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1 de outubro de 2023

Uma história estranha sem que tenha havido investigações pela FUNAI e PF!

 

Normalmente, os crimes cometidos contra a população indígena no Brasil não são investigados e levados a sério como deveriam por parte da Funai e da Polícia Federal. Isso é uma amostra de como a comunidade indígena é tratada em solo que lhes pertence.

Ao longo de séculos, foram usurpados por falsos religiosos de diversos segmentos, tanto da Igreja Católica como de diversas igrejas evangélicas. Sempre tentando catequizar os indígenas, algo que eles jamais pediram.

Os indígenas da aldeia Kamayurá, localizada no centro da reserva indígena do Xingu, no norte do Mato Grosso, afirmaram à revista Época que a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos no governo Bolsonaro, levou Kajutiti Lulu Kamayurá, na ocasião com seis anos, irregularmente da sua casa.

Damares apresenta Lulu, hoje com mais de 21 anos, como sua filha adotiva, mas a adoção nunca foi formalizada legalmente, conforme a própria ministra já admitiu em entrevista à TV Globo.

Segundo os indígenas, Lulu deixou a aldeia levada pela amiga e braço direito de Damares, Márcia Suzuki, sob o pretexto de fazer um tratamento dentário na cidade, mas nunca mais voltou. Márcia fundou, junto com Damares, a ONG Atini, cuja bandeira é salvar crianças indígenas do infanticídio. Percebemos neste momento que as bandeiras da direita são sempre usurpadas por ações deles próprios em contradição com os discursos inflamados contra a esquerda.

A jovem nasceu em 20 de maio de 1998, segundo seu registro. Jornalistas foram até a região do Xingu ouvir dos Kamayurá a história da menina que foi criada pela avó paterna, Tanumakaru, uma senhora de pele craquelada, cega de um olho. Eles afirmam que Damares levou a menina irregularmente da comunidade.

Alguns detalhes se perdem na memória dos indígenas, mas há um fio condutor que une o relato de todos eles. Lulu deixou a aldeia sob pretexto de fazer um tratamento dentário na cidade e nunca mais voltou. Contam que Damares e Márcia Suzuki, amiga e braço direito da ministra, se apresentaram como missionárias na aldeia. Disseram-se preocupadas com a saúde bucal da menina.

A Funai fingiu que não sabia de nada. A PF não foi solicitada para fazerem uma investigação profunda. A versão da comunidade indígena está correta? Neste caso, a jovem foi sequestrada e privada do convívio de sua família, seu povo.

Por que Damares não fez o certo? Voltar à aldeia, relatar seu desejo de adoção e fazê-lo da forma correta em consonância com as nossas leis?

Essa mesma senhora hoje é senadora pelo DF e, na campanha eleitoral, mentiu descaradamente sobre fatos fantasiosos que jamais aconteceram na Ilha de Marajó, onde jamais conseguiu provar sua fala. A mesma Damares, que foi surpreendida com a prisão de seu tio, que transportava centenas de quilos de drogas numa pequena aeronave.

Mas, como sempre, quem está no poder, está em tese, acima da lei, longe de ser importunado pelas investigações, apurações e ser levados a julgamento. Por isso, riem da cara sociedade e das comunidades indígenas.

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.

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