Se existe uma coisa que causa imensa dificuldade aos seguidores do inelegível é tentar argumentar sobre os quatro anos de seu mandato como presidente da república. Tentar explicar qual foi o legado é impossível aos olhos dos bolsonaristas sem poder de argumentação.
A Nação teve prejuízos em todas as áreas de atuação do governo federal entre 2019-2022, a economia cambaleando, com inflação, fome, desemprego e completa ausência de projetos que pudessem ao menos minimizar os efeitos de um governo tosco, maledicente que passou a gestão inteira fazendo motociatas, férias em alojamentos das FFAA ou instigando golpes contra as instituições e a democracia.
O país torrou cerca de R$ 1,4 bilhão em vacinas contra a Covid-19 desde 2021. O valor é referente a mais de 39 milhões de doses que venceram sem serem utilizadas e precisaram ser incineradas, de acordo com dados oficiais revelados pelo atual governo.
Justamente num país que teve mais de 700 mil mortos pela Covid-19, é aquele que jogou no “lixo” quase 40 milhões de doses da vacina. Além do fato de que as mesmas foram adquiridas tardiamente pelo governo Bolsonaro.
O fim da validade e a necessidade de descartar quase 40 milhões de doses com a consequente incineração de insumos médicos é investigada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). O órgão apura se houve improbidade administrativa (quando agentes públicos causam prejuízos aos cofres públicos).
Claro que houve. E não seria necessária nem a investigação tardia da PGR, até porque a sociedade brasileira está cansada de investigações que não chegam a lugar algum, que não levam à cadeia os que cometem crimes contra o erário.
Durante a pandemia, enquanto milhares de brasileiros morriam pela Covid-19, o próprio Bolsonaro empreendia uma cruzada contra as vacinas, se recusando a se imunizar e disseminando desinformação, como fez quando associou a vacina da Covid com a Aids. A CPI da Covid, que investigou as condutas do governo federal ao longo da pandemia, terminou com o pedido de indiciamento dele por 9 crimes. Até hoje nada aconteceu, ele permanece solto nas ruas, pregando mentiras e falácias sobre adversários.
O total de vacinas incineradas representa quase 5% do total comprado pelo país. Segundo especialistas em logística na saúde, é comum o descarte de medicamentos vencidos, mas o índice está acima do considerado aceitável de até 3%.
Que me desculpem os “especialistas”,
mas não podemos aceitar nem 1% de vacinas sendo descartadas justamente numa
pandemia que matou milhões de pessoas ao redor do planeta. É crime, e o Ministro
da Saúde, seus assessores diretos e o presidente tinham que ser processados,
julgados e condenados à prisão.
Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Acadêmico da ABL, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.
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