No Estado mais rico e desenvolvido da Nação ocorre o fenômeno do eleitorado conservador, retrógrado e desinformado que nunca elegeu um candidato da ala esquerda. Nos últimos 28 anos reelegeu seguidamente os candidatos do PSDB, não importava o que tinham ou não realizado nos quatro anos anteriores, nem quem eram os adversários, o voto é cativo.
No interior está a base dessa situação, onde o eleitorado é extremamente conservador, acredita em duendes, comunismo e outras histórias que são contadas em redes sociais, aplicativos de comunicação e pela astuta direita que já percebeu o ponto fraco da nossa brava gente bandeirante.
Em 2022, o PSDB que governou o Estado por 28 anos consecutivos, deu lugar a um candidato/partido ainda mais conservador e retrógrado. Elegeram o desconhecido que nunca havia pisado em SP, que não conhece os nossos problemas, mas que tem o discurso afiado alinhado com estes eleitores.
Agora, o Tribunal de Contas do Estado (TCE/SP), divulga um relatório que aponta irregularidades gravíssimas num dos programas do PSDB, chamado de “Melhor Caminho”. Um nome pomposo que, porém, se constituiu numa tremenda propaganda enganosa de João Dória e Rodrigo Garcia entre 2018-2022.
Cerca de R$ 200 milhões dos eleitores conservadores e do restante da população do Estado foram desviados em obras que nunca foram concluídas. Com o agravante de que outros R$ 300 milhões foram gastos sem passar pelos protocolos de processos internos no que tange a qualidade das obras.
O resumo da ópera de Dória e Garcia apontam que 420 obras foram paralisadas, canceladas ou nem sequer iniciadas. Muitos contratos foram pagos às empreiteiras sem que houvesse o Atestado de Conclusão das Obras pelos fiscais designados em Contratos.
Essas 420 obras correspondem a aproximadamente algo em torno de dois mil e quatrocentos quilômetros de estradas sem serem concluídas, um trecho que poderia alcançar a viagem entre São Paulo – Maceió nas Alagoas.
O projeto deveria ser chamado de “Caminho das Trevas”, pois vejamos:
> Foi lançado em 2021, com prazo de execução de 24 meses jamais cumpridos;
> O contrato previa 90 ordens de serviços no período, no entanto, foram emitidas cerca de 770 ordens, uma quantidade oito vezes maior;
> O valor obsceno de R$ 5.400.000,00 (cinco milhões e quatrocentos mil reais) é apenas o valor de quatro obras autorizadas sem que houvesse convênio entre a Secretaria do Estado e Municípios aquinhoados.
Ficamos
imaginando o que está acontecendo em outros Estados. E como podem estes
eleitores paulistas errarem por 28 anos consecutivamente sem que tivessem pesquisado,
fiscalizado e votassem com consciência. Em tempo, SP nunca foi governada em
toda sua existência por um candidato de esquerda.
Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.
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