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21 de setembro de 2021

Um discurso na ONU calcado em mentiras!

 A Revista Times é conhecida por suas listas de “melhores de todos os tempos”: melhores filmes, melhores músicas, melhores livros… Com os discursos, isso não foi diferente. Há algum tempo, a revista escolheu os 10 discursos que considera como os melhores da história: de Sócrates a Churchill, de Reagan a Luther King, e tantos outros nomes. Sócrates, Patrick Henry, Frederick Douglass, Abraham Lincoln, Susan B. Anthony, Winston Churchill, John F. Kennedy, Martin Luther King, Jr., Lyndon B. Johnson, Ronald Reagan.

A estes me permito incluir Nelson Mandela, Mahatma Gandhi e o brasileiro Rui Barbosa. Claro que existem outras centenas de bons discursos proferidos com autoridade e importância histórica no mundo.

Ao ouvir o discurso proferido por Jair Messias Bolsonaro na 76ª Assembleia-Geral na sede das Nações Unidas – (ONU) na abertura oficial dos trabalhos daquela organização no dia 21/09/2021, confesso que me envergonhei de ser brasileiro, de ouvir tantas mentiras e dados que não são retratos da verdade do nosso país. Nunca um presidente desonrou tanto nosso povo discursando em cima de mentiras, falácias que todos sabem não existirem. Falou de um Brasil virtual, que só existe na cabeça vazia dele e de seus filhos.

Por aproximadamente longos 12 minutos, ele chamou a imprensa de "mentirosa", passou informações falsas sobre o combate ao desmatamento na Amazônia pelo seu governo e insistiu em práticas erradas na pandemia, como desincentivo ao lockdown e apoio ao tratamento precoce já comprovado como ineficiente.

Ele teve a coragem de dizer que iria mostrar o Brasil diferente daquilo publicado em jornais ou visto em televisões. “O Brasil mudou, e muito, depois que assumimos o governo em janeiro de 2019. Estamos há 2 anos e 8 meses sem qualquer caso concreto de corrupção", começou o presidente, primeiro chefe de Estado a falar, como manda a tradição. Ele ignorou investigações como as da CPI da Covid, que apura denúncias de corrupção na compra de vacinas contra a covid-19.

As mentiras não param quando o presidente diz: “Na Amazônia, tivemos uma redução de 32% do desmatamento no mês de agosto, quando comparado a agosto do ano anterior. Qual país do mundo tem uma política de preservação ambiental como a nossa? Os senhores estão convidados a visitar a nossa Amazônia! O Brasil já é um exemplo na geração de energia com 83% advinda de fontes renováveis”

Disse ainda que temos 14% do território nacional, ou seja, mais de 110 milhões de hectares, uma área equivalente a Alemanha e França juntas, é destinada às reservas indígenas. Nessas regiões, 600.000 índios vivem em liberdade e cada vez mais desejam utilizar suas terras para a agricultura e outras atividades.

Somente nos primeiros 7 meses desse ano, criamos aproximadamente 1 milhão e 800 mil novos empregos. Lembro ainda que o nosso crescimento para 2021 está estimado em 5%.

Muitas mentiras num país com quase 15 milhões de desempregados, milhões de analfabetos, com extermínio diário da população indígena.

Um discurso risível diante da realidade completamente diferente das mentiras proferidas por ele ao mundo, sua mediocridade como político ficou estampada aos membros da ONU, à mídia internacional e as milhões de pessoas ao redor do mundo. Bolsonaro pensa que as pessoas que o estavam acompanhando são ignorantes e suscetíveis a acreditarem em mentiras como aquele pessoal que fica no cercadinho na porta do palácio do planalto cultuando as palavras dele.

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.

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