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3 de janeiro de 2025

Listas!

Ano novo e aparecem as listas de desejos, de promessas ou de simples afazeres. Gosto de listas e, mais ainda, de anotá-las em folhas de caderno espiral com caneta esferográfica azul. Minhas listas são mais as de livros desejados para ler, dos desafios científicos para resolver no trabalho e dos artigos de opinião para escrever, ainda mais agora que tenho uma dúzia de compromissos com milhares de caracteres diários que precisam alcançar algum veículo impresso ou virtual. Já virou clichê dizer que as listas de promessas escritas neste início de ano serão as mesmas das de aqui doze meses, da mesma forma que as de hoje não diferem daquelas do ano passado. Planejamos e organizamos, mas vem o destino e carrega a lista para lá, parodiando o magnífico Chico Buarque. De minha parte, limito-me a levantar planos passados e a constatar o mínimo que se conseguiu realizar. A realidade supera a realização, ou seja, a parte passiva da vida é predominante sobre a ativa. Assistimos ao que acontece sem condições de determinarmos o que pode acontecer.

Para os acontecimentos do mundo, leio revistas sérias e jornais idôneos para me atualizar. Nem sempre trazem a melhor interpretação dos fatos, mas raramente mentem. Eis minha lista básica, incluindo os sites de notícia: Carta Capital, Revista Piauí, Revista CULT, Ciência Hoje, Pesquisa Fapesp, Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, UOL, G1, Brasil 247, Chumbo Gordo, Hora Campinas, Diário Campineiro, Correio Popular, Diário do Rio Claro, Jornal da Cidade Bauru, Jornal Cidade de Rio Claro, A Tribuna Piracicabana, O Regional. Surpreende que muitos de minha convivência usam as manjadas fake news da internet como base de informação e não se corrigem muito menos se envergonham, simulando um eventual equívoco de fonte. Lamentável. Criam dedos onde não existe, criam crise onde há satisfação e criam compaixão para defender criminosos. Concluo que, se mesmo com todos os alertas e desmentidos, assim continuam, significa que são da mesma índole.

Faz parte das listas o compromisso com os patronos das cadeiras acadêmicas que ocupo. Na Academia Campineira de Letras e Artes, ela foi estabelecida em honra a Guilherme de Almeida e preciso buscar um pouco mais de sua vasta e eclética obra para compor uma apresentação até o meio do ano. Diziam que o poeta campineiro subverteu as listras transformando-as em listas para rimar com paulistas no famoso poema "Bandeira de minha terra". Mas a etimologia da palavra diz que lista veio antes - uns 200 anos - e, a partir dela por adição de um r (epentético é o termo técnico dessa adição, segundo o que consultei no Houaiss), apareceu listra. De qualquer forma, a sequência de itens usamos sem erre e com algum erro, intencional ou temporal. A de faixas de cores alternadas pode ser com as duas grafias, mais um desafio linguístico para os que se expressam na língua de Machado, Camões, Clarice e Saramago, sabendo que a lista de referências não se esgota com esses cinco, incluindo o Guilherme ali de cima.

Autor: Adilson Roberto Gonçalves - Pesquisador da Unesp; Academia Campineira de Letras e Artes; Academia Campinense de Letras; Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Campinas; Academia de Letras de Lorena; Instituto de Estudos Vale paraibanos; União Brasileira de Trovadores - Seção Campinas. Publicado no Blog dos Três Parágrafos.

Xadrez de 2025 e as cinco bestas do apocalipse, por Luís Nassif!

 

2025 será decisivo para o renascimento institucional do país, depois do terremoto entre 2010 e 2022, período de desmonte das instituições.

O Brasil passou pelo terremoto da década de 2010 – que começa com o jornalismo de esgoto, a partir de 2005, e encerra-se com a derrota de Jair Bolsonaro em 2022.

Nesse período ocorreu um desmonte geral das instituições, abrindo espaço para o aventureirismo mais deletério já enfrentado pelo país em período democrático – sob os auspícios do Supremo Tribunal Federal, indo à reboque do efeito manada provocado pela mídia.

Narro em detalhes esse processo em meu livro “A Conspiração Lava Jato”. Criou-se um vácuo político que passou a ser ocupado a cotoveladas pelas principais corporações brasileiras.

Nesse período de trevas, pelo menos as seguintes instituições saíram dos trilhos:

O Supremo Tribunal Federal, cooptado pela mídia com o uso recorrente do chicote e da cenoura e, como consequência, a Justiça. Especial destaque para a justiça federal, dentro do fenômeno Lava Jato, com juízes federais insurgindo-se contra a Constituição, como foi o caso Sérgio Moro, sendo avalizados pela participação escabrosa do Tribunal Regional Federal da 4a Região, criando o estado de exceção para a Lava Jato. No seu rastro, houve a politização dos ministérios públicos estaduais, com muitos promotores montando acordos políticos com forças municipais, deixando o campo aberto para o avanço do crime organizado através das Organizações Sociais.

Militares das Forças Armadas e das Polícias Militares com atuação política, e empenhados claramente no movimento conspiratório de Bolsonaro e Braga Neto.

A Câmara dos Deputados, dominada por uma organização chantagista, chefiada pelo deputado federal Arthur Lira.

O mercado financeiro, dominado por um cartel de grandes fundos, impondo seus interesses e controlando totalmente dois preços fundamentais: o câmbio e os juros.

O Supremo Tribunal Federal

A reinstitucionalização passa por várias etapas.

Apesar de todas as concessões, o STF acordou a tempo e foi a primeira instituição a reagir ao desmonte institucional, da qual ela foi agente ativo, pelo menos até a eleição de Bolsonaro.

Um dia, Antônio Dias Toffoli e Alexandre de Moraes revelarão as razões que levaram à abertura do chamado Inquérito do Fim do Mundo. Na época, Toffoli me convidou para uma conversa em São Paulo, falou da urgência de se começar a investigar o que estava ocorrendo. Não deu maiores detalhes.

Mas ficou claro que já tinham identificado os preparativos de um futuro golpe de Estado a ser aplicado por Bolsonaro. O inquérito foi entregue a Alexandre de Moraes, que se cercou de um conjunto de assessores de sua estreita confiança. Ali começou a ser preparada a resistência que, mais tarde, impediu a concretização do golpe e permitiu a apuração da conspiração bolsonarista-militar. A astúcia e coragem pessoal de Moraes o absolvem de todos os erros anteriores – um dos quais foi ter aberto o governo Temer a militares com histórico de golpismo, como Sérgio Etchegoyen. Entrará para a história como peça central de defesa da democracia. A partir de sua atuação, gradativamente o STF assumiu o papel de âncora central da reinstitucionalização, ajudando a enfrentar as cinco bestas do apocalipse da democracia.

Besta 1 – a desorganização da Justiça

O profundo processo de deterioração dos organismos judiciários – tribunais, Ministérios Públicos, Polícia Federal – depende fundamentalmente de quatro instituições, em geral bastante corporativistas:

Supremo Tribunal Federal

Conselho Nacional de Justiça

Conselho Nacional do Ministério Público

Procuradoria Geral da República.

O STF já se recolocou.

O Conselho Nacional de Justiça se redimiu, através do relatório do ex-corregedor Luiz Felipe Salomão, sobre os abusos da Lava Jato e do Tribunal Regional Federal da 4a Região.

A cumplicidade entre a Lava Jato, juízes federais e o Tribunal Regional Federal da 4a Região é um dos capítulos mais vergonhosos da história jurídica do país. O ápice foi a 8a Turma aumentando, de forma unânime (contrariando qualquer análise probabilística), as penas de Lula, para evitar a prescrição por idade. Os responsáveis foram os desembargadores João Pedro Gebran Neto (relator), Leandro Paulsen e Victor Luiz dos Santos Laus.

O segundo episódio foi a constituição de uma fundação, destinada a desviar dinheiro da Lava Jato. Esse esquema começou a ser desmontado na gestão Augusto Aras, na Procuradoria Geral da República, mas, especialmente, pelo relatório da corregedoria do Conselho Nacional de Justiça, por Luiz Felipe Salomão. Foi a recolocação do CNJ na restauração da institucionalidade. A resistência a esse processo restaurador da justiça emperra em dois poderes. Um, a Procuradoria Geral da República, especificamente o PGR Paulo Gonet; outra o Secretário Nacional de Segurança Pública, Mário Sarrubbo. 

 


O PGR Gonet mantém engavetado o inquérito de Salomão – que acusa de peculato diretamente o ex-juiz Sérgio Moro, a juíza Gabriela Hardt e o ex-procurador Deltan Dallagnol -, e tem criado dificuldades para a apuração dos desvios do juiz Marcelo Bretas, o halterofilista acusado de cumplicidade com um advogado neófito, na operação no Rio de Janeiro.

O Secretário Sarrubbo, por sua vez, está empenhado em desmoralizar uma correição do Conselho Nacional do Ministério Público, que atingiu um promotor aliado. O CNMP era visto, até então, como o mais corporativista das organizações do sistema judicial. Justo em uma área – as prefeituras – em que se amplia perigosamente a atuação do crime organizado e contra a qual os promotores estaduais deveriam estar na linha de frente. 

O órgão começou a se redimir em São João da Boa Vista, investigando a atuação de um promotor aliado da prefeita local, com contratos suspeitos nas áreas de lixo e saúde. São os dois setores preferenciais de atuação das organizações criminosas, segundo o promotor Lincoln Gakiya, que lidera o GAECO (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) de São Paulo. A investigação sofreu interferência direta de Sarrubbo, responsável pela organização do combate ao crime organizado do Ministério da Justiça, interferindo nas investigações do CNMP, como testemunha de defesa do promotor e com ataques ao corregedor responsável pela correição original -mostrando que se valeu do inquérito para acerto de contas pessoal.

Como os promotores estaduais deveriam ser a linha de frente contra o avanço do PCC nas Organizações Sociais, a presença de Sarrubbo traz indagações concretas sobre qual seu grau de compromisso no combate efetivo às organizações criminosas. E como ficará sua situação política, se as investigações da PF baterem no promotor aliado. Esse inquérito será fundamental para se avaliar até que ponto o CNMP – e o próprio Ministério da Justiça – estão à altura do grande desafio de colocar os MPs estaduais alinhados no combate ao crime organizado. 

Besta 2 – a conspiração militar

Graças ao papel decisivo de Alexandre Moraes, a prisão do general Braga Neto operou como um divisor de águas na história militar do país. Com um comandante legalista no Exército, com a Marinha expurgada do Almirante Almir Garnier, o comandante que apoiou o golpe tentado por Bolsonaro, com informações sobre a resistência do Alto Comando ao golpe – sejam quais foram seus motivos -, há condições objetivas de, pela primeira vez na história, as Forças Armadas cumprirem sua função institucional de defesa da pátria contra inimigos externos, deixando de lado a contaminação recente, estimulada pelo general Villas Boas.

Haverá a renovação do Alto Comando, permitindo a seleção de oficiais comprometidos com a democracia. Mas a profissionalização das Forças Armadas passa por reformas estruturais que estão longe de serem tentadas. E há um bom contingente de oficiais, de coronéis para baixo, de olho nas benesses conquistadas pelos militares que trocaram a dignidade da farda pela recompensa financeira de aderir ao bolsonarismo. Será uma das principais frentes para a consolidação da reinstitucionalização nacional.

Besta 3 – a conspiração das Polícias Militares

O empoderamento das Polícias Militares foi uma das principais armas articuladas pelo bolsonarismo. O motim de 2020, da PM de Fortaleza, a milicianização da PM paulista por Tarcísio e Derrite, o papel da PM do Distrito Federal no 8 de janeiro.

Seria conveniente uma leitura do livro “O Procurador”, de Luiz Costa Pinto, sobre a articulação dos procuradores gerais para evitar o golpe de Bolsonaro. Houve uma articulação discreta, através da qual os procuradores estaduais decretaram estado de emergência, obrigando as PMs a ficarem nos quartéis. Hoje em dia, a violência de várias polícias estaduais revela apenas o nível de empoderamento do setor, com a perda da disciplina produzida pela politização de oficiais, pelos influenciadores digitais da própria PM.

Ponto central seria o controle a ser exercido pelos Ministérios Públicos estaduais. Daí a relevância do papel fiscalizador do CNMP e o desserviço prestado pelo Secretário Sarrubo.

Besta 4 – a conspiração do Centrão

No segundo ato político mais relevante do ano, o Ministro Flávio Dino, do STF, aplicou um xeque mate no Centrão, sem interferir nas prerrogativas da Câmara ou do Executivo. Exigiu apenas que fossem identificados os autores e os destinatários das emendas.

Lembra um pouco o que ocorreu em São Paulo, nos massacres de 2006. Eram assassinadas cerca de cem pessoas por dia. O massacre só cessou quando procuradores da República conversaram com o Conselho Regional de Medicina que convocou médicos para comparecem ao Instituto Médico Legal. O laudo do legista é o ponto de partida para qualquer inquérito ou denúncia. Imediatamente cessou o morticínio, embora até hoje o Secretário de Segurança da época, Saulo de Castro Abreu, não tenha sido judicialmente responsabilizado.

O CPF e o CGC nas emendas são o ponto de partida para a investigação policial. A decisão de Dino ocorre em um momento em que a Polícia Federal investiga emendas já liberadas, mostrando relações de deputados com o crime organizado. Pode terminar a blindagem que até agora beneficiou Arthur Lira, em um período em que a vulnerabilidade institucional permitia a chantagem política. Os desdobramentos da decisão poderão desarticular a mais desmoralizante organização política que já atuou no Congresso Nacional.

Besta 5 – a conspiração do mercado

A última besta é o controle do mercado sobre dois preços básicos da economia: câmbio e juros. Há duas formas de controle: o institucional, baseado no conjunto de regras definido pelo sistema de metas inflacionárias; e a atuação de um cartel, no câmbio e em juros.

Já começou o combate às duas formas de atuação. Em relação ao cartel do câmbio, há denúncias formalizadas no CADE (Conselho Administrativo de Direito Econômico) e na CVM (Conselho de Valores Mobiliários). São duas organizações capturadas pelo mercado. Mas, como envolve custos públicos – de carregamento da dívida – a AGU (Advocacia Geral da União) poderá acionar o TCU (Tribunal de Contas da União), a CGU (Controladoria Geral da União) e até a Polícia Federal.

Um trabalho mais apurado seria possível com uma cooperação com a polícia do Reino Unido, que apurou nas manipulações do câmbio e da libor. A Procuradoria Geral da República poderia montar um grupo para estudar esses ângulos do crime financeiro. Seria uma maneira de se redimir do corporativismo que a contamina e. conferir um papel de destaque ao MPF.

A segunda frente é em relação às formas de fixação da taxa Selic. Há ações em andamento, com todo cuidado que o tema merece, sem histrionismo, sem ameaçar o mercado, apenas trazendo questões de constitucionalidade: a política monetária afeta emprego, nível de atividade, orçamento público. Sua definição não pode ser prerrogativa do mercado e do Banco Central – como é hoje, com o BC submetido aos movimentos especulativos do mercado. E trazer o mercado de volta ao seu papel legitimador: o de financiador do desenvolvimento. Trata-se de um movimento inicial, mas relevante para começar a discussão de um novo tempo de cidadania, que acabe com os superpoderes de todos esses agentes, que se prevaleceram nas últimas décadas do enfraquecimento do poder Executivo.

Autor: Luis Nassif – Site Jornal GGN.

2 de janeiro de 2025

Congresso dos ricos e poderosos ou sindicato do crime?

Foto BBC News.

Com exceção dos deputados e senadores da base governista, a atual legislatura da Câmara e Senado Federal atuam como se fossem um sindicato dos ricos e poderosos no Brasil. Quando não estão atuando em favor dos ricos, exercem seu poder para desviar a finalidade das emendas parlamentares e obstruir avanços que venham do Poder Executivo.

O orçamento secreto é uma prática legislativa brasileira iniciada em 2020 durante o desgoverno de Jair Bolsonaro para destinação de verbas do orçamento público a projetos definidos por parlamentares sem a devida identificação e transparência.

São bilhões enviados a fundo perdido sem ter lastro de projetos em sua origem, na maior parte das vezes, recursos enviados para cidades onde parentes, amigos e correligionários são prefeitos.

Um dos maiores golpes contra a economia brasileira, com o silêncio da sociedade, a conivência da grande mídia e pouca ação da justiça, com exceção das ações emanadas pelo Ministro Flávio Dino do STF.

Se o governo ou a justiça os impedem, os políticos de extrema-direita bolsonaristas trancam a pauta ou obstruem votações importantes do governo. O impasse sobre os efeitos da decisão do ministro Flávio Dino, que impôs condições para o pagamento de emendas parlamentares, travou o avanço do pacote fiscal na Câmara dos Deputados e ameaça jogar a votação dessas medidas na Casa para 2025.

Uma fonte ligada ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse que, sem um recuo de Dino e do Supremo – cujo plenário referendou a decisão do ministro – e a retomada da liberação das emendas, é “muito provável” que nada avance na Casa.

Pelo calendário legislativo, o governo teria apenas mais duas semanas no final de 2024, de trabalhos dos parlamentares para aprovar o pacote fiscal, que prevê uma contenção de despesas públicas de cerca de R$ 70 bilhões até 2026. “Não é uma situação política simples e de fácil resolução”.

Os parlamentares transformaram o governo em refém, se os recursos bilionários não forem liberados o país pode parar. Essa chantagem criminosa demonstra claramente que em tempo algum os políticos usaram o dinheiro público de forma tão vil, corrupta quanto nesta atual legislatura.

Quando não estão pressionando o governo por recursos sem transparência, estes mesmos políticos atuam em defesa dos ricos, votando contra benefícios aos mais pobres e aos trabalhadores, isentando os milionários da cobrança de impostos sobre grandes fortunas.

Estes políticos de direita formam um verdadeiro sindicato patronal dos milionários brasileiros. Atuando sempre exclusivamente na defesa de seus interesses e das suas empresas e negócios. Incluem-se neste grupo, os poderosos líderes de Igrejas evangélicas, que conseguiram nos últimos tempos isenções fiscais e tributárias que permitem que adquiram jatos, mansões, carros importados em nome de suas instituições religiosas sem arcar com pagamento de impostos.

Não existe ideologia alguma no meio da direita bolsonarista, lutam por dinheiro, poder, na óbvia busca pela reeleição de aliados que podem vir a ajudá-los nas eleições gerais de 2026. Contam com um aliado importantíssimo que são os eleitores que se informam pelos aplicativos de mensagens e redes sociais, formados pela Universidade da Fake News.

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Acadêmico da ABLetras, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.