Ao olhar para o horizonte numa destas tardes quentes de maio, sem chuva, num outono que mais parece com uma extensão do verão em Bauru, eu avistei o céu esfumaçado como se o horizonte fosse uma carvoaria ou uma extensa área de queimadas. Naquele momento não estava chovendo há mais de 40 dias na cidade, as temperaturas permaneciam altas, com a umidade relativa do ar baixa, com índices próximos aos de um deserto.
Mesmo assim, com tantos números e dados desfavoráveis, boa parcela dos brasileiros continuam na contramão dos tempos em que vivemos. Ateando fogo em matas, quintais e fazendo aceiro onde e quando não deveriam.
Essa fumaça produzida pela ignorância leva doença pelos ares, para aqueles que a respiram, principalmente crianças e idosos que adoecem, sofrem em suas casas ou nas filas intermináveis dos Pronto Atendimentos das cidades da região.
Queimadas em terrenos são altamente prejudiciais ao meio ambiente e à saúde humana. Elas podem ocorrer por diferentes razões, incluindo a limpeza de áreas agrícolas, desmatamento, queima de resíduos ou até mesmo por negligência. As queimadas liberam uma grande quantidade de poluentes no ar, contribuindo para a poluição atmosférica e afetando a qualidade do ar que respiramos.
Além disso, as queimadas podem causar danos significativos à biodiversidade, destruindo habitats naturais e colocando em risco a vida de várias espécies de plantas e animais. Elas também aumentam o risco de incêndios florestais, especialmente em áreas secas ou com vegetação densa, o que pode levar a consequências ainda mais devastadoras, como perda de vidas humanas, propriedades e recursos naturais.
São décadas em que essa cena triste, ocorre, sem que ninguém tome providências. É crime? Sim, mas quem fiscaliza e pune? O cerrado está morrendo lentamente, assim como a Mata Atlântica foi dizimada ao longo dos anos.
Portanto, é crucial que sejam adotadas práticas sustentáveis de gestão da terra, implementando medidas eficazes de prevenção e combate a incêndios para evitar queimadas descontroladas e proteger nosso meio ambiente. Isso inclui educação pública sobre os perigos das queimadas, fiscalização rigorosa das atividades que podem causar incêndios e o desenvolvimento de estratégias de manejo de fogo responsáveis.
Caso
isso não seja feito imediatamente, olhar para o horizonte significará enxergar
a fumaça, a destruição, o futuro comprometido e a certeza de que o ser humano
não evoluiu depois de séculos de ensinamentos. Caminhando celeremente para a
extinção, junto com o planeta que habitamos.
Autor: Rafael Moia
Filho – Escritor, Acadêmico da ABLetras, Blogger, Analista Político e Graduado
em Gestão Pública.
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