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17 de abril de 2023

O pote!

Existe uma teoria, uma figura de linguagem sem preocupações científicas, que não deixa de ser interessante: trata-se da teoria do pote.

A teoria do pote diz que cada um de nós tem no cérebro um pote com uma capacidade diferente de armazenar conhecimento. Foto Marcelo Camargo da Agência Brasil.

Ela diz que cada um de nós tem no cérebro um pote e que cada pote tem uma capacidade diferente de armazenar conhecimento.

Comento isso porque percebo a dificuldade de armazenar as informações ultimamente, tamanha a quantidade de estímulos e de informações que recebemos

Resolvi resumir, no final do dia, todos os inputs que o meu consciente conseguiu absorver ao longo desse dia e o resultado é assustador. Depois de horas assistindo ao TikTok, a séries do Netflix ou navegando no Instagram, no YouTube e no Facebook retenho muito pouca informação. Isso me assusta.

Para que lugar do meu cérebro vai toda a informação restante? Será que apaga ou fica retida em algum lugar? Tenho filtros? Consigo filtrar as mensagens subliminares? Não sei. Parece que não dou mais tempo para o meu cérebro debulhar o que acabo de assistir.

Termina um, logo em seguida vem outro estímulo, mais outro e acabo retendo pouca coisa no arquivo de memória consciente.

Percebo que, atualmente, as informações têm vida curta. E nós somos levados a uma enxurrada de posts que, na maioria das vezes, são irrelevantes. Estamos diante de uma cultura do vazio, do nada, daquilo que nos faz rir ou chorar sem pensar. Somos expostos de maneira pesada a uma mesma informação através dos diversos meios de irradiação de notícias, que, por sua vez, logo mudam de foco de interesse.

Vivemos bombardeados e bombardeando através das informações que compartilhamos, buscando também um naquinho de atenção do outro, que se interessa em saber o que compartilhamos.

Tempos estranhos, difíceis de reter.

Os canalhas sabem disso e não estão nem aí para o que fazem. Simplesmente mentem. Negam até quando pegos em flagrante, como no caso das joias.

Tomara que os juízes desse caso não se esqueçam do que foi feito nos últimos anos na hora de julgar o pior dos presidentes, aquele único, que tentou roubar do país sua identidade e a democracia.

Autor: Sidnei Tendler, carioca, arquiteto e artista plástico. Publicado no Site Congresso em Foco.

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