“Loucos são apenas os
significados não compartilhados.
A loucura não é loucura quando
compartilhada”.
Zygmunt Bauman!
No final do verão de 1954, um jovem
psicólogo brilhante estava lendo o jornal quando deparou com uma estranha
manchete na última página:
Profecia do Planeta Clarion.
Alerta à cidade: Fujam da inundação.
Enchente virá em 21 de dezembro.
Diz mensagem do espaço a uma
suburbana.
Com sua curiosidade atiçada, o
psicólogo, que se chamava Leon Festinger, continuou a ler. “Lake City será
destruída por uma inundação do grande Lago antes do amanhecer em 21 de
dezembro”. A mensagem veio de uma dona de casa de um subúrbio de Chicago, que a
havia recebido, segundo ela, de seres superiores de outro planeta: “Esses seres
têm visitado a Terra”. Diz ela, “no que chamamos de discos voadores”.
Era precisamente o que Festinger
esperava. Essa era a sua chance de poder investigar uma simples, mas espinhosa
questão que o intrigava havia anos: o que acontece quando as pessoas vivem uma
grave crise de suas convicções? Como essa dona de casa reagiria quando não
aparecesse nenhum disco voador para salvá-la? O que sentiria quando a grande
inundação não se materializasse? Ao fuçar Maísa um pouco a história, Festinger
descobriu que a mulher, chamada Dorothy Martin, não era a única convencida de
que o mundo iria acabar em 21 de dezembro de 1954. Cerca de uma dúzia de seus seguidores
– todos americanos inteligentes e honestos – haviam pedido demissão de seus
empregos, vendido tudo ou abandonado seus cônjuges, tal era a foca de sua
convicção.
Na noite de 21 de dezembro de 1954,
nada aconteceu, nenhuma chuva ocorreu. A Srª Martin alegou ter recebido uma
mensagem de Deus, que segundo ela havia decidido “poupar” a Terra.
Conto essa estória por que em pleno
Século XXI, no ano de 2019, no Brasil estamos convivendo com várias situações
parecidas com a vivida pelo psicólogo em Chicago – EUA. Temos nas redes sociais
e no WhatsApp muitas Doroty’s espalhando que a Terra é plana e não redonda como
sempre foi fotografada, filmada e atestada por cientistas e astronautas das
agências espaciais americanas, chinesas e russas. Que o nazismo é de esquerda,
os que estudaram sabem que foi o comunismo da URSS à época que ajudou a
derrubar Hitler e seu exército na Europa. Os judeus que foram vitimas de Adolf
Hitler sabem a origem do nazismo e nunca em toda sua existência espalharam uma
tese tão tosca e esdrúxula como essa de Bolsonaro e Andre Araújo (Ministro das
Relações Exteriores).
Ainda estamos no começo da gestão para
a qual foram eleitos, logo, podemos pressupor que muitas outras teses vão
surgir no cenário brasileiro e da América do Sul. Resta rezar...
Autor:
Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger e Graduado em Gestão Pública.
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