Parece bem claro que o objetivo de uma escola é ensinar os jovens a pensarem por si próprios, onde sejam celebradas as diferenças e, justamente por isso, entendam os conflitos como parte de um processo muito mais amplo da nossa existência enquanto sociedade. A escola é um lugar com regras que devem ser respeitadas não por medo de açoites, e sim porque elas são compreendidas como justas. Afinal, todo processo de aprendizado pressupõe-se que seja construído de forma coletiva.
Pois o governo Lula colocou fim nesta quarta-feira (12) à mentira do Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim). Um programa que foi utilizado como propaganda na campanha eleitoral de 2018 e que em quatro anos de gestão não foi implementada, mas que era um dos últimos legados do bolsonarismo.
Esse tipo de ensino fazia os olhos dos bolsonaristas de classe média que se achavam ricos, brilharem pela sedução do falso patriotismo que carregavam no peito.
Sem qualquer amparo em literatura consistente, seu mandato entregou a administração de mais de 200 escolas públicas a militares e policiais, enquanto na parte pedagógica as secretarias de educação seguiam tendo (aspas necessárias) "autonomia". O objetivo seria melhorar a segurança das instituições.
Um projeto como alguns outros que serviram apenas como propaganda enganosa de um presidente que não trabalhou um dia sequer para implantar o que quer que seja junto aos seus ministros inertes e incompetentes.
O Pecim era tão fantasioso quanto inviável, que nem os generais que estiveram no poder por 21 anos quiseram implantá-lo no país quando da ditadura militar entre 1964 e 1985.
O projeto era uma válvula de escape na contramão da educação, parte de um MEC usado por pessoas desclassificadas, ignorantes e que se apropriaram dos recursos da pasta para desviar em forma de corrupção junto a prefeitos bolsonaristas com ajuda de pastores evangélicos.
Enquanto a ciência, cultura e a educação eram demonizadas, o dinheiro escorria pelos ralos do MEC e de outras pastas da pior gestão desde a Proclamação da República.
Ante educativa porque a educação tem, sim, soluções para a questão da indisciplina. Elas passam por medidas de gestão participativa, diálogo e integração com a comunidade, justiça restaurativa, fortalecimento da infraestrutura e aulas com professores bem preparados e que façam sentido para os alunos. Porém, os eleitores e todos que veneravam o Mito acreditam no militarismo e tudo que o cerca, pressupondo erroneamente que a farda verde oliva seja sinônimo de probidade, moralidade e educação de ponta.
Um governo que nada fez pela saúde, infraestrutura, economia, habitação, saneamento básico, comércio exterior, turismo, não poderia de forma alguma ter destaque com um projeto de militarização das escolas.
O legado fica na liberação sem fiscalização de armas até para organizações criminosas, no desvio de verbas pelo cartão corporativo em motociatas, no desvio de joias e presentes milionários da União desviados para a família e na destruição de provas de corrupção dentro de seu governo.
Autor: Rafael Moia
Filho – Escritor, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.
Um comentário:
Rê rê rê!!!
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