Uma crença não é apenas uma
ideia que a mente possui,
é uma ideia que possui a mente.
Robert Oxton Bolt
O Estado de São Paulo, antes conhecido
como a locomotiva do desenvolvimento do país, hoje mais parece um vagão
enferrujado abandonado num pátio de ferrovia antiga. São Paulo deixou de ser
protagonista para viver a reboque de um país envolvido em questões politico
partidárias que não geram empregos, não elevam o patamar de desenvolvimento
econômico nem trazem avanços tecnológicos tão necessários ao Estado mais
industrializado do Brasil.
Nos últimos vinte e cinco anos a gestão
do Estado está nas mãos do mesmo partido político – PSDB, este que privatizou
dezenas de estatais como VASP, Comgás, CESP, CTEEP, CPFL, Eletropaulo, Nossa
Caixa Nosso Banco, além de federalizar Ceagesp, Fepasa e Banespa. As estradas
construídas por governos anteriores foram repassadas para a iniciativa privada
através de concessões públicas com pedágios com preços obscenos para os
usuários.
Foram arrecadados mais de 80 bilhões que
nunca foram usados para algo que não fosse pagar dívidas segundo os dirigentes
do partido. Entretanto, o que não se questiona é o fato de que o Estado teve o
alívio financeiro por não arcar mais com Folhas de Pagamentos, Investimentos e
outras despesas decorrentes da administração direta e indireta dessas empresas
ou estradas.
Mesmo assim, hoje o Estado tem educação
de péssima qualidade, saúde pública que registra milhares de casos de Dengue,
Sarampo e outras doenças antes erradicadas, ausência de remédios e vacinas nas
prateleiras dos hospitais estaduais e postos de saúde, falta crônica de leitos
hospitalares e de UTI, ou seja, faltam Hospitais em várias regiões do Estado.
Os policiais militares e civis não
recebem reajuste salarial anual como as demais categorias profissionais,
chegando a ficar quatro ou cinco anos com salários defasados pela inflação. São
17 mil policiais civis que faltam no efetivo do Estado, enquanto 15 mil
policiais militares precisariam ser contratados para fazer frente a demanda
crescente da insegurança pública.
O desmonte atingiu vários setores, as
mentiras publicitárias em épocas de campanhas eleitorais conseguiram enganar
milhares de eleitores que se deixam levar por promessas jamais cumpridas como,
por exemplo: Construção de Ponte ou Túnel para passagem entre Santos e Guarujá,
Limpeza e despoluição dos rios Tietê, Pinheiros e Tamanduateí que cruzam a
cidade de SP, Construção de Estações de Tratamento de Esgotos em várias regiões
da cidade e do Estado.
A mobilidade urbana é outro grande
problema na cidade, as ampliações necessárias de linhas de Metrô e trens
urbanos são construídas de acordo com o cronograma eleitoral do partido e não
da necessidade dos usuários do sistema. Com isso, a cidade vai ficando cada dia
com o trânsito pior e a poluição maior.
Várias agências foram criadas nos mesmos
moldes das federais, servem como grandes cabides de emprego para todos os
políticos, principalmente os que perdem eleições no interior do Estado.
A corrupção é um mistério neste período
governado pelo PSDB, pois políticos não são presos nem investigados como em
outros Estados. Corrupção na obra do Rodoanel com pagamento de propinas, Cartel
dos trens no Metrô e na Cia. Paulista de Trens Metropolitanos – CPTM, Fraudes
na distribuição e licitações das merendas escolares, sem que nada esbarre num
dos ex-governadores ou deputados federais e estaduais do partido.
Mário Covas, Geraldo Alckmin, José Serra
e agora João Dória torraram recursos com publicidade, porém, nunca fizeram jus
ao tempo de governo (25 anos) suficiente para poder revolucionar ensino, saúde
e habitação popular, entre outras coisas.
A famosa locomotiva virou trenzinho de
parque de diversões, por que não saí do lugar e gasta muito mais do que
arrecada. Indústrias saem todo mês do Estado para abrir em outras regiões do
país por conta de impostos com alíquotas menores.
As mentiras não param e é um dos pontos
fortes dos que ocuparam a cadeira de governador desde 1995. Para se ter uma
ideia atual, o PPA - Plano Plurianual 2020-2023 enviado pelo governador João
Doria a ALESP exclui promessas feitas pelo próprio governador ma campanha a sua
eleição em 2018. Construção da Ponte Santos-Guarujá, Concessão de Sistema de
Balsas, Conclusão da Linha 6 do Metrô, Construção da Linha 18 (Monotrilho),
Construção do Ferroanel e o pior de tudo Construção de 20 hospitais
regionais...
E o povo está feliz, por que mesmo tendo
como candidato um sujeito que abandonou a Prefeitura de SP, para concorrer ao
governo do Estado um ano após ser eleito, não tem como esperar mudanças pelo
voto. Parece que o buraco é muito maior...
Autor: Rafael Moia Filho - Escritor, Blogger e Graduado em Gestão Pública
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