Para poder produzir álcool (etanol hidratado) em grande quantidade e atender à crescente demanda, o interior de SP com várias Usinas de Açúcar e Álcool investiu em milhares de hectares de terras para o plantio da cana de açúcar desde o início do programa genuinamente nacional.
Fonte: Petrobras com dados da ANP e CEPEA/USP
Entretanto, como era esperado, o governo brasileiro foi aumentando gradativamente a mistura do álcool (etanol hidratado) na gasolina, o que favorecia ainda mais as usinas na medida que, além dos veículos movidos a etanol, ainda tinha o ganho na mistura com a gasolina nos motores.
Então por que o etanol está tão caro e não compensa seu uso em treze Estados da federação neste começo de 2021? Impostos elevados + ganância dos envolvidos + ausência de uma política de preços condizente com os consumidores?
Quem tem moto ou carro flex espera economizar na hora de escolher o combustível. Como o preço da gasolina disparou nos últimos meses por causa da valorização do dólar e da alta no preço internacional do petróleo, a expectativa de muitos motoristas era de que o álcool (etanol hidratado) se tornasse uma opção bem mais vantajosa, mas isso não aconteceu.
Segundo a empresa de gestão de frotas Ticket Log, o litro do álcool chegou ao preço médio de R$ 3,86 na primeira quinzena de fevereiro alta de 2,1% em relação a janeiro. No mesmo período, a gasolina subiu 4,5%, alcançando a média de R$ 5,03 por litro.
Como rende 30% a menos, o álcool só vale a pena do ponto de vista econômico se o litro custar até 70% o da gasolina. Esta é uma média, pois existe variação dependendo do motor.
Apesar de ser produzido em quase todo no Brasil e com produtos nacionais (principalmente a cana-de-açúcar), o álcool sofre influência direta da cotação do dólar. O preço do açúcar no mercado internacional, a procura por álcool em gel, a safra da cana e os impactos da pandemia na indústria de combustíveis também explicam por que o preço do álcool subiu tanto.
Sempre o mercado exterior e o dólar aparecem como vilões para o consumidor brasileiro, seja nesta situação dos combustíveis, na soja, no óleo de cozinha, do preço do botijão de gás, enfim, o brasileiro é refém sempre e paga o preço de não ter governos que pensem no país e no seu povo em primeiro lugar.
A história do Pré-sal e da autossuficiência em petróleo se faz distante no momento em que assistimos ao esquartejamento da Petrobras pelo atual governo. Países vizinhos que não tem extração e produção de petróleo conseguem ter um preço muito melhor nas bombas de combustíveis, algo que parece impossível de um dia acontecer nesse país.
A sanha governista por impostos nas esferas federal e estaduais é um dos fatores que impede a sociedade de ter preços adequados para o consumo de gasolina e álcool (etanol hidratado). A ganância de atravessadores e demais elos da corrente de produção, distribuição e comercialização do álcool (etanol hidratado) é o outro fator da alta dos preços.
Autor
– Rafael Moia Filho: Escritor, Blogger e Graduado em Gestão Pública.
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