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6 de novembro de 2023

A privatização da maior parte das empresas vendidas foi um engodo!

 

Um dos poucos resultados positivos da onda de privatizações iniciadas na década de 90 foi a da Telefonia, pois possibilitou a expansão das linhas para residências, comércio e indústria, com redução dos preços que eram praticados. Some-se a esta privatização o fato de que veio junto com a implantação do sistema de telefonia celular no país.

Entretanto, na maioria dos demais casos, tivemos prejuízos incalculáveis, vendas de grandes empresas a preço de banana, desvio dos recursos apurados com as vendas e mau atendimento e péssimo serviço por parte dos novos proprietários.

O setor de mineração teve a Vale do Rio Doce vendida por 10% do seu real valor no governo FHC. Um crime contra a economia e a União, que nunca deu em nada na justiça, apenas diversos processos abertos contra o governo federal à época.

O setor elétrico paulista foi todo vendido: CPFL, Eletropaulo, Comgás, Cesp (Distribuição, Transmissão e Geração). Vinte anos se passaram e não houve aumento de um KW/H no Estado. Não tivemos a propalada possibilidade de escolha do fornecedor de energia, como os tucanos mentiram antes das privatizações. Os fios permanecem emaranhados nos postes e não foram colocados embaixo das calçadas como no primeiro mundo.

Demissões, redução de equipes para atendimento locais, fechamento de regionais, promovendo a cada chuva forte um desespero aos contribuintes que ficam a mercê do 0800 por horas. De 1998 até 2006, consta que o governo do Estado de SP, comandado pelo PSDB, arrecadou cerca de R$ 78 bilhões, dinheiro que nunca foi visto em construções de Escolas, Hospitais, Penitenciárias e Saneamento Básico.

 Atualmente, vivemos a onda das privatizações de empresas fornecedoras de água e saneamento básico. O novo governador de SP, que desconhece completamente o Estado e o que seria Gestão Pública, está negociando a toque de caixa, numa velocidade impressionante, a venda da Sabesp. No interior, alguns prefeitos de direita, alinhados com o governador, já cogitam vender suas autarquias (Departamento de Água e Esgoto).

Não pensem que o objetivo seja economia ou melhoria dos serviços, porque isso é mentira. Na verdade haverá sim muito dinheiro em caixa, estes recursos extras poderão ser aproveitados na campanha eleitoral, em outras frentes ou simplesmente sumir no ralo e ser esquecido com o tempo.

A Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (Cteep) foi privatizada em 2006 por R$ 1,193 bilhão. Este valor foi pago pela empresa colombiana Interconexión Eléctrica S/A (ISA). No caixa da empresa consta que haviam R$ 800 milhões. A CTEEP tinha na ocasião quase 100 subestações espalhadas no Estado, o custo para construção de uma delas era maior do que o preço da venda da empresa inteira.

Esse é o exemplo cabal do que é a privatização no Brasil. Detalhe: não foram construídas novas linhas de Transmissão no Estado, nem foram feitas modernizações no sistema. Apenas houveram demissões, enxugamento e o envio pontual de lucro para o país de origem da empresa que a comprou. Vale lembrar que na época da venda, ou doação, o governador era Geraldo Alckmin – PSDB.

 

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.

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