A única obra que foi solicitada ao Estado de SP por ocasião da Copa do Mundo, prevista para ser concluída antes de junho de 2014, não estará pronta sequer para a Copa de 2022 no Catar. A Linha Ouro – 17, em Monotrilho, vem se mostrando um fiasco em planejamento e consumindo recursos públicos sem nem mesmo ter uma expectativa operacional positiva.
Além do atraso, a linha que foi projetada para ter 19 estações deverá ter apenas oito e, paralelamente, seu custo teve até o momento um aumento de R$ 3,2 bilhões para R$ 4,4 bilhões.
Não para por aí: a expectativa é de que o trecho atenda a uma demanda diária máxima de 170 mil passageiros. Para se ter uma ideia, a linha 5 do metrô já transporta mais de 600 mil pessoas por dia. Como se não bastassem os questionamentos em torno do projeto que, antes de seu início foi anunciado como mais rápido e mais barato, pelo Governo, por não demandar muitas desapropriações e obras em subterrâneo – a linha Ouro 17 ainda está enfrentando percalços no âmbito judicial.
Só no ano de 2020, foram duas decisões no embate jurídico que o Governo do Estado enfrenta para conseguir retomar as obras da linha que, exceto pela estação Morumbi, estão paralisadas.
O
Metrô cumpriu determinação da Justiça que ordenava a suspensão de um edital para contratação dos serviços
de acabamento e paisagismo de sete das estações. A suspensão foi solicitada por
um consórcio que havia vencido a licitação do metrô, porém teve seu contrato
interrompido após questionamento das empresas concorrentes. Ou seja, enquanto a
escolha definitiva do consórcio responsável por essas obras não ocorrer, a
construção está paralisada. A direção do Metrô nem faz novas previsões com
relação ao início das operações.
Histórico:
A obra começou a ser divulgada em 2008 com a promessa de que um primeiro trecho, entre São Judas e o Aeroporto de Congonhas ficaria pronta em 2010! Pouco depois, o projeto foi refeito e passou a estabelecer que a interligação com a malha metroviária e o novo trem de superfície seria feita, na verdade, pela estação Jabaquara do metrô. O fato é que a linha 17 – Ouro, em Monotrilho com pistas suspensas, começou a ser feito em 2012 com a promessa de estar concluída para a Copa do Mundo no Brasil, em 2014, ao menos interligando o Aeroporto de Congonhas à região do Morumbi, onde está o Estádio do São Paulo, que inicialmente havia sido cogitado para sediar os jogos na capital paulista da Copa 2014.
A ligação com o Jabaquara, então, foi postergada. Havia ainda outra explicação técnica: como foi suspensa a expansão da Avenida Jornalista Roberto Marinho – obra municipal interligando o trecho já existente da Avenida à Rodovia dos Imigrantes – ficaria inviável construir esse trecho na região atualmente ocupada por comunidades, ao longo do córrego Água Espraiada.
Assim, só estão em construção e na previsão do metrô as estações Jardim Aeroporto, Congonhas, Brooklin Paulista, Vereador José Diniz, Água Espraiada, Vila Cordeiro, Chucri Zaidan e Morumbi, que terá conexão com a CPTM e é a mais adiantada em obras.
O fato é que as estações Jabaquara, Hospital Sabóia, Cidade Leonor, Vila Babilônia, Vila Paulista estão descartadas, por enquanto. Com o aumento dos custos, dificuldade das obras e complexidade do projeto, a verdade é que é muito improvável que a ligação com a Linha 1, Azul, chegue a ser concretizada.
Várias interdições viárias têm acontecido na Marginal Pinheiros durante as madrugadas, nas últimas semanas. Têm sido colocadas estruturas de sustentação da linha, que é construída em suspensão, por sobre avenidas como a Moreira Guimarães e a Avenida Jornalista Roberto Marinho.
O Governo do Estado alega que a conclusão da Linha 17 é uma de suas prioridades e que o avanço dos trabalhos “demonstra o comprometimento da Secretaria dos Transportes Metropolitanos para não deixar nenhuma obra parada”. Informa também que, em 2019, o Metrô rescindiu contratos paralisados dessa linha e retomou o processo de fabricação e fornecimento dos trens.
Essa situação é uma constante durante a gestão de 27 anos do PSDB no Estado de SP: obras paralisadas, obras prometidas em campanha eleitoral e nunca realizadas, como por exemplo, a ponte que ligaria Santos – Guarujá no litoral sul de SP, e tantas outras que não passam de promessas eleitoreiras para enganar eleitores.
Uma
gestão que privatizou Cesp, CPFL, Eletropaulo Comgás, Banco Banespa, Nossa
Caixa Nosso Banco, Telesp, terceirizou estradas e ferrovias, causando o
sucateamento destas. Aonde foram empregados os recursos? Só na segurança
pública faltam 35 policiais na Civil, Militar e Policiar Rodoviária.
Autor; Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.
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