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1 de novembro de 2023

A seca na Amazônia mostra ao mundo que o meio ambiente não resistirá à ganância!

  

Desmatamento na Terra Indígena Cachoeira Seca (PA) explodiu após retirada de base de fiscalização por Bolsonaro.

Bastaram apenas seis anos de governos de direita no Brasil para que houvesse uma destruição sem precedentes no meio ambiente. As queimadas na região amazônica, destruição de rios com a adição de mercúrio pelos garimpos ilegais permitidos por Bolsonaro entre 2019-2022 somadas ao desmatamento para venda de madeiras ilegais puseram em risco a Floresta Amazônica e a população que vive às margens dos rios que cortam aquela região.

O retrocesso aliado à estupidez humana fez com que o Rio Negro alcançasse no dia 16 de outubro a marca histórica de 13,59 metros, considerada a seca mais severa desde que foram iniciadas suas medições hidrográficas em 1902, segundo dados divulgados pelo Porto de Manaus. O recorde anterior era de 2010, quando a cota chegou a 13,63 metros. No dia seguinte foi a vez do Rio Solimões em Manacapuru, na Região Metropolitana de Manaus, atingir a sua mínima histórica de 3,81 metros, segundo divulgado pelo Serviço Geológico Brasileiro (SGB).

“O nível grave, acentuado pela pior seca da história em Manaus, é um indicativo do evento climático extremo enfrentado pela Amazônia. Ações capazes de amenizar as consequências dessa situação poderiam ter sido implementadas antes”, defende Rômulo Batista, porta-voz do Greenpeace Brasil. 

Na semana passada (22 a 27/10), o Rio Madeira também havia atingido seu menor nível histórico, chegando a 121,5 centímetros na altura de Porto Velho (RO) e esta semana o rio Amazonas já atingiu a mínima recorde na estação de medição de Almeirim (PA), chegando a 210,8 cm, e está prestes bater a mínima também na altura de Óbidos (PA). Dezenas de municípios no Acre, Amazonas e Pará já declararam situação de Emergência.

Há muitas décadas, especialistas vinham avisando e alertando os governantes brasileiros sobre a destruição da Floresta Amazônica e as consequências dessa situação. Entretanto, nada foi feito enquanto as árvores eram derrubadas silenciosamente dia após dia. A fiscalização existente não era suficiente e todos sabiam disso, inclusive os madeireiros, garimpeiros, latifundiários e fazendeiros da região que esperavam apenas por um sinal para poderem invadirem as áreas delimitadas.

Este sinal foi dado com a posse de Jair Bolsonaro, que desmantelou o Ibama, Inpe, Funai e demais órgãos de fiscalização e proteção do meio ambiente. A famosa e criminosa frase do ex-ministro do Meio Ambiente de Bolsonaro, Ricardo Salles, ainda ecoa no seio da floresta: “Vamos passar a boiada enquanto eles estão preocupados com a pandemia do coronavírus”.

A situação é trágica e deve impactar meio milhão de pessoas até o final de 2023. Lagos e rios estão secando, impedindo o acesso de barcos com bens indispensáveis às cidades do Amazonas. Os estados de Rondônia e Acre também sofrem os efeitos desse desastre que, de natural, não tem nada. De inesperado, menos ainda. Estamos diante de um evento extremo causado pela crise climática.

Chega de discursos, chega de reuniões e de prazos, a hora é agora, a sociedade brasileira precisa reagir e exigir mudanças radicais na forma com que estão tratando bens tão preciosos ao país, aos brasileiros e a humanidade. Chega de impunidade!

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.

https://apublica.org/2023/10/seca-na-amazonia-vira-novo-alvo-de-desinformacao-da-extrema-direita-no-brasil/ 

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