Ao longo destes últimos três anos, muitas pessoas se perguntam: Como Bolsonaro conseguiu se eleger em 2018? E mais ainda, como após dois anos e sete meses de sua posse ainda tem pessoas defendendo seu governo?
A resposta simplista diz que ele venceu porque o eleitor não queria mais saber do PT. Porém, como isso pôde ocorrer levando em consideração que o ex-deputado era um parlamentar obscuro por 28 anos na Câmara Federal? Como os eleitores acreditaram em alguém que não tinha propostas de governo para Educação, Saúde, Habitação Popular, Segurança?
Sua campanha sem participação em debates com os demais candidatos foi calcada em cima de disparos massivos de milhares de mensagens de fake news difamando o PT e a esquerda. Mentiras que se espalharam por redes sociais de grupos de WhatsApp à exaustão.
Mas
como eles conseguiram convencer essa quantidade enorme de pessoas (eleitores)?
Simples, usando de métodos já utilizados na Grã-Bretanha (Quando do referendo
popular sobre a permanência ou não na EU – Brexit) e nos EUA nas eleições de
2016 com a vitória de Donald Trump. Esse método consiste em dez etapas que não
precisam necessariamente estar
na mesma ordem apresentada abaixo:
1. Encontrar as pessoas certas (alvos) para que estas possam ser as multiplicadoras nas redes sociais e grupos de WhatsApp das mensagens que seriam lançadas;
2. Confundir essas pessoas alvos, para em seguida dividi-las;
3. Tocar nas almas delas, provocando a raiva, o ódio e a ira contra seu adversário, tornando-as fanáticas, completamente cegas;
4. Testar seus limites à exaustão para poder ganhar visibilidade;
5. Usar do expediente vitimista, explorando que “todos” estão contra mim, porque eu estou no caminho certo. “Ele é honesto e todos ao redor são corruptos”.
6. Essa é uma das principais táticas: provocar a desinformação, espalhando mentiras e negando sempre a verdade. Isso é utilizado até hoje, no caso da compra das vacinas, onde o governo diz que o tratamento precoce resolve, demorando a comprar vacinas e aceitar as decisões da ciência;
7. Criar uma cortina de fumaça para confundir a sociedade. Inventam fatos e distorcem outros para desviar a atenção daquilo que realmente importa a sociedade. Ex: Discussão sobre Voto Impresso ao mesmo tempo em que a CPI mostra a corrupção na contratação da Vacina da Covaxin;
8. Acusar os outros daquilo que na verdade você é. Exemplo: Os outros são corruptos, quando na verdade você esconde os seus crimes;
9. Induzir seus
seguidores ao fanatismo. Levando-os ao extremo. Aqui são muitos os exemplos.
Bolsonaro se posiciona contra a vacina. Põe em dúvida a eficácia do isolamento
social e uso de máscaras. Apoia e induz seus seguidores a riem as ruas contra a
democracia, STF, Congresso, numa atitude completamente antidemocrática.
10. Mantenha seus seguidores fieis sempre ocupados, alimentados com o ódio que é transmitido em lives, Twitter e redes sociais do presidente, governo e seus filhos, mantendo todos insatisfeitos e com muita raiva.
De forma bem simples e didática são
estas as táticas usadas pelos idealizadores das campanhas do Brexit, de Trump
nos EUA e de Bolsonaro no Brasil. As pessoas sem perceber passaram a seguir,
acreditar em tudo que um ex-deputado fraco, omisso, que foi expulso do Exército, diz sem contestar, sem
titubear. Essas pessoas causaram atritos, foram isoladas dos amigos e parentes,
porque se tornaram fanáticos, intransigentes, cegos por uma ideologia rasteira
baseada em mentiras e fatos completamente desconexos da realidade do país e do
mundo.
Autor:
Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão
Pública.
Fonte: Canal Crítica Política no YouTube com Aquias Santarém.
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