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13 de junho de 2024

Conscientização dos eleitores ou país ladeira abaixo

 

O brasileiro, de um modo geral, não sabe votar. Não pesquisa, se deixa ser manipulado por políticos da pior espécie, se informa através da desinformação emanada pelas fake news, não leva a sério o seu direito sagrado ao voto.

Lula venceu as eleições em 2022, porém, o conjunto dos eleitores elegeram o pior Congresso Nacional de toda história da nossa república. Mesmo assim, Lula tem conseguido com muito custo fazer o país crescer, melhorar a economia e reinserir o Brasil no cenário mundial.  Saímos do 13° lugar para ter a 8ª economia do mundo em menos de dois anos.   

Se não tivéssemos que conviver com políticos desqualificados como Gustavo Gayer, Nikolas Ferreira, Eduardo Bananinha, Arthur Lyra, Rodrigo Pacheco e caterva seriamos outra nação. Se os eleitores buscassem, entre os candidatos, pessoas do meio da sociedade, como professores, engenheiros, trabalhadores, a representatividade seria de alcance maior e melhor para os próprios eleitores e o país.

Nas eleições deste ano (2024), corremos o risco de os paulistanos, por exemplo, reelegerem o corrupto e incompetente atual prefeito. É imperioso que varremos das câmaras municipais os vassalos de extrema direita, caso contrário, o país vai continuar idolatrando a escória política nacional.

Temos, em todo território, centenas de milhares de vereadores despreparados, incompetentes, sem capacidade para redigir um texto ou interpretar um projeto de lei. Não é possível que os eleitores permaneçam elegendo essa gente por pura ignorância e preguiça mental.

Ver e ouvir pessoas acreditando em comunismo ou em teses de fechamento de igrejas, banheiros unissex, é uma vergonha, depõe contra o próprio povo. Acreditar em teorias da conspiração emanadas a partir de aplicativos como WhatsApp ou Telegram é a senha para que o país permaneça atrasado e sem ter o povo representado com qualidade nas três instâncias de poder.

O desinteresse pela política e pelas eleições vêm numa crescente em nosso país há muitos anos. Um dos fatores alegados é o desprezo pela nossa classe política. Porém, percebemos que essa situação extrapola o ato de votar. Há um afastamento em especial tantos dos mais jovens como dos idosos com relação ao acompanhamento, fiscalização e cobrança daqueles que nos governam e nos representam.

Em 2020, nas eleições municipais em seu primeiro turno na cidade de Bauru tivemos mais uma amostra desse afastamento dos brasileiros em relação a escolha de seus governantes e representantes do legislativo.

Numa eleição com 14 opções para Prefeito e 380 para vereadores, impossível argumentar que não votou porque não tinha candidatos. Num eleitorado de 270.749 mil pessoas aptas a votar tivemos 113.169 eleitores que votaram em branco (8,64%), anularam seus votos (7,66%) e se abstiveram de comparecer ao pleito (30,46%).

Aristóteles (384 a.C – 322 a.C), o filósofo grego, disse que o jovem, em geral, não é bom ouvinte acerca dos assuntos relacionados à política, pois ela trata dos temas práticos da vida acerca dos quais a juventude, em princípio, não tem muita experiência e nem conhecimento teórico, o que impediria, portanto, o surgimento espontâneo de interesse, já que ninguém tem apreço por assuntos que lhe são distantes e obscuros.

A ausência sistemática de um assunto ao longo da juventude, quando estão em formação a personalidade, os hábitos e interesses que moldam cada indivíduo, tende a perpetuar-se ao longo da vida, tornando-se um traço cultural difícil de ser modificado, haja visto que está enraizado profundamente no caráter da pessoa.

A solução desse problema a longo prazo passa por uma mudança de comportamento dos partidos políticos e de seus candidatos. Eles deveriam impelir o eleitorado a discutir seus programas de governo de uma forma transparente e direta. É imperioso que os políticos subtraiam de seus discursos o moralismo hipócrita, o casuísmo, a agressão covarde, o Fake News e toda e qualquer forma ardilosa destinada a evitar a discussão das ideias contidas em seus programas de governo.

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Acadêmico da ABLetras, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.

Um comentário:

Maria Angélica disse...

Perfeito seu posicionamento, mas ainda me pergunto como mostrar para algumas pessoas (infelizmente, muitas nos últimos anos) da importância de votarmos e aproveitarmos a oportunidade de colocarmos pessoas eficientes, conhecedoras da importância de um cargo político e que também tenham um mínimo de educação básica, porque o que estamos acompanhando é vergonhoso. Escolher porque é amigo, pastor da igreja que frequenta, médico conhecido da família ou repórter que vejo na TV é o primeiro passo para o fracasso.