque desde o começo da obra da ponte a prefeitura não começou as desapropriações no local que será dos acessos?

Hoje, os usuários tem como única opção a travessia na balsa custa de R$ 5,50, para uma bicicleta, a R$ 294 cobrados por uma carreta de 10 eixos carregada. Um automóvel de passeio custa R$ 25.

Com a chegada do presidente Lula, a obra entrou no novo PAC. A ponte tem uma plataforma de 12 metros de largura de pista e acostamento e calçadas com 1,5m de largura de cada lado.

Com a ponte, o DNIT afirma que haverá uma integração multimodal com a ferrovia Norte Sul e com a hidrovia Tocantins Araguaia, "reduzindo custos e contribuindo para o desenvolvimento dos dois estados."

Neste período, entre 2017-2022, aonde estavam os deputados e senadores do Tocantins e Pará? Por que não fiscalizaram e cobraram do governo federal a antecipação da conclusão da obra tão importante? Simples, eles estavam preocupados com as emendas parlamentares e em poder espalhar fake news contra a esquerda e Lula.

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Acadêmico da ABLetras, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.

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