É hora de muitos
experimentarem aquela
estranha sensação do
uso do raciocínio em nosso país.
Fernando Pinho
Ao
começar a chamada quarentena ou isolamento social em 16 de março pensávamos que
teríamos vinte ou no máximo trinta dias privados do convívio externo com o
nosso mundo. Assim foi em alguns lugares do mundo moderno. A ciência ditando as
regras, a medicina orientando a todos e um governo que era seguido pelo
conjunto da sociedade. Esta por sua vez, seguindo as regras, além de
proteger-se também abreviavam o tempo de duração do isolamento, achatando a
curva da epidemia mais rápido e de forma mais segura.
Nos
países com baixo nível de escolaridade, em especial, no Brasil, nada disso
aconteceu de forma organizada. O governo federal não deu exemplo mostrando um
presidente negacionista em relação ao vírus e a necessidade do isolamento.
Governadores sem apoio do presidente agindo de acordo com suas convicções e
muitos seguindo determinações da OMS.
Os
prefeitos sem conhecimento, despreparados para a função para a qual foram
eleitos deram show de incapacidade, provando que nunca estiveram preparados
para administrar uma situação grave como esta que estamos vivendo.
Em
meio a tudo isso, não poderia ser diferente, que a população agisse sem o menor
cuidado, desrespeitando normas, abusando da sorte e vivendo de forma
inconsequente diante de um vírus que pode ser letal.
Na
Coreia do Sul, bastou o presidente dizer a sociedade quais eram as regras e os
perigos que enfrentariam para que o povo imediatamente começasse a seguir o
protocolo sem necessidade de isolamento. Com isso, obedeceram ao distanciamento
social, higienização completa das mãos e utensílios sem que houvesse um número
enorme de infectados. Um exemplo que demonstra a importância de duas coisas na
vida de uma sociedade: povo com educação e governo com credibilidade e
inteligência.
Duas
coisas tão simples que infelizmente não dispomos no Brasil e em boa parte da
América do Sul. Talvez o Uruguai seja um país que destoe dessa triste situação,
contrastando com o gigante Brasil. Menos educação + governo ruim = quarentena
sem fim.
Autor:
Rafael Moia Filho: Escritor, Blogger e Graduado em Gestão Pública.
Nenhum comentário:
Postar um comentário