A permanência de Bolsonaro como vereador na cidade do Rio de Janeiro foi completamente despercebida dos eleitores cariocas. Depois em seus 28 anos como deputado federal por diversos partidos, nada que tenha feito chamou a atenção pela sua relevância. Dormiu em plenário, condecorou milicianos e militares, mentiu sobre diversos assuntos e manteve seu gabinete com muita movimentação durante o período.
Depois de eleito presidente da república, sua trajetória nos dois primeiros anos é medíocre, tendo se destacado pelo que não fez, por quem agrediu e por sua absoluta incapacidade de governar o país. Sabedor disso, acusa o STF e o Congresso Nacional de não permitir que tenha feito algo que prometeu em campanha.
O mais recorrente em seu caminho até o momento são os seguintes fatos que podemos destacar:
Interferiu tanto nas investigações de seu filho Flávio Bolsonaro que acabou perdendo seu ministro da Justiça e trunfo eleitoral Sérgio Moro. Trocou comando da PF, interviu de todas as formas, no MPF, no STJ e demais áreas de investigação para que nada fosse apurado, investigado e levado a julgamento;
O mesmo podemos imaginar com relação às investigações sobre as mortes da Vereadora Marielle e do seu motorista Anderson, cujos mandantes jamais foram conhecidos;
Acabou com a cultura e toda sua estrutura, assim como está permitindo um desmonte na Fundação Palmares, nos órgãos de controle e fiscalização do meio ambiente (Ibama, INPE), etc.
Na ausência do PT conseguiu iludir seus apoiadores nominando Dória como seu adversário ou inimigo da vez. Se faz de vítima quando tem todo o poder nas mãos para resolver os problemas que, na verdade, não tem a mínima capacidade.
Sob sua gestão os preços do gás de cozinha, gasolina, diesel, etanol, arroz, feijão e carne dispararam, provocando o aumento da inflação.
O PIB desabou e caiu 4,5% mostrando que as reformas realizadas por Temer e Bolsonaro (Trabalhista e Previdenciária) eram mentirosas, não geraram empregos e muito menos desenvolvimento. O PIB teve sua maior queda em 25 anos.
Uma coisa que Bolsonaro fez com muita propriedade foi criar conflitos desnecessários com diversas pessoas e segmentos da política e da vida nacional. Sempre querendo se passar por vítima, discursando para meia dúzia de vagabundos que ficam no portão do palácio do planalto sem ter o que fazer em casa ou em um trabalho. Estes são aqueles que convencionou-se chamar de “gado”. Após ouvir mentiras, fake news e sandices gritam histericamente “Mito, mito, mito...”;
A diplomacia nacional que já foi uma das mais respeitadas no mundo, desancou e agora perdeu por completo o respeito no mundo diplomático. As falas ignóbeis de Ernesto Araújo, que era um “Zé Ninguém” no Itamaraty e foi guindado a Ministro das Relações Exteriores, provocou pânico entre os diplomatas brasileiros e estrangeiros perplexos com tanta ignorância.
Mas foi na pandemia que Bolsonaro mostrou sua verdadeira face de incompetência, inabilidade, desumanidade e tendência genocida. Não soube conduzir o país, preferindo agir de forma negacionista em relação ao vírus e suas consequências mortais. Mesmo diante de 260 mil brasileiros mortos, mantém seu posicionamento contrários ao uso de máscaras e o isolamento social.
O ápice dessa conduta inconsequente de Bolsonaro vem com a sua resistência em adquirir vacinas para a imunização do povo brasileiro. Usa desculpas esfarrapadas, culpando laboratórios, acusando países, tentando provar que Cloroquina e Ivermectina são medicamentos próprios para tratamento preventivo, algo que nunca foi verdade. O Brasil é um dos países que está mais atrasado em relação a vacinação de sua população. Sua conduta é criminosa, odiosa, e suas falas causam indignação nos familiares das vítimas, nos brasileiros de bom senso e destroem a imagem do Brasil no exterior.
Aguardemos os dois últimos anos de gestão, esperando que não tenhamos golpe militar, conflitos com a base miliciana formada através de seus apoiadores fanáticos. Algo que pode ser uma cópia do que aconteceu com Donald Trump após ter perdido as eleições americanas. Assim como aquele bufão incitou sua base racista de supremacistas brancos a invadirem o Capitólio, este inepto pode tentar o mesmo no Brasil, alegando por exemplo fraudes no processo eleitoral.
Autor:
Rafael Moia Filho: Escritor, Blogger, Graduado em Gestão Pública.
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