A Petrobras vendeu no dia 24 de julho,
em leilão três plataformas de petróleo fora de operação para o mesmo comprador
pelo valor total de US$ 1,45 milhão. A unidade mais disputada foi a P-15, que
arrecadou US$ 750 mil após 43 lances pelo ativo, segundo site do leiloeiro João
Emílio. Em segundo lugar ficou a plataforma P-7, arrematada por US$ 370 mil e
17 lances e por último a P-12, comprada por US$ 330 mil em 16 lances.
O comprador é do Rio de Janeiro e se
identificou no leilão como Marboteni. Procurada, a Petrobras ainda não informou
o resultado oficial do leilão.
A P-7 sofreu um acidente pouco depois da
P-36, que adernou na bacia de Campos no início dos anos 2000. A unidade
produzia cerca de 15 mil barris por dia no campo de Bicudo e derramou cerca de
26 mil litros de óleo no mar.
A P-12, instalada no campo de Linguado,
produzia 7 mil barris por dia e também sofreu acidente, que liberou menos de 3
mil litros de óleo no mar.
A unidade já teve seu descomissionamento
iniciado no início do mês. Já a P-15 operava nos campos de Marimbá e Piranúna e
produzia cerca de 3 mil barris por dia.
Somadas estas plataformas produziam
cerca de 25 mil barris por dia, com o preço do barril equivalente a R$ 227,93,
a receita auferida era de aproximadamente R$ 5.698.50,00 por dia.
Pela venda a Petrobrás receberá do
comprador o equivalente a R$ 7.569.000,00. Isso é o mesmo que o faturamento de
dois dias de produção das plataformas.
Podemos somar esta estranha e
ultrasuspeita operação a outra recente que envolve outro segmento da Petrobrás.
A venda da empresa BR Distribuidora de
combustíveis BR, marca muito conhecida nacionalmente. A Petrobras era a única
proprietária da BR até 2017, quando abriu mão de quase 29% das ações. Em 2019,
ela anunciou a venda de mais uma fatia de 30% do capital. Com isso, reduziu sua
participação de 71% para 41%, e agora investidores privados têm a maioria das
ações da distribuidora de combustíveis. Na prática, a BR foi privatizada. Uma
assembleia de acionistas ainda vai definir quem será o novo controlador da
empresa.
Aparentemente uma operação normal,
entretanto a venda não foi para uma empresa do ramo petrolífero ou de
distribuição de petróleo. No entanto não foi realizado leilão como preconiza a
lei nas operações deste porte. A operação foi feita com um pool de bancos sem
concorrência, sem seguir os ditames das leis de licitações em vigor no país.
Parece que aos poucos e sem
transparência o Governo Bolsonaro e Guedes vão esfacelando a Petrobrás, empresa
que foi envolvida no Petrolão no governo Dilma. O que sobrou agora está sendo
privadoado aos grupos de amigos do mercado financeiro e dos banqueiros.
Autor:
Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger e Graduado em Gestão Pública.
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