Em Bauru, região central do Estado de SP, pela segunda vez a sociedade assiste uma situação que demonstra a incapacidade plena do Poder Público municipal em construir uma pista de skate para os adeptos do esporte.
Em 2015 na gestão do agora deputado federal Rodrigo Agostinho, foi inaugurada a primeira pista de skate na cidade, localizada em área nobre, na região sul da cidade. Logo de cara duas coisas chamaram muito a atenção de uma parcela da sociedade bauruense. Primeiro, elevado custo da obra – em torno de R$ 693 mil reais. Segundo, o fato de que a pista em seguida precisou ser interditada para correções e manutenção por parte da empreiteira contratada, visto que apresentava problemas estruturais.
Na mesma gestão e quase à mesma época outra inauguração chamou muita a atenção dos bauruenses: a reforma da Praça Rui Barbosa na região central da cidade custou aos cofres municipais a bagatela de R$ 653.958,45. Um assombro na medida que a praça ficou praticamente igual e não teve nada que pudesse justificar esse gasto obsceno.
O tempo passou, o prefeito virou deputado e uma nova gestão começou na cidade em janeiro de 2021. A prefeita Suellen Rosim, inaugurou uma nova pista de skate, cujas obras foram iniciadas na gestão Gazzeta (2016-2020). Desta vez os jovens contemplados foram os do Núcleo Mary Dota, que assim como os praticantes da zona sul vão ter muitos problemas para poder utilizar a nova pista.
A futura pista fica em área institucional de cerca de 2.600 metros quadrados, e custará R$ 832.200,00, recursos oriundos de emenda parlamentar, contrapartidas e verbas da prefeitura. Independentemente da origem dos recursos, salta aos olhos dos munícipes o custo da obra. Pior ainda, ao ver as imagens da pista ainda não inaugurada, qualquer jovem skatista terá tremor e palpitação, diante do que está realizado no local.
Apesar do valor milionário, a obra não condiz com o projeto e em fissuras, trepidação, concreto exposto e risco a saúde ser fosse inaugurada desta forma. Os praticantes do skate que foram ao local já perceberam que o serviço realizado foi mal feito e que faltou fiscalização da prefeitura acompanhando o desenrolar da obra para que este estivesse de acordo cem por cento com o projeto.
Não é novidade nenhuma isso acontecer em Bauru, aliás, as duas coisas são constantes: preço assustador e incompatível das obras e serviço feito de qualquer forma aquém do que está sendo pago.
O bauruense que viu uma alça de viaduto levar 21 anos para ser entregue ao trânsito e tem uma Estação de Tratamento de Esgotos sendo levada em banho maria há seis anos, sabe que obras + licitações não são definitivamente o forte dos nossos prefeitos.
Enquanto isso, nós assistimos as Olimpíadas do Japão onde, sem querer comparar, percebemos a diferença abismal da pista de skate construída para os jogos olímpicos. Com certeza não tiveram problemas de licitação, nem de fiscalização das obras que foram entregues de acordo com o projeto original.
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