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13 de setembro de 2025

Nove crimes impunes de Jair Bolsonaro.

  

Nove crimes impunes de Jair Bolsonaro (Foto Divulgação).

Condenação por golpe não apaga legado de mortes e crimes ignorados na pandemia de Covid-19. O mais nefasto político da História do Brasil acaba condenado a 27 anos de prisão por liderar uma tentativa de golpe de Estado para conservar o poder em suas mãos. O julgamento de Jair Bolsonaro e comparsas constitui o segundo maior avanço civilizatório brasileiro desde que o país se tornou uma República – o primeiro é a Constituição de 1988. Mas não se pode afirmar que é feita justiça completa em relação ao tirano: seus crimes durante a pandemia de Covid-19 estão e deverão permanecer impunes. A gravidade deles é absoluta. Se não punidos, que pelo menos não sejam esquecidos.

A pusilanimidade do então procurador-geral da República, Augusto Aras, relegou às gavetas um relatório portentoso elaborado pela Comissão Parlamentar de Inquérito que investigou os atos e as omissões do Governo Federal durante a pandemia. Faz pouquíssimo tempo, e tudo parece já destinado ao esquecimento.

A imagem símbolo de Bolsonaro na pandemia pode ser a do cruel imitador da pessoa sem ar, a sufocar em um hospital público por falta de oxigênio. Ou seria a da ridícula coreografia com uma caixa de cloroquina nas mãos em torno de uma ema? Que tal a do causador de aglomerações sem máscara e promotor de “motociatas”? A do combatente contra a vacina, por outro lado, tem potencial de ser a mais forte.

O monstruoso e o ridículo personificam-se em Bolsonaro.

Afora a tristeza pelas mortes com as quais contribuiu, restam sem denúncia formal nove crimes a ele atribuídos, apurados pela CPI, que Augusto Aras tratou de ignorar. Vamos a eles:

  • Prevaricação — omissão ou atraso em proceder quando tinha o dever funcional de fazê-lo, favorecendo terceiros. A CPI apontou que Bolsonaro postergou decisões e deixou de agir para aquisição de vacinas ou medidas de proteção, favorecendo interesses políticos próprios ou evitando admitir a gravidade da pandemia.
  • Charlatanismo — Bolsonaro promoveu e incentivou o uso de medicamentos sem eficácia comprovada contra a Covid-19, como cloroquina e ivermectina (“kit covid”), mesmo sabendo de estudos que refutavam sua eficácia.
  • Epidemia com resultado de morte (art. 267 do Código Penal) — A CPI apontou que a negligência do Governo Federal em medidas sanitárias, a promoção de tratamentos ineficazes e a desinformação contribuíram para milhares de mortes evitáveis.
  • Infração de medida sanitária preventiva (art. 268 do Código Penal) — desrespeito ou obstáculo a medidas sanitárias. Bolsonaro participou de aglomerações, minimizou o uso de máscaras e promoveu a abertura de comércio e escolas em desacordo com protocolos sanitários oficiais.
  • Emprego irregular de verbas públicas — uso indevido de recursos públicos relacionados à pandemia. A CPI apontou indícios de irregularidades na compra de cloroquina, testes rápidos de eficácia duvidosa, respiradores e vacinas de forma superfaturada ou sem licitação adequada.
  • Incitação ao crime (art. 286 do Código Penal) — Bolsonaro incentivou o descumprimento de medidas de isolamento e do uso de máscara, desobedecendo leis e decretos estaduais e municipais, além de convocar manifestações contrárias às restrições.
  • Falsificação de documento particular — A CPI levantou casos de documentos oficiais ou notas técnicas apresentados para justificar ações do governo que não correspondiam à realidade, como relatórios sobre medicamentos ou vacinas.
  • Crimes de responsabilidade — infrações que justificariam procedimento de impeachment (violação de direito social, incompatibilidade com a dignidade do cargo etc.). O relatório qualificou diversas condutas de Bolsonaro como violação de deveres constitucionais, justificando potencial impedimento.
  • Crimes contra a humanidade — atos generalizados ou sistemáticos contra a população, incluindo extermínio, perseguição ou outros atos desumanos. A CPI recomendou encaminhamento de provas ao Tribunal Penal Internacional, apontando que a condução da pandemia pelo governo Bolsonaro poderia se enquadrar em crimes contra a humanidade, devido à combinação de omissões, desinformação e incentivo a condutas arriscadas para a população. 

Autor: Paulo Henrique Arantes - Jornalista há quase quatro décadas, é autor do livro "Retratos da Destruição: Flashes dos Anos em que Jair Bolsonaro Tentou Acabar com o Brasil". Editor da newsletter Noticiário Comentado paulohenriquearantes.substack.com

Da posse a prisão, o ocaso de um político desprezível!

 

Eu estava num churrasco em novembro de 2017 com alguns amigos, onze meses antes da eleição presidencial de 2018. Quando um dos presentes me disse em tom solene e definitivo: “É bom Jair se acostumando, Bolsonaro será eleito presidente da República”.

Aquilo me soou estranho, distante e quase inacreditável, devido ao fato de que naquele momento, o então candidato era um modesto deputado oriundo do baixo clero, dentro de um partido pequeno, com perspectivas ínfimas de tempo e espaço para brigar na campanha eleitoral pela presidência.

Quis o destino e a Fakada Fake de Juiz de Fora que o minúsculo candidato vencesse a eleição contra Fernando Haddad. O resultado ao final do 1º turno teve o seguinte resultado:

Jair Bolsonaro (PSL): 46,03% - Fernando Haddad (PT): 29,28%

Ciro Gomes (PDT): 12,47% - Geraldo Alckmin (PSDB): 4,76%

João Amoêdo (Novo): 2,50% - Cabo Daciolo (Patriota): 1,26%

Henrique Meirelles (MDB): 1,20% - Marina Silva (Rede): 1,00%

Álvaro Dias (Podemos): 0,80% - Guilherme Boulos (PSOL): 0,58%

Vera Lúcia (PSTU): 0,05% - José Maria Eymael (DC): 0,04%

João Goulart Filho (PPL): 0,03%.

No segundo turno, evitando sempre os debates, Bolsonaro teve 55,13% dos votos válidos, enquanto Fernando Haddad obteve 44,87%. O próprio candidato vencedor não esperava ser eleito e foi para a posse fazer o impossível até aquele momento em sua vida. Trabalhar na política, algo que não fez como Vereador na cidade do Rio de Janeiro, nem no DF como Deputado Federal por 27 anos consecutivos.

Passados quatro anos não tem legado para sua gestão na presidência, porém, somam-se problemas, atritos, disseminação de ódio aos demais poderes, adversários e membros de diversos segmentos da sociedade. Espalhou mentiras em profusão durantes os quatro anos. Ameaçou fechar o STF, acusou sem provas o TSE e as urnas eletrônicas.

Disparou impropérios contra órgãos da grande mídia como Globo, Folha de S. Paulo e o Estadão, sempre os ofendendo, embora todos estes tenham e ainda estejam ao seu lado politicamente.

Aproveitou os feriados da Independência para jogar seus aliados e seguidores contra o Supremo Tribunal Federal, ameaçando e deixando claro que não aceitaria derrota nas urnas em 2022. O que se intensificou a partir do momento em que Luis Inácio da Silva Lula passou a ser um dos candidatos à presidência pelo PT.

O tempo passou sem que nada fosse realizado na Saúde, deixando inclusive de adquirir vacinas a tempo de salvar a vida de setecentos mil brasileiros na pandemia da Covid-19. Na educação, fica na lembrança o uso do MEC por pastores, prefeitos e corruptos da Câmara no escândalo das barras de ouro. Nas demais áreas do governo federal nada foi realizado na Segurança, Habitação, Infraestrutura, Obras e o país viveu um período sombrio.

Findo seu governo com a derrota nas urnas no segundo turno da eleição de 2022 contra Lula, o staff de Bolsonaro passou a colocar em prática o andamento do planejamento para o golpe contra a democracia com a consequente abolição dos direitos dos cidadãos.

Seus seguidores aloprados foram para as portas dos quartéis e lá ficaram por mais de setenta dias. Sendo orientados por líderes que hoje são ou foram deputados como Carla Zambelli a aguardar 72 horas. Findo esse prazo o golpe seria dado e o poder voltaria as mãos de Bolsonaro através dos generais das FFAA.

São muitos os vídeos, áudios e posts conclamando a patuleia a esperar pelo final feliz dos golpistas. Nem a fuga precoce de Bolsonaro para os EUA tirou os patriotários da frente dos quartéis. Veio o fatídico dia 08 de janeiro de 2023 com a invasão dos criminosos a Praça dos 3 Poderes.

Tudo foi filmado e devidamente documentado pelos próprios criminosos e golpistas. Material farto que foi utilizado pelas investigações da Polícia Federal, Ministério Público Federal, PGR e parou nas mãos do Supremo Tribunal Federal.

Mais de 800 páginas de provas contra Bolsonaro e seus assessores, generais e aliados golpistas. Queriam o poder a força no velho estilo Hugo Chavez a quem tanto criticaram. Era o poder que seria depois transformado em intervenção militar com Bolsonaro na presidência por muitos anos.

No dia 02 de setembro de 2025, começou enfim o julgamento da ação penal 2668 contra essa escória e seus crimes contra a nação e nossa democracia. Os réus são: Jair Messias Bolsonaro, Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, Paulo Sergio Nogueira, Braga Netto e Mauro Cid.

Ao final do julgamento a suprema corte decidiu o seguinte: Todos os réus foram condenados por quatro votos contra um. A dosimetria a ser aplicada aos condenados é a seguinte:

Jair Bolsonaro – 27 anos/3 meses, 24 anos/9 meses regime fechado

Alexandre Ramagem – Pena de 16 anos.

Almir Garnier – Pena de 24 anos

Anderson Torres – Pena de 24 anos

Augusto Heleno – Pena de 21 anos

Paulo Sergio Nogueira – Pena de 19 ano

Braga Netto – Pena de 26 anos.

e Mauro Cid – 2 anos em regime aberto.

Por mais que ainda exista a possibilidade de a defesa impetrar recursos, fica definitivamente constatado que a trajetória de Bolsonaro ficou marcada por ter saído do baixo clero na Câmara Federal, atravessado o esgoto onde recrutou seus apoiadores incondicionais e desembarcará em breve no presidio determinado pela justiça como condenado. Ele agora é presidiário, lembram do debate onde ele ao invés de fazer pergunta ao candidato Lula, o chamou de presidiário? O mundo não dá voltas, o planeta capota.

 

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Acadêmico da ABLetras, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.

9 de setembro de 2025

A serviço do crime organizado!

                                                   Imagem ASSCON.

Antes de mais nada é preciso esclarecermos o que significa Fintech, um nome comum a poucos brasileiros. Fintech é uma empresa que utiliza tecnologia para oferecer serviços financeiros de maneira inovadora, rápida e acessível. O termo vem da junção de “Financial” (financeiro) e “Technology” (tecnologia).

As principais características de uma Fintech são:

Uso intensivo de tecnologia: aplicativos, inteligência artificial, blockchain, big data, etc.

Baixa burocracia: processos mais simples que os bancos tradicionais.

Custos menores: taxas reduzidas ou até gratuitas.

Serviços digitais: sem necessidade de agência física.

Os principais serviços oferecidos pelas Fintechs são os seguintes:

Pagamentos e transferências (ex.: PicPay, Mercado Pago)

Empréstimos online (Creditas)

Contas digitais (Nubank, Inter)

Investimentos e corretoras digitais (XP, Toro)

Criptomoedas (Binance, Coinbase).

Um levantamento feito pelo jornal Estado de S. Paulo com documentos de oito operações da Polícia Federal e do MP/SP, demonstram que no período de um ano a Policia Federal e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado – Gaeco, investigaram sete instituições de pagamentos que tiveram movimentações de R$ 94 bilhões. A maior parte em operações atípicas ou com ligações com o crime organizado.

No mesmo período hackers investiram ataques a bancos e instituições de pagamentos por meio de Fintechs e utilização de Pix para roubar algo em torno de R$ 1,8 bilhões em três grandes golpes contra o sistema dessas instituições.

 Estranhamente, o Banco Central tão preocupado em elevar as taxas de juros (Selic), não havia colocado nenhum tipo de filtro para evitar essas invasões ao sistema.

Por enorme coincidência, no mesmo período, deputados de direita (bolsonaristas) foram contrários ao aumento do IOF e espalharam fake news sobre o funcionamento do Pix, dando a impressão de que sabiam da lavagem de dinheiro pelo crime organizado utilizando as Fintechs.

A Polícia Federal identificou que um representante de fintechs suspeito de liderar um esquema de fraudes em combustíveis que as operações financeiras nessas instituições seriam "blindadas" de bloqueios judiciais.

Diálogo localizado em celular de investigado embasou operação Carbono Oculto, mirando esquema de lavagem de dinheiro do crime organizado usando o mercado financeiro. Conversas de WhatsApp foram encontradas no celular de Bruno D'Amico, alvo da PF em 2024 por envolvimento em um esquema de fraudes na venda de combustíveis. Para a PF e o Ministério Público, o diálogo levanta suspeitas sobre o real envolvimento das fintechs com grupos criminosos.

Mais estranho do que os golpes, foi apenas o silencio ensurdecedor da grande mídia com relação aos golpes bilionários. Também causa estranheza que o Mercado Financeiro esteja mudo, com relação aos ataques hackers ao BC e as operações da PF, MPF e demais autoridades que fizeram devassas em empresas que tinham negócios com a Faria Lima.

Durante anos, esse mesmo pessoal do mercado financeiro cuja sede fica na Avenida Faria Lima área nobre de São Paulo, vociferaram contra a gestão de Lula e a esquerda no país. Sempre escamoteando a questão principal que foram os benefícios que Lula concedeu aos mais necessitados, como Bolsa Família, Cotas em universidades, auxílios e outras centenas de programas para combater a desigualdade social neste país. 

                                                    Imagem Instituto Agarapé

 

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Acadêmico da ABLetras, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.