Durante os governos do PT, os seus opositores, hoje bolsonaristas, criticavam os artistas, a utilização da Lei Rouanet, em sua maioria de forma errônea em virtude do desconhecimento da lei e por acreditarem em fake news que eram exaustivamente espalhadas com o propósito de confundir a cabeça das pessoas.
O novo presidente tomou posse, assim como no caso do BNDES, a Lei Rouanet não trouxe nenhuma novidade, nada de ilegal foi encontrado que tenha sido praticado nos governos anteriores.
Após um período de silêncio, o governo atual começou a cercear aos artistas o acesso aos financiamentos promovidos pela Lei Rouanet. Quaisquer projetos de teatro, shows, cinema, arte em geral ficam parados nas mãos incompetentes dos bolsonaristas que estão no comando dos destinos da cultura e da arte nacional.
Até que surge a inacreditável história envolvendo Renan Bolsonaro, o filho mais novo do presidente. Seu pai destinou R$ 4,6 milhões do Fundo Nacional de Cultura para um projeto cultural digital chamado “Casinha Games”. A verba representa praticamente o total executado pela FNC no ano inteiro de 2020, que foi de R$ 4,7 milhões.
Renan Bolsonaro e o Secretario Mário Frias
O responsável por essa insanidade, essa barbaridade chama-se André Porciúncula, um militante bolsonarista raiz, que ocupa o cargo de Secretário de Fomento e Incentivo à Cultura.
Só que não há registro de uma instituição ou projeto chamado Casinha Games. Não existe empresa com esse nome. Nem tem notícia de um programa com tal denominação. Pode ser uma rubrica informal, mas vai contra a transparência.
Quem mais se dedica no setor de games é o filho mais novo de Bolsonaro, Jair Renan. Ele tem uma empresa no Estádio Mané Garrincha, em Brasília. Inclusive, o rapaz já teve reuniões com ministros de Estado, como Mário Frias. Renan, assim como seus irmãos, é investigado pela PF por tráfico de influência. E ele segue trabalhando nos bastidores.
Os apoiadores desse governo inapto que não produz nada nem trabalha pelo bem estar do país, silencia quando se depara com casos escabrosos como este envolvendo o filhinho do presidente. Não há revolta pelo valor, pela utilização de recursos da Cultura em algo que não tem explicação, projeto nem valor para a sociedade brasileira. Isso comprova que essa gente que se veste de verde amarelo, diz ser patriotas, são na verdade hipócritas, que convivem com a corrupção, desmandos desde que isso seja praticado pelos seus políticos de estimação ou por seus filhos.
Não há por parte dessa gente compromisso de fiscalização, acompanhamento e cobrança daquilo que está sendo mal feito ou tenha indícios de corrupção. Como acreditar num país que destina quase R$ 5 milhões num projeto suspeito apenas porque ele é do interesse do filho caçula do presidente?
Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.
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