Podemos imaginar que um órgão de segurança estadual possa licitar armas, coletes à prova de balas, coturnos, etc. Porém, a Secretaria de Segurança Pública do Estado do Amazonas irá realizar, caso não seja cancelado depois da ampla divulgação, uma mega licitação com itens muito diferentes do acima citado.
No
próximo dia 07 de novembro estará sendo licitada uma enorme quantidade de itens
no mínimo sugestivos e bem diferentes conforme relação abaixo:
a) 18 videogames PlayStation 5, incluindo planos de assinaturas de disponibilização de downloads de compra de jogos online por 5 anos;
b) 96 Puffs;
c) 18 poltronas massageadoras;
d) 18 máquinas de café com 12 seleções de tipos de bebidas;
e) 06 mesas de Ping Pong;
f) 18 televisores;
g) Mesas retangulares;
h) Cadeiras giratórias;
i) Armários, etc.
Os itens estão descritos em um termo de referência datado de 25 de setembro e forma devidamente autorizados pelo secretário-executivo da pasta, o coronel da Polícia Militar Anézio Brito de Paiva.
Na justificativa, a Secretaria diz que a compra se relaciona com a criação do Programa de QVT (Qualidade de Vida no Trabalho) nas "unidades da Secretaria de Segurança Pública do Estado, com objetivo de promover iniciativas voltadas a melhorias nos respectivos ambientes de trabalho, a saúde e melhoria de qualidade dos ambientes de trabalho dos servidores do órgão”.
Em nota, a secretaria diz que a proposta é "promover um ambiente de trabalho saudável, auxiliando na manutenção da saúde mental de homens e mulheres que compõem o sistema, uma vez que a atividade policial é uma das mais estressantes do mundo". Que coisa meiga. Como ninguém nunca pensou em fazer algo assim nas demais unidades da federação?
A pasta afirma que os recursos para a compra “foram destinados pelo Fundo Nacional de Segurança Pública ao Fundo Estadual de Segurança Pública e não poderiam ser utilizados para outros fins, que não projetos voltados ao bem-estar estar dos servidores".
Nada contra os bravos policiais do Estado do Amazonas, mas é no mínimo questionável a escolha dos produtos que serão licitados. Existem centenas de outras atividades, alternativas recreativas e possibilidades de compras com custo menor ao erário e muito mais condizentes com a justificativa adotada.
Mas
este é o país em que vivemos, sendo que no Amazonas, milhares passam fome, não
possuem acesso aos itens acima, não possuem sequer segurança.
Autor:
Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão
Pública.
Obs. Fui durante um período da minha vida Gerente de RH, promovemos diversos programas em benefício dos 1.200 colaboradores, porém, sem nunca perder de vista a importância do orçamento e das finanças da empresa.
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