As recentes medidas eleitoreiras adotadas pelo governo federal junto a Petrobras, no esforço de tentar reduzir os preços do diesel e da gasolina nas bombas, estão muito aquém daquilo que precisaria efetivamente ser feito, além do fato de que são medidas tardias e só foram tomadas em virtude dos resultados negativos das pesquisas eleitorais para o candidato à reeleição.
Caso contrário, os combustíveis estariam ainda mais caros e o consumidor aflito teria de andar de bicicleta. A Federação Única dos Petroleiros (FUP) teceu críticas com relação aos constantes aumentos dos combustíveis e culpou o presidente da República, Jair Bolsonaro, pela manutenção da política de paridade de importação (PPI) da companhia, implantada pelo governo Michel Temer em 2016.
Segundo dados elaborados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/seção FUP), no Governo Bolsonaro, entre janeiro de 2019 e 17 de junho de 2022, o diesel nas refinarias subiu 203%, a gasolina, 169,1% e o GLP 119,1%. Enquanto isso, o salário mínimo aumentou 21,4% no período, destacou a FUP.
Nesta relação comercial lucram os acionistas da Petrobras, a empresa, os atravessadores e toda cadeia produtiva ao redor deste lucrativo negócio chamado combustíveis. Perdem apenas os consumidores que não sabem mais o que fazer para poder abastecer seus carros. Perde a economia que tem a volta da inflação depois de anos, quando todos sabem que os aumentos do diesel impactam diretamente a indústria e o comércio, provocando aumentos de preços de produtos e serviços para a população brasileira.
Em nenhum momento desde que tomou posse Jair Bolsonaro teve a capacidade de falar a verdade sobre o real motivo dos elevados preços dos combustíveis. Mentiu ao povo brasileiro culpando os governadores, que nunca foram chamados por ele para discutir o tema “impostos”. Mentiu culpando ainda o ICMS como se este fosse o vilão da história. Jamais falou da paridade de importação (PPI) adotada pelo golpista Michel Temer e mantida por seu governo.
É notório que o presidente Jair Bolsonaro debocha dos brasileiros com seu discurso eleitoreiro contra reajustes de combustíveis, já que manteve o PPI, e somente a quatro meses das eleições, se diz contrário às altas dos derivados, as quais deveria ter combatido desde o início de seu governo.
Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger, analista Político e Graduado em Gestão Pública.
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