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14 de julho de 2022

Desemprego, subempregos e salário de fome!

Essas três situações do título do artigo sempre existiram no Brasil, entretanto, cresceram demais nos últimos seis anos, em especial após a reforma trabalhista que visou apenas reduzir direitos dos trabalhadores e em momento algum trouxe melhorias ou aumento de oferta de postos de trabalho com carteira assinada.

O desemprego, que já vinha crescendo, não teve nesses últimos dois governos (Temer e Bolsonaro) ações concretas para poder fazer com que seus índices viessem a ser reduzidos em patamares aceitáveis. O índice que estava em torno de 13,5 milhões de desempregados, passou neste governo para algo próximo de 12 milhões.

Já o Subemprego é a subutilização de um trabalhador, devido a este se sujeitar a um trabalho que não usa suas habilidades, que é de jornada parcial, ou que deixa o trabalhador ocioso. Isso cresceu e muito em nosso país, com poucas ofertas de trabalhos qualificados e com carteira assinada aliado ao desmonte ocorrido na esfera do trabalho, empresários inescrupulosos se aproveitaram para jogar para baixo os valores salariais.

O índice do salário mínimo pago em boa parte do país pode ser considerado como salário de fome. O valor de R$ 1.212,00 não atende 75% dos brasileiros, que ao receberam este valor não conseguem pagar aluguel, alimentação, gás de cozinha, vestuário, água e energia elétrica.

O salário mínimo vem tendo suas correções cada vez menores, atendendo a classe empresarial em detrimento da redução drástica do poder de compra da classe trabalhadora no país.

Para se ter uma ideia da brutal diferença entre o que é definido pelo governo e o que deveria ser o salário mínimo, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) calcula em R$ 6 mil o valor que deveria ser o salário mínimo em 2022, considerando o nível de preços no país (também em relação a dezembro de 2021). Isso é quase cinco vezes o valor estabelecido pelo governo.

Para chegar ao valor, o Dieese calcula o gasto necessário para sustento de uma família de quatro pessoas, considerando dois adultos e duas crianças, com base na cesta de alimentos mais cara do país.

O governo Bolsonaro descumpre mais uma vez a Constituição, pois ela determina a manutenção do poder de compra do salário mínimo. Ainda segundo o Dieese, o salário mínimo serve de referência para 56 milhões de pessoas no Brasil, das quais 24 milhões de beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Em 2021, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta aumentou para 118 horas e 45 minutos. Três horas e 43 minutos a mais do que no mês anterior. Quem ganha o salário mínimo gastou o equivalente a 58,35% de sua renda líquida para comprar os alimentos básicos.

Enquanto a maior parte dos brasileiros sofre com desemprego, subemprego e esse salário de fome, o Congresso Nacional manipulado pelo Poder Executivo, destina bilhões em emendas secretas, sem controle algum, que não resolvem os problemas de empregabilidade, melhoria salarial e da fome. Outros bilhões de reais são desviados com corrupção, desperdícios em ações inócuas e deixam a população cada dia mais distante de uma vida decente. 

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.

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