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4 de outubro de 2023

Esperam o comunismo voltar, esquecendo-se dos que abrigaram nazistas no Brasil!

Com mais de 530 células, concentradas no Sul e Sudeste, Brasil é o país onde extremismo de direita mais avança.  Foto: Mateus Valadares / Reprodução.

Enquanto uma parcela considerável da nossa sociedade acredita em Fake News plantadas pelos membros do bolsonarismo dando conta de que o comunismo pode voltar (sendo que ele nunca foi sistema de governo no Brasil), histórias de assassinos e genocidas são escondidas nos porões da nossa grande mídia.

 

Aliás, a extrema direita aceita nazistas, fascistas, criminosos de guerra, porém, espalha o ódio contra partidos de esquerda, esquecendo que foram os soldados da URSS que exterminaram com Hitler em solo russo e em Berlim. Portanto, o nazismo nunca foi originário de esquerda, mas sim, do fascismo e da extrema direita. 

 

Pois aqui no Brasil, durante décadas, ficou escondido nos porões da nossa chamada grande mídia o fato de que uma multinacional alemã em solo brasileiro abrigou, empregou e deu guarida para um dos mais terríveis assassinos da segunda guerra mundial: Franz Stangl.

 

Esse alemão assassino, em novembro de 1940, foi promovido a superintendente de polícia e passou a trabalhar no instituto de Hartheim, parte do chamado programa T4 nazista, o plano de “eutanásia” destinado ao extermínio de pessoas portadoras de deficiências físicas ou mentais através da utilização de câmaras de gás, sendo responsável, em suas palavras, pela “lei e ordem” no local.

 

Posteriormente, teve sob seu comando os Campos de Concentração de Sobibor e Treblinka, onde comandou o extermínio de cerca de 800 mil judeus, transformando essas prisões em verdadeiras indústrias da morte e do horror.

Com a derrota da Alemanha Nazista de Hitler, Stangl conseguiu fugir da Europa com o auxílio de membros da igreja católica, se estabelecendo primeiramente na Síria e posteriormente no Brasil. O trabalho do nazista como um colaborador de um regime repressivo, porém, ainda não havia terminado.

Em solo brasileiro, conseguiu emprego na multinacional alemã Volkswagen em São Bernardo do Campo/SP. O Brasil vivia o auge de uma Ditadura Militar promovida pelo exército e a extrema direita nacional com auxílio dos EUA. Trabalhou por oito anos na Volkswagen do Brasil, entre 1959 e 1967. Ele foi responsável por montar um setor de monitoramento e vigilância na unidade de São Bernardo do Campo para espionar funcionários durante a ditadura militar, como revelou a Comissão Nacional da Verdade (CNV), em 2014. Apesar de ser procurado internacionalmente, Stangl nem sequer alterou seu nome ao chegar ao Brasil, em 1951.

  Ainda hoje, porém, a empresa argumenta que ninguém sabia sobre seu passado. "Tudo indica que eles não sabiam", disse o advogado da Volkswagen no Brasil, Rogério Varga, à equipe de repórteres alemães.

Finalmente, Stangl foi preso em São Paulo em 28 de fevereiro de 1967 graças a Simon Wiesenthal, conhecido como o "caçador de nazistas". Num caso amplamente noticiado pela imprensa brasileira, o ex-comandante nazista foi preso por agentes do Departamento de Ordem e Política Social (Dops) e extraditado para a Alemanha.

Durante o governo Bolsonaro e após o final de sua gestão, por diversas vezes, os bolsonaristas tentaram iludir o povo e alterar a história com narrativas falsas, mentirosas e sem nexo algum. Mas a verdade está registrada nos livros de história para quem quiser buscar a realidade dos fatos.

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.

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