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24 de julho de 2025

Lei Magnitsky ou mais um delírio bolsonarista?

 

Durante o longo período para planejamento da tentativa de golpe de Estado nas portas dos quartéis, os bolsonaristas usaram o Artigo 142 da nossa Constituição Federal como justificativa, como se este, numa interpretação tosca, pudesse ou autorizasse as Forças Armadas a intervir no resultado das eleições que haviam ocorrido em outubro de 2022. Eles enchiam a boca para falar deste artigo enquanto pediam aos patriotários acampados que aguardassem 72 horas.

Hoje, após todas as investigações sobre a tentativa de golpe de Estado e os atos terroristas na Praça dos Três Poderes, sabemos que as 72 horas eram o tempo que as lideranças da organização criminosa imaginavam serem suficientes para que as FFAA decidissem por uma intervenção militar no país com aval de Bolsonaro, algo que o covarde não conseguiu e as FFAA rejeitaram.

Atualmente Eduardo Bolsonaro, refugiado nos EUA, usa como ameaça ao Ministro do STF Alexandre de Moraes a Lei Magnitsky, supondo que isso seria possível. Essa chantagem junto com a taxação de 50% dos produtos exportados para os EUA é a única resposta que o filho do inelegível possui para contrapor as denúncias e acusações de golpes promovidas por seu pai.

Para ficar mais claro para quem não conhece a lei citada por Eduardo Bananinha, ela diz o seguinte: “A Lei Magnitsky é uma legislação criada inicialmente nos Estados Unidos em 2012 com o objetivo de punir indivíduos estrangeiros envolvidos em violações graves de direitos humanos e corrupção”.

Ela recebeu esse nome em homenagem a Sergei Magnitsky, um advogado russo que denunciou um grande esquema de corrupção envolvendo autoridades russas e, como consequência, foi preso e morreu na prisão em 2009 em circunstâncias suspeitas.

Principais pontos da Lei Magnitsky original (EUA):

Permite ao governo americano congelar ativos e negar vistos a estrangeiros acusados de:

graves violações de direitos humanos (como tortura, assassinatos extrajudiciais)

corrupção significativa

Inicialmente focada em autoridades russas, mas depois expandida para o mundo todo com o Global Magnitsky Act (2016).

Seria interessante e didático que o deputado federal licenciado dissesse ao país em que item Alexandre de Moraes estaria contido? Tortura? Violações dos direitos humanos? Corrupção? Caso Trump, amigo do falecido Epstein resolva incluir o ministro do STF brasileiro, teria que dar muitas explicações até para a Corte Suprema dos EUA.

O bolsonarismo é uma organização criminosa que pretendia dar um golpe de Estado, tirar do poder um presidente eleito pelo voto do povo e ainda planejava através dos chamados Kids Pretos assassinar o presidente Lula, seu vice e o próprio ministro Alexandre de Moraes. Ou seja, se os americanos e o resto do mundo soubessem dos detalhes das provas amealhadas contra Jair, certamente Eduardo correria o risco de ser deportado daquele país por fraudes, mentiras e calúnias. 

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Acadêmico da ABLetras, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.

Narrativas.

 

O ponto alto do bolsonarismo e da extrema direita brasileira é a criação de narrativas que destoam da verdade e dos fatos da nossa história. Para poder ou ao menos tentar justificar seus atos e as críticas aos adversários eles voam alto com narrativas fantasiosas, imaginárias e completamente sem sentido. 

Coisas que não se sustentam perante uma simples arguição de dois minutos. São muitos os exemplos ao longo dos últimos sete anos.   Como por exemplo:

- O absurdo tratamento alternativo contra a Covid com cloroquina foi um deles, disseminado à exaustão por médicos, dentistas, radialistas, etc.

- Negar que houve uma ditadura militar no país em 1964, jogando nossa memória viva no limbo e rasgando os livros de história.

- A mais recente foi dizer que a tentativa de golpe de estado após derrota nas urnas em 2022 não existiu, a despeito de provas fartas, áudios, vídeos e documentos encontrados pela PF jamais refutados pela defesa do líder da organização criminosa. Até a minuta do golpe foi encontrada, e mesmo assim, eles desmentem os fatos com mentiras.

O filho, Eduardo Bolsonaro, fugiu convenientemente para os EUA e se posiciona em Lives e postagens como se fosse um mártir lutando contra a ditadura do STF. Justamente o regime que ele e os alienados pediram exaustivamente na porta dos quartéis.

Algo que Jair Bolsonaro tentou em vão depois da derrota eleitoral, derrubando nossa democracia e suas instituições.

O mais triste e incompreensível é ter quem ainda apoie essas narrativas baseadas em mentiras e delírios de um psicopata imoral, corrupto, que enriqueceu à custa da política e do estado brasileiro.

Nas redes sociais, e nas colunas destinadas aos leitores, são muitas as pessoas que ainda imputam mentiras disseminadas pela extrema direita como se estas fossem verdade absolutas. Culpam Lula por tudo, menos aquilo que realmente deveriam em sua gestão, o que seria normal.

Não é muito difícil imaginar o desespero dos aliados que tiveram nas mãos a chance de impor um regime autoritário, derrubando um governo eleito pelo voto, transformando nossa democracia num misto de ditadura militar com regime civil comandado pelo vagabundo das motociatas.

Agora que o STF, embasado por provas sólidas, fatos, áudios, vídeos, cartas e documentos, julga os líderes dessa organização criminosa, cujo objetivos eram permanência no poder e enriquecimento ilícito, bateu o desespero a ponto de buscar nos EUA guarida para livrar o pai e aliados da prisão. Para atingir seus objetivos, erguem bandeiras com nome de Trump em plena Câmara Federal ou assumem que desejam que o nosso país vire terra arrasada, como disse numa live recente o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro.


Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Acadêmico da ABLetras, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.

22 de julho de 2025

Agricultura sustentável e financiamento climático: o paradoxo que desafia o futuro!

 

A agricultura tropical está no centro de um paradoxo brutal: é responsável por cerca de 90% do desmatamento nos trópicos, mas recebe menos de 5% do financiamento climático global. Uma conta que simplesmente não fecha — e que precisa ser urgentemente reescrita se quisermos conter o colapso ecológico e alimentar do planeta.

O solo como ativo climático: restaurar sem derrubar

Com a COP30 se aproximando e o Brasil no centro do palco climático global, ganha força a proposta de mobilizar capital catalítico — instrumentos financeiros que assumem riscos iniciais para atrair recursos privados — com o objetivo de restaurar milhões de hectares de solos e pastagens degradadas. O plano é claro: aumentar a produção sem avançar sobre a floresta.

O Brasil detém a maior área de pastagens degradadas do mundo. Só elas, se recuperadas, poderiam sustentar a expansão agrícola necessária para alimentar uma população crescente sem a necessidade de desmatamento adicional. É a possibilidade de tornar a agricultura parte da solução, e não mais do problema.

O abismo financeiro da agropecuária sustentável

Mas por que tão pouco financiamento climático chega ao campo?

Porque os riscos são altos, e o retorno é de longo prazo;

Porque faltam instrumentos adequados para agricultores familiares e pequenos produtores;

Porque ainda olhamos demais para carbono industrial e de menos para carbono de solo e biodiversidade.

O resultado é um vácuo perigoso: um setor altamente emissor, vulnerável e estratégico, sem os recursos necessários para se transformar.

A transição começa pela terra

Agro florestas, sistemas integrados, pecuária regenerativa e práticas agroecológicas já mostraram sua eficácia na retenção de carbono, no aumento da produtividade, na resiliência climática e na conservação da biodiversidade. Mas sem financiamento acessível, com prazos, taxas e garantias adequadas, essas práticas não sairão do campo das boas intenções.

Regenerar é urgente — mas custa caro. E não fazer nada custa ainda mais.

Justo, produtivo e viável: é possível, mas com coragem

Esse também é um tema de justiça climática. São os pequenos produtores, povos indígenas e comunidades tradicionais que mais sofrem com os impactos da crise climática, e que menos têm acesso aos fundos que poderiam mudar essa realidade.

É hora de virar essa chave.

Capital catalítico para destravar investimentos;

Mecanismos de risco compartilhado para quem produz;

Infraestrutura verde e assistência técnica para quem cuida da terra;

Governança e transparência para garantir impactos reais.

A agricultura pode liderar uma transição ecológica justa, produtiva e resiliente - Foto Ilustrativa Freepik.
 

COP30: a hora da virada?

Chegou a hora de encarar uma das perguntas mais desconfortáveis do nosso tempo:
Se 90% do desmatamento tropical vem da agricultura, por que apenas 5% do financiamento climático vai para ela?

A resposta será dada na COP30. E mais do que discursos, ela exigirá ações concretas, fundos comprometidos, políticas públicas ousadas e engajamento do setor privado.

A agricultura pode — e deve — liderar uma transição ecológica justa, produtiva e resiliente. Mas para isso, precisa de financiamento adequado, em escala, e com justiça social.

Não se trata apenas de salvar o clima.
Trata-se de garantir comida, floresta, renda e dignidade.
No mesmo território.
Ao mesmo tempo.

Autor: Oscar Lopes – Publisher da Neo Mondo.