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23 de fevereiro de 2022

O que há por trás das liberações de armas é muito dinheiro!

 Quando Bolsonaro começou a escrever os decretos para viabilizar a liberação da compra e porte de armas no país, muitos pensaram que os motivos eram apenas dois: 1º Se contrapor a Lula e o PT que haviam promovido um plebiscito que acabou tendo maioria contrária a liberação de armas para a população brasileira. 2º o velho discurso do apoio a segurança dos brasileiros.

Porém, com o passar dos dias da gestão do presidente começamos a perceber que o grande motivo por trás do insistente discurso demagógico da segurança era na verdade a segurança financeira da empresa envolvida. A principal fabricante de armas do país e uma das maiores companhias do setor no mundo, a Taurus estava em 2018/9 sob ataque da família presidencial, mas comemorou em 2021 o seu melhor faturamento, de R$ 2 bilhões, e um lucro líquido recorde, de R$ 428 milhões. 

A empresa, que tem ações vendidas na bolsa de valores, só divulgou até agora os resultados dos três primeiros trimestres de 2021, e mesmo assim já teve resultados recordes. Provando que a ajuda do presidente foi fundamental para alavancar seus lucros.

O próximo balanço, que vai consolidar as vendas do ano, será divulgado em março. Ou seja, tudo indica que o lucro e as receitas deverão aumentar ainda mais. Desde a eleição de Jair Bolsonaro, a receita da Taurus já cresceu 204,7%, e o lucro, 1.059%. 

As ações da empresa cresceram e tiveram uma alta recorde de quase 60% em 2021. Mesmo com o desempenho pífio do governo e o PIB ridículo, a empresa teve uma valorização gigantesca dos seus papeis que saltaram de R$ 1,70, em janeiro de 2018, para R$ 20 nos meados de 2021.

Os números constam dos balanços da empresa que mostram que 76,6% da receita da Taurus vem de vendas para o mercado externo.  Ao longo dos últimos três anos, uma série de decretos assinados por Bolsonaro ampliou o acesso de brasileiros às armas e munições, aquecendo as vendas da Taurus e de sua controladora.

O presidente ampliou licenças para a posse e o porte de armas, revogou portarias do Exército ligadas ao rastreamento e ao controle de armas, aumentou o limite anual de aquisição de munições e entre outras medidas.

Tanto a Taurus como a CBC são classificadas pelo governo como Empresas Estratégicas de Defesa e detém o monopólio da fabricação de armas e munições no país. Ao longo da campanha, os Bolsonaro encamparam as críticas das forças policiais à qualidade das armas da Taurus, em função de problemas de qualidade e um histórico largo de incidentes envolvendo suas armas.  

A segurança não melhorou em nada com a liberação desenfreada de armamentos para a população. Cresceu a violência em relação aos crimes de feminicídio, brigas de trânsito, violência entre vizinhos, bares etc. A tese mentirosa de que com armas nas mãos da população a criminalidade iria recuar, nunca aconteceu, nem acontecerá. Pelo contrário, muitas armas estão sendo roubadas dos brasileiros para serem utilizadas pelas organizações criminosas.

Além do fato real de que Bolsonaro não tem projeto nenhum para combater o tráfico de drogas, as organizações criminosas como o PCC, por exemplo, a as milícias que dominam o cenário nas comunidades carentes do Rio de Janeiro.

           Falta apenas acontecer uma investigação rigorosa para apurar se houve pagamento de propinas para membros do governo ou de pessoas próximas a este. 

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.

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