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1 de setembro de 2019

Preconceito e ignorância no andar de cima!

Estava me recuperando de uma cirurgia, quando tive a oportunidade de conversar com uma pessoa que vive em Bauru – SP, é prestador de serviços, tem ensino superior completo e vive com a sua mãe e um filho.
As estórias relatadas são muito dificeis de serem assimiladas por pessoas normais que amam o próximo e são tementes a Deus, independentemente da religião professada. Estas pessoas que possuem recursos financeiros, sendo ricas ou não, demonstram um profundo preconceito para com pessoas humildes que embora honestas e trabalhadoras, vivem numa outra realidade social, não menos importante e digna.
Algumas pessoas não conseguem disfarçar sua intolerância para com menos favorecidos economicamente, aqueles que por culpa de um sistema econômico e político cruel e perverso não tiveram acesso às boas escolas, não puderam ter alimentos fartos à mesa, nem a bons empregos ou a chamada “boa vida”.
Muitas destas mesmas pessoas estão próximas daquilo que denominamos ser uma “boa vida”. Tiveram acesso à educação de qualidade, embora não se possa provar que aproveitaram dela com maestria e inteligência.
São pessoas vazias, sem conteúdo e que de vez em quando sem o menor esforço entregam seus pensamentos e revelam sua personalidade torpe e ignóbil.
Odeiam pobres, odeiam emergentes (novos ricos), odeiam políticos que não sejam da elite tradicional do país, amam a si mesmo, não cultuam nada que não seja fashion ou moda em Nova York ou Paris.
Me recordo da artista Danusa Leão quando ela deixou claro este pensamento ao pronunciar a frase:” ir à Nova York ver os musicais da Broadway já teve graça, mas, por R$ 50,00 mensais, o porteiro do prédio também pode ir, então, qual é a graça?”
Infelizmente essas pessoas pensam que agir dessa forma é normal. Não veem as pessoas mais simples, trabalhadoras e honestas como iguais. Acho que realmente essas pessoas não são iguais, por que são muito superiores.
Perante a sociedade estes seres inomináveis agem como se fossem benevolentes, sociáveis e amáveis com o próximo. Alguns fazem até caridade e acham que o gesto isolado os levará a um patamar maior quando partirem.
Por motivos óbvios vou omitir o nome e a profissão do rapaz que viveu na pele estas situações desagradáveis e impensáveis ao longo dos últimos anos:
    1.   Já tive uma cliente na Zona Sul, que ordenou a sua empregada que jogasse o copo fora após eu ter tomado água no mesmo.
    2. Numa outra residência na mesma região, ele foi impedido de tocar o interfone, a patroa ordenou que eu mandasse mensagem via celular para a empregada, que então abriria o portão da área de serviço.
    3. Ele já ouviu várias vezes proprietários de casas dizerem que “pobres” são orgulhosos...
   4. Outro dia, estava fazendo o serviço numa residência, quando percebeu que o dono da casa estava precisando de auxilio, imediatamente, ofereceu seus préstimos, no que o proprietário virou e respondeu:
_ Não vou aceitar ajuda de um mero prestador de serviços.
    5. Uma ocasião, o proprietário da residência pediu para que eu ficasse quieto, por que um trabalhador não entendia sobre o que era Meio Ambiente... (Sendo que o rapaz é formado e tem curso superior).
    6. Na época em que estava cursando a Faculdade, um cliente perguntou se estava fazendo o curso superior para ser graduado como “Prestador de Serviços” diplomado...
São alguns pequenos exemplos que ilustram como vive e pensam aqueles com quem convivemos nas igrejas, no comércio, nas ruas, enfim na nossa vida cotidiana dentro da cidade de Bauru. São estas pessoas preconceituosas que votam e que muitas vezes estão no poder ou muito próxima dele para decidir pelo conjunto da nossa sociedade.
Estes são os exemplos mais leves, poupei o texto das coisas mais tristes e sem sentido, quando pensamos que vivemos entre seres humanos. Não estou generalizando, porém, serve o alerta para uma profunda reflexão, antes que seja tarde.

Autor: Rafael Moia Filho - Escritor, Blogger e Graduado em Gestão Pública

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