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22 de julho de 2025

Agricultura sustentável e financiamento climático: o paradoxo que desafia o futuro!

 

A agricultura tropical está no centro de um paradoxo brutal: é responsável por cerca de 90% do desmatamento nos trópicos, mas recebe menos de 5% do financiamento climático global. Uma conta que simplesmente não fecha — e que precisa ser urgentemente reescrita se quisermos conter o colapso ecológico e alimentar do planeta.

O solo como ativo climático: restaurar sem derrubar

Com a COP30 se aproximando e o Brasil no centro do palco climático global, ganha força a proposta de mobilizar capital catalítico — instrumentos financeiros que assumem riscos iniciais para atrair recursos privados — com o objetivo de restaurar milhões de hectares de solos e pastagens degradadas. O plano é claro: aumentar a produção sem avançar sobre a floresta.

O Brasil detém a maior área de pastagens degradadas do mundo. Só elas, se recuperadas, poderiam sustentar a expansão agrícola necessária para alimentar uma população crescente sem a necessidade de desmatamento adicional. É a possibilidade de tornar a agricultura parte da solução, e não mais do problema.

O abismo financeiro da agropecuária sustentável

Mas por que tão pouco financiamento climático chega ao campo?

Porque os riscos são altos, e o retorno é de longo prazo;

Porque faltam instrumentos adequados para agricultores familiares e pequenos produtores;

Porque ainda olhamos demais para carbono industrial e de menos para carbono de solo e biodiversidade.

O resultado é um vácuo perigoso: um setor altamente emissor, vulnerável e estratégico, sem os recursos necessários para se transformar.

A transição começa pela terra

Agro florestas, sistemas integrados, pecuária regenerativa e práticas agroecológicas já mostraram sua eficácia na retenção de carbono, no aumento da produtividade, na resiliência climática e na conservação da biodiversidade. Mas sem financiamento acessível, com prazos, taxas e garantias adequadas, essas práticas não sairão do campo das boas intenções.

Regenerar é urgente — mas custa caro. E não fazer nada custa ainda mais.

Justo, produtivo e viável: é possível, mas com coragem

Esse também é um tema de justiça climática. São os pequenos produtores, povos indígenas e comunidades tradicionais que mais sofrem com os impactos da crise climática, e que menos têm acesso aos fundos que poderiam mudar essa realidade.

É hora de virar essa chave.

Capital catalítico para destravar investimentos;

Mecanismos de risco compartilhado para quem produz;

Infraestrutura verde e assistência técnica para quem cuida da terra;

Governança e transparência para garantir impactos reais.

A agricultura pode liderar uma transição ecológica justa, produtiva e resiliente - Foto Ilustrativa Freepik.
 

COP30: a hora da virada?

Chegou a hora de encarar uma das perguntas mais desconfortáveis do nosso tempo:
Se 90% do desmatamento tropical vem da agricultura, por que apenas 5% do financiamento climático vai para ela?

A resposta será dada na COP30. E mais do que discursos, ela exigirá ações concretas, fundos comprometidos, políticas públicas ousadas e engajamento do setor privado.

A agricultura pode — e deve — liderar uma transição ecológica justa, produtiva e resiliente. Mas para isso, precisa de financiamento adequado, em escala, e com justiça social.

Não se trata apenas de salvar o clima.
Trata-se de garantir comida, floresta, renda e dignidade.
No mesmo território.
Ao mesmo tempo.

Autor: Oscar Lopes – Publisher da Neo Mondo.

Contagem regressiva para o fim de Trump, por Luís Nassif

Não se tenha dúvidas. Quando o furacão chegar, não restará pedra sobre pedra, não apenas do político, mas do empresário Donald Trump.

Até algum tempo atrás, quem ousasse imaginar os arroubos de Donald Trump seria taxado de fantasioso. Trump atropelou todos os limites do bom senso.

A maneira como conseguiu atuar até hoje, de forma impune, passou a impressão de que foram liquidados completamente todos os limites democráticos. Reside aí o erro de raciocínio.

Todo abuso continuado gera uma reação cumulativa. A atuação de Trump já provocou a oposição dos seguintes setores:

  • As universidades e os centros de pensamento jurídico.
  • A imprensa, do liberal The New York Times aos antigos apoiadores do grupo Murdoch, incluindo Fox News, The Wall Street Journal.
  • Todas as empresas importadoras, afetadas pelas novas tarifas e pelas maluquices de tarifas de 50% a 100% ao bel prazer de Trump.
  • As comunidades latinas e negras.

São resistências cumulativas. E ele ainda vive dilemas. Se recua nas apostas, passa a impressão de fraco – imagem destruidora de lideranças fascistas. Se continua apostando, vai gerando mais desequilíbrios e criando mais resistências.

Em suma, a versão acabada do ditado “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”.

Faltava o episódio síntese, aquele capaz de ser assimilado por todos os níveis de público, até os terraplanistas. E, agora, ele chegou. Ou melhor, voltou para ficar.

O caso Epstein

Agora, paira sobre sua cabeça as revelações do caso Epstein – o milionário que arrumava meninas menores de idades para o mundo dos bilionários.

A versão de suicídio jamais foi convincente. Como uma das pessoas mais vigiadas dos EUA morre sob custódia federal? 

Havia uma série de coincidências suspeitas.

  • Duas câmeras de segurança próximas à cela falharam ou apresentaram problemas técnicos.
  • Os dois agentes penitenciários responsáveis dormiram durante o plantão e falsificaram registros de rondas.
  • Epstein havia sido retirado da vigilância antissuicídio apenas dias antes, apesar de um suposto intento anterior.
  • O laudo oficial indicou suicídio por enforcamento com lençol. Mas o patologista independente contratado pela família (Michael Baden) afirmou que: “As fraturas no osso hioide são mais consistentes com estrangulamento homicida do que com enforcamento suicida.
  • As marcas no pescoço também causaram dúvida: estavam horizontais (como de estrangulamento) e não oblíquas (como típico em enforcamento).
  • Epstein foi preso em julho de 2019. Morreu menos de 40 dias depois. Ele estava pronto para delação sobre sua rede de tráfico sexual, finança e chantagens.
  • A prisão e condenação de Ghislaine Maxwell (sua parceira) em 2021/2022 revelou novas informações, mas não nomes nem provas completas.
  • Parte do material foi liberado em 2024 e 2025, mas muitos nomes foram suprimidos.
  • Documentos como o “black book” e as gravações de câmeras privadas de Epstein ainda não foram integralmente tornados públicos.

Nas próximas semanas, será o prato predileto da mídia. The Times e New York Post, uma em Londres, outra em Nova York, ambas do grupo Murdoch, já iniciaram o tiroteio, secundando o The Washington Post, que trouxe a primeira reportagem, da nova rodada sobre as relações Epstein-Trump,

As reportagens do The Times têm manchetes bombásticas: “É uma história maior do que o mundo jamais conheceu”, diz ele.

Mostrou que os logbooks de voos no jato de Epstein – apelidado de “Lolita Express”- revelam passageiro proeminentes, mas sugerem que a lista é muito maior do que foi revelado, “muito ainda está por vir”, e especula até possíveis vínculos com a inteligência israelense.

Outra reportagem mostra o senador Ron Wyden afirmando que o governo Trump detinha registros secretos de US$ 1,5 bilhão em transferências financeiras relacionadas a Epstein, incluindo transações abastecidas por bancos russos.

Um conjunto grande de estragos políticos já foi contabilizado. Pesquisa da Reuters mostrou que 69% dos norte-americanos acreditam que o governo está ocultando informações sobre clientes de Epstein, e apenas 17% aprovam a forma como Trump conduziu o caso.

Entre os republicanos, 35% aprovam, 30% desaprovam e 35% estão indecisos. E a campanha sobre o tema mal começou. Figuras da ala MAGA, como Laura Loomer, Mike Pence e Josh Hawley, pressionam por mais transparência, chamando a postura atual de “cover‑up”.

Outros escândalos

Não é o único escândalo reprimido provisoriamente, em função da reeleição de Trump. Há muito mais macaquinhos no sótão de Trump, conforme sincretiza o Chat GPT.

1. Esquema de “hush money” e falsificação de registros (Nova York)

  • Em março de 2023, o promotor Alvin Bragg apresentou 34 acusações criminais contra Trump por falsificar registros comerciais para ocultar pagamentos à atriz pornô Stormy Daniels antes da eleição de 2016 .
  • Em maio de 2024, foi condenado por essas práticas (sem risco de prisão, mas com registro criminal).

2.  Caso civil por fraude financeira (fraude patrimonial em NY)

  • A procuradora-geral Letitia James moveu ação contra Trump e seu grupo, acusando inflação fraudulenta de patrimônio em mais de US$ 3,6 bi entre 2011‑2021.
  • Em fevereiro de 2024, o juiz Arthur Engoron condenou Trump a pagar cerca de US$ 355 mi (com juros, ultrapassando US$ 500 mi) e proibiu-o de atuar como diretor de empresas em Nova York por três anos.

3. Condenação da Trump Organization por sonegação de impostos

  • Em dezembro de 2022, a Trump Organization e seu CFO Allen Weisselberg foram considerados culpados por um esquema de 15 anos de fraude fiscal criminal.
  • Weisselberg recebeu pena de prisão e tornou-se testemunha-chave.

4. Trump University – Fraude educacional

  • Trump enfrentou várias ações por suposta operação fraudulenta da “Trump University”, acusada de enganar consumidores e operar como esquema RICO.
  • Ele foi responsabilizado financeiramente em acordos, embora sem condenação criminal direta.

5.  Mar-a-Lago – Seguros e avaliações falsas

  • Indícios de fraude em seguro: Trump recebeu US$ 17 mi por suposto dano de furacão que, segundo o butler, não ocorreu.
  • Em processos de fraude patrimonial, a mansão foi supervalorizada em sua contabilidade (até US$ 627 mi, contra avaliação real de US$ 18–27 mi).

6.  Conflitos de interesse e favorecimento nos negócios

  • Trump e sua família lucraram com negócios ligados a criptomoedas, empreendimentos imobiliários internacionais e acordos com governos estrangeiros – inclusive um memorando avalia US$ 2 bi com fundo dos Emirados.
  • Críticos apontam uso de poder presidencial para favorecer esses negócios, levantando acusações de violações do emoluments clause e possíveis crimes financeiros.

Não se tenha dúvidas. Quando o furacão chegar, não restará pedra sobre pedra, não apenas do político, mas do empresário Donald Trump. 

Autor: Luis Nassif – Publicado no Site GGN.

16 de julho de 2025

A soberba americana não se sustenta por si somente.

Imagem Primeira página. 

Apesar de não haver nenhuma evidência técnica ou científica de que os EUA seja o melhor país do mundo, alguns ainda insistem nesta tese. Baseados em coisas que não são factíveis ou lendas, eles fingem desconhecer fatos concretos sobre a sociedade americana e o seu país.

Afinal, os EUA ocupam algo em torno do 7º lugar no mundo em alfabetização. Estão em 27º quando o assunto é aprendizado na matéria Matemática e 22º em Ciências. Quando falamos de expectativa de vida, ocupam o 49º lugar. Se o assunto é mortalidade infantil a situação é ainda mais preocupante com os EUA ocupando o 178º lugar.

Na economia estão em 3º lugar no quesito renda familiar bruta. Ocupando o 4º lugar em força de trabalho e em exportações. Lideram o mundo em apenas três categorias que são:

A)   Número de presos per capita,

B)   número de adultos que acreditam que anjos são reais;

C)  Gastos com defesa, onde gastam mais do que 26 países juntos. Portanto, não há motivos para tanta soberba e arrogância do povo americano em relação aos demais países do planeta.

O chamado maior país do mundo sobrevive graças ao seu poderio bélico, as guerras que em parte fomenta para poder vender armamentos que ajudam a sua economia a se manter. Por este motivo não se posiciona contrário à guerra da Rússia contra Ucrânia. Na medida que vende mísseis e outras armas aos ucranianos. Assim como supre o exército israelense no genocídio palestino vendendo armamentos para os judeus.

Seu povo não estuda geografia, história e fingem desde a adolescência que os EUA são o centro do mundo civilizado. Não por mera coincidência chamam o vencedor da NFL de campeão mundial, quando o torneio de futebol americano é disputado apenas por times americanos dentro do próprio país. Assim o fazem na Liga Americana de Beisebol ou Basquetebol.

Essa soberba os ilude e engana há muitos anos, porém, não resistirá a modernidade tecnológica que está avançando rapidamente, transformando a China, Japão, Singapura e outros países destacadamente na educação, saúde, comunicação, tecnologia de ponta com parques industriais ultra modernos.

É indiscutível o fato de que os EUA não figuram há muito tempo entre as nações com melhores índices de educação no mundo em que vivemos. Segundo pesquisa do jornal americano Washington Post os dez países com melhor nível educacional são:

Singapura – 560 pontos (líder em matemática, leitura e ciências)

China – 535

Taiwan – 533

Japão – 533

Coreia do Sul – 523

Hong Kong (China) – 520

Estônia – 516

Canadá – 506

Irlanda – 504

Suíça – 498

Entre os dez melhores, seis são da Ásia, três da Europa e um da América do Norte (Canadá). Isso explica em parte o ódio de Trump pelos imigrantes. 

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Acadêmico da ABLetras, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.