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1 de agosto de 2020

A nossa nuvem de gafanhotos famintos!

"Os políticos são um grupo de homens
que vêm os próprios interesses e não
trilham a senda das pessoas honradas"
Abraham Lincoln

O Brasil ainda atônito com a pandemia do coronavírus contabilizando mais de 87 mil mortes e de dois milhões duzentos e noventa mil pessoas infectadas, tem de lidar em alguns Estados com a Dengue. Não bastasse tudo isso os brasileiros tem outra ameaça constante em suas vidas: Os gafanhotos gigantes da política nacional.
São milhares de vereadores, deputados estaduais, federais e senadores famintos por nossos recursos, trabalhando diuturnamente em busca de milhões de reais que são devorados a cada dia e que se fossem computados daria um reflexo enorme no nosso PIB.
Devastam a nação sem espalhafato, de modo silencioso e constante, num ritmo acelerado. Preferem bloqueá-la por dentro, minar seu organismo e ali se refestelarem. A nuvem atual é a mais terrível que já se viu desde a promulgação da República.
Estes gafanhotos gigantes se dividem no formato de bancadas. Tem o grupo voraz da bancada da bala, bancada evangélica, bancada da bola, que dominam através da coordenação do chamado Centrão os recursos orçamentários e o respaldo a políticos corruptos que eles não queiram que sejam cassados.
Mas há pontos de contato. Como as andorinhas, um gafanhoto só não faz verão. Os gafanhotos do Congresso atuam em todo território nacional usando os vereadores como ponto de apoio. Usam também os prefeitos para poder manter suas bases intactas.
Enquanto o bando destroça o país, impedem seu desenvolvimento, bloqueiam tudo aquilo que não lhes rende algo em termos de poder ou recursos. A sociedade atônita não sabe como lidar contra eles, embora sejam corresponsáveis por elegerem-nos.
Os gafanhotos comuns também são chamados acrídios ou ticuras, os nossos gafanhotos políticos são chamados pelo nome ou por apelidos que usam para facilitar sua condução ao poder legislativo. Exemplo: Paulinho da Força
O melhor alimento deles é o voto. Com o voto eles são eleitos e depois reeleitos várias vezes, podendo em geral formar uma grande fortuna financeira, espalhada em imóveis, contas bancárias no exterior em Off Shore, carros do ano e muito mais. As vezes utilizando-se de laranjas (pessoas da família ou amigos que colocam seus nomes nos empreendimentos) para poder disfarçar um pouco a riqueza sem justificativa junto à Receita Federal.
O único veneno que os matam é base de informação, educação e voto consciente dos eleitores. Mas para conseguir esse produto dependemos de um sistema educacional que valorizasse os professores e o próprio ensino desde o infantil até o superior. Sem informação e com educação e cultura cerceados ou de baixa qualidade os nossos gafanhotos procriam rapidamente e se mantém no topo da cadeia alimentar.

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger e Graduado em Gestão Pública.

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